17 - FEVEREIRO DE 1865 - parte 2

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– Acredito que todos vocês já sabem que haverá o festival Setsubun – o senhor Tanizake falou no salão com todos nós presentes – É o nosso dever proteger a todos durante o evento.

Quase imediatamente a sala explodiu em vivas.

– Bem, bem – o senhor Tanizake fez sinal com as mãos para que todos se acalmassem antes de seguir falando – De qualquer forma, as coisas vão ficar bem agitadas aqui muito em breve, então devemos atribuir o trabalho de cada um. Para começar, eu gostaria que Yukio, Tashiro e eu...

– Senhor Tanizake – falei interrompendo-o – Desculpe-me atrapalhá-lo. Tashiro anda cansado, talvez seja melhor que ele ficasse e descansasse.

Olhei para Tashiro que parecia cada dia mais abatido.

– Isso é verdade, Tashiro? – o senhor Tanizake perguntou impressionado e notando pela primeira vez o rosto abatido de Tashiro.

– Ela está apenas bancando a mãe protetora, senhor – ele deu um sorriso fraco – Eu acho que estou bem.

– Não me venha com essa merda de desculpa – Yukio falou sério – Você quase tossiu o pulmão há apenas alguns minutos. Nunca vi ninguém tossir sem motivos. Ela deve estar certa.

Eu o olhei com preocupação, desde o incidente da nossa patrulha, ele vinha comendo menos e tossindo muito.

– Está bem – ele disse levantando a mão exageradamente – Mas acho que temos duas pessoas superprotetoras aqui.

Seu sorriso tinha ficado um pouco amargo enquanto ele falava, mas seu rosto não ocultava a fraqueza de seu corpo.

– Eu posso ficar e cuidar para que ele não faça nenhuma besteira – me ofereci.

– De jeito nenhum – Tatsuo disse – Você precisa conhecer o festival.

O senhor Tanizake olhou preocupado para Tashiro e logo tentou buscar alguma explicação através de mim, mas eu desviei o olhar.

Pouco a pouco os soldados foram sendo designados para diferentes pontos da cidade. Após concluir com o que estava fazendo, Yukio se virou para mim.

– E então? O que você vai fazer? – o olhei confusa – Não me venha com essa cara, estou perguntando se você vem ou não.

– Claro que ela vem – o senhor Tanizake disse se mostrando alegre novamente – Afinal, ela é praticamente um de nós – ele se virou para mim para concluir – Se quiser, adoraria que viesse.

Hesitei por um momento, mas minha empolgação me traiu e meu sorriso se alargou. Olhei para Tatsuo e Tashiro.

– Oras – Tatsuo disse – Não se preocupe com ele, minha tropa ficará no complexo, faremos a guarda aqui. Tomarei conta para que ele não faça nenhuma besteira.

Com um sorriso tão forte que mal cabia em meu rosto, eu concordei em ir. No fim, eles haviam me aceitado e eu sentia que tinha novamente um lugar. Minha emoção foi tão contagiante que até mesmo Yukio sorriu.

– Se acalme – ele disse tentando se manter sério – Não fazemos nada mais que assistir ao festival. É muito raro que algo realmente aconteça em um dia como hoje. Acha que pode lidar com isso?

– Vou tentar aguentar, comandante! – fiz uma reverência enquanto ria e pude ver que enfim ele não pôde mais conter o sorriso.

            – Vou tentar aguentar, comandante! – fiz uma reverência enquanto ria e pude ver que enfim ele não pôde mais conter o sorriso

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