Na noite seguinte, fomos para o bosque perto do castelo de Saikhan e ficamos ali até que o sinal fosse dado. Já haviam se passado quase uma semana desde que montamos acampamento ali.
– Saito!
Eu tinha acabado de voltar ao acampamento depois de sair para procurar lenha quando eu vi Saito se contorcendo de dor um pouco mais afastado de todos. Suas unhas estavam agarradas ao peito com tanta força que haviam cravado na pele, tirando sangue.
Peguei a faquinha. Ele franziu a testa e desviou a cabeça, mas eu o ignorei e deslizei a lâmina pelo pescoço, assim como eu já tinha feito antes. A visão do sangue superou sua relutância, e ele me alcançou para me puxar para mais perto. Estremeci quando sua língua tocou meu pescoço. Ele continuou até que sua respiração começou a diminuir. Fiz menção de me afastar, aliviada por ele estar se sentindo melhor, mas seu aperto aumentou. Ele sussurrou em meu ouvido.
– Podemos ficar assim, só mais um pouco?
– Claro – me derreti com essas simples palavras.
Eu me aconcheguei mais em seus braços e sorri. No seu mundo, contato físico era algo que ganharíamos aos poucos, no meu mundo apenas aproveitávamos o amor que sentíamos um pelo outro o mais rápido possível, não sei dizer qual dos dois estavam certos, mas seguia com o coração batendo rápido. Sem me segurar, beijei primeiro seu pescoço, logo seu rosto e pouco a pouco fui me aproximando de sua boca. Ficamos nos olhando um tempo e finalmente eu o beijei. Senti seu abraço apertando um pouco mais meu corpo contra o dele enquanto eu envolvia meu braço em seu pescoço. Ele me sustentou em seu abraço e lentamente fomos indo para trás até alcançarmos uma árvore. Senti seus lábios descerem novamente até meu pescoço, mas voltou logo para os meus lábios. Quando paramos, deixamos nossas testas juntas e mantivemos nossos corpos colados. Podia sentir seu coração acelerado e o calor de seu corpo aquecendo o meu.
– Eu te amo – sussurrei.
Ele demorou um pouco para responder, ficou me olhando, seus olhos azuis como o infinito olhavam dentro dos meus olhos enquanto sorria.
– Eu te amo – ele disse por fim e nos beijamos de novo.
Passamos a noite juntos e só quando o dia estava clareando voltamos ao acampamento, mas só no dia seguinte recebemos o aviso de que a batalha havia começado e com isso partimos para o castelo de Saikhan junto com Natsu, Satoru e os poucos guerreiros que vieram com a gente sob comando de Saito. Embora estivéssemos claramente em desvantagem em vários aspectos, eu não estava com medo. Saito também parecia revigorado, como se finalmente tivesse conquistado alguns demônios internos.
Chegamos ao castelo já era noite, mas logo ficou claro que algo estava errado.
– Isso é estranho... – Saito falou tentando olhar melhor ao redor – Não sinto ninguém aqui.
Mesmo que lorde Saikhan tivesse resolvido ir para a batalha, eu duvido que ele deixaria o castelo desprotegido, mas, mesmo assim o castelo e os arredores estavam estranhamente quietos e completamente desprovido de qualquer vida. Natsu e Satoru foram investigar e voltaram o mais rápido que puderam.
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Fendas
Fantasía"Dizem que o universo é extenso, que não tem fim, mas eu discordo. Todo universo tem um fim, e onde um termina, começa outro." Era apenas uma prova, ela deveria passá-la e voltar para casa, mas algo não saiu como o planejado e a situação a forçou fa...