28 - JUNHO 1865 - parte 3

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Os dois dias se passaram muito rápido, mas foi tempo suficiente para conseguir autorização para levar 100 divindades para a guerra e pude levar Apollyon comigo. Apollyon era um ceifeiro que eu conhecia desde criança. O havia visto diversas vezes no planeta Terra e eu sabia que ele tinha uma leve tendência a se colocar em problemas.

Como prometido, voltei para o complexo. As cem divindades chegariam quando eu enviasse um sinal com meu ruah.

– Ambar – Yukio disse surpreso por me ver aparecer no meio do salão – E então?

– Eles estarão aqui – falei tranquilizando-o.

Apollyon chegou logo após a minha entrada. Tatsuo e Isao caíram instantaneamente segurando as cabeças e tentando respirar.

– Droga! – gritei – Esqueci disso. Apollyon, pede proteção.

Falei para onde Apollyon estava, um lugar que para a maioria, estava simplesmente vazio.

– Quem é ele? – Isao perguntou apontando Apollyon com o rosto empapado de suor.

– Ele quem Isao? Ali não tem ninguém – Natsu falou apertando os olhos.

Isao tirou sua espada e avançou contra Apollyon, e Apollyon tirou sua foice e a rodou. Ele era um dos poucos ceifeiros que usava uma foice ao invés de uma espada.

– Quer brigar, garoto? – Apollyon disse sério – Péssima ideia. Não consegue nem ver a imensa diferença de poder entre nós?

– Pare os dois! – gritei defendendo o ataque de Isao e deixando Apollyon atrás de mim – Isao, ele está comigo!

– Deixe o garoto brigar, Ambar – Apollyon falou como se quisesse dar uma lição em um garoto pequeno – Deixe-o ver o abismo de diferença que separa um ceifeiro de um agma.

– Apollyon, isso não tem graça – falei enquanto me defendia dos ataques constantes de Isao.

– Eu disse para deixá-lo – a voz de Apollyon se tornou fria e ele me jogou com força contra a parede – Consigo ouvir seu pânico a léguas de distância. Ainda assim quer brigar?

Eu trombei com força e caí de joelhos. Ninguém tinha nenhuma reação. Corri até Tatsuo que seguia com a respiração difícil.

Isao não respondeu, apenas atacou uma e outra vez sendo frustrado e humilhado por Apollyon que não movia nada mais que a mão que segurava a foice.

Com um olhar frio e penetrante, Apollyon liberou ainda mais ruah fazendo Tatsuo gritar ainda mais e Isao se contorcer no chão. Sentindo uma pressão esmagadora, caí de joelhos segurando o peito, mesmo assim me esforcei para falar com Tatsuo.

– Mantém a respiração controlada – falei para ele para que ele me imitasse – Agora, sabe isso que você está sentindo perto do estômago? Deixa fluir, pensa nesse ponto e o leve até o resto do corpo. Esse é o seu ruah. Você consegue!

Ele fez o que eu pedi e pouco a pouco sua respiração foi normalizando. Eu sabia que ele não tinha força nenhuma ali, mas pelo menos ele aprenderia a suportar a densidade do ruah de Apollyon.

Olhei para onde estava Isao, que seguia se contorcendo.

– Apollyon, chega. Você está nos machucando – falei baixo e Apollyon selou seu ruah fazendo com que finalmente pudéssemos respirar tranquilamente.

– O que diabos aconteceu aqui? – o senhor Tanizake perguntou com os olhos arregalados.

– Isao, idiota! – falei quase gritando – Agora todos que são fortes você resolve que quer lutar? Ele é um ceifeiro! Nem em mil anos você conseguiria derrotá-lo.

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