CONCLUÍDA ✔
A primeira vez que Lyra viu Gabriel, estava pendurada de cabeça para baixo há mais de seis metros do chão. Ainda assim, o peso daquele olhar castanho sob o seu nos três segundos que eles se encontraram fez com que os cabelos da sua nuca...
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─── Espero quevocê tenha um bom motivo para não estar aqui ainda, Lyra!
É a primeira coisa que Teo diz assim que atendo o celular. Sorrio para rua na minha frente e solto um suspiro quando sou parada novamente por outro engarrafamento segundos após ter conseguido me livrar de um.
Olho o aparelho brevemente de relance, batucando com os polegares no volante.
─── Eu tenho um ótimo, na verdade.
─── Ah, sim?
─── São Paulo, baby
Meu amigo riu, murmurando algo em concordância.
─── Ah é, esqueci! Acho que esse é um bom presente de boas vindas. Esqueceu como era morar aqui?
─── Sete meses não são o suficiente para, mas confesso que se comparado com o Rio, aqui se torna um verdadeiro pandemônio no fim do dia.
─── Oh, claro! Até porque morar a menos de cinco minutos do teatro não te dava muitas chances, né?
─── Definitivamente não. ─── Meu tom não soa mais do que decepcionado.── Eu me sentia no paraíso podendo caminhar até o trabalho. Só de saber que não terei mais isso durante um longo tempo algo em mim morre um pouco.
─── Você é verdadeiramente dramática. Nem parece que o Rio fica a poucas horas daqui e quando você quiser sua casa estará a disposiçãolá.
Rolei os olhos, segurando o riso. Téo não perdia a chance de jogar na minha cara sempre que podia o fato de que agora Gabriel e eu tínhamos duas casas a nossa espera em dois estados diferentes do país.
Embora parecesse tosco, algum tempo atrás isso havia deixado de ser um luxo para se tornar uma necessidade real nossa. Fazia algum tempo que eu estava divida entre os dois estados porque a divisão dos meus trabalhos exigiam que eu passasse alguns meses fora, mas isso só foi ser um incômodo realmente depois de uma pausa de um ano e meio, quando passei para um novo papel e me vi tendo que ficar sete meses por lá. Claro que havia sido um ótimo pretexto para Gabriel também, porque ele era apaixonado pelo lugar onde tinha nascido e era ótimo ter um lugar a nossa disposição sempre que necessário, afinal o gasto de ter que ficar alugando um lugar para ficar sempre era maior do que ter uma casa em si.
─── Oh, vocêtemrazão. Estou seriamente cogitando a possibilidade de voltar paralá em breve, permanentemente. Acho que São Paulo nãocombina mais com a minha vibe.
