42 - DUELO

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Os dois já estavam posicionados na arena, a arena por sua vez era protegida por uma barreira, para que ninguém que assistisse fosse prejudicado. Não me sentei, não conseguiria ficar sentada e aparentemente nenhum dos rapazes conseguiriam também. Saito ficou próximo a mim, esperando que começasse.

– Você pagará por ter se intrometido no meu momento. No final, apesar de tudo, seu amigo morreu como o que ele era, um mero inseto; ele e os outros desperdiçaram suas vidas ao escolherem seguir essa farsa de rainha – a voz de Uzuri soava entediada, mas enquanto falava, a ira nos olhos de Yukio se acendeu como uma fornalha ardente.

– Vou acabar com a sua vida, seu pedaço de merda. Como você ousa dizer que meus amigos jogaram suas vida fora!

Yukio estava furioso e sem dizer mais uma palavra se lançou em direção a Uzuri. Com todo o seu peso por trás da lâmina, ele o atingiu no pescoço. Uzuri sacudiu sua espada para pegar a de Yukio, ele estava surpreso e por um momento, parecia que eles eram iguais. Uzuri foi jogado para trás.

– O quê? – Uzuri rosnou.

Pela expressão em seu rosto, provavelmente era a primeira vez que ele se encontrava dominado por um humano, e ele ficou atordoado. Yukio não desperdiçou essa abertura. Ele se empurrou para frente, sua espada sibilando para frente e para trás no ar como se estivesse possuída. Momentos atrás o rosto de Uzuri estava calmo e sereno, agora estava distorcido pela frustração e surpresa. Yukio, por outro lado, exibia um sorriso maníaco e sua lâmina golpeava repetidamente a de Uzuri com mais força do que eu jamais havia visto antes.

– Nunca pensei que teria que liberar meu ruah contra um mero humano – Uzuri falou com o início de um sorriso – Que honra a sua, mortal. No momento em que seus olhos contemplam um verdadeiro lorde nefilim, é o momento de sua morte.

Com isso a batalha mudou. A espada de Uzuri zumbiu e cintilou no ar com facilidade, muito mais rápida e suave do que um minuto antes e Yukio fez de tudo para antecipar e bloquear seus ataques, deixando-o sem tempo para tentar acertar um golpe ofensivo.

– Onde está o incêndio que você teve um momento atrás? – Uzuri estava novamente arrogante – Esse é o máximo que um inseto pode reunir?

A força e a resistência de Uzuri estavam começando a aparecer, ele nem respirava com dificuldade, Yukio, no entando, estava rapidamente ficando sem fôlego. Tudo o que Uzuri tinha que fazer era esperar que ele se cansasse. Yukio se jogou com toda a sua força atrás de sua espada e investiu contra ele mais uma vez. Uzuri antecipou seu golpe facilmente e girou para o lado quando a lâmina de Yukio passou por ele. A mão dele acertou a de Yukio, fazendo com que sua espada caísse ao chão.

–Yukio! – gritei, lembrando-o que ele ainda podia liberar seu ruah também.

Por mais que eu não quisesse, na minha mente, eu podia vê-lo, desmoronando no chão, assim como outros haviam feito antes dele. Podia ver uma lenta poça de sangue crescendo sob seu corpo ainda quente. Apertei os punhos e tentei afastar esses pensamentos fúnebres. Eu não o deixaria morrer também, mesmo que para isso eu quebrasse as regras de Himura.

Yukio caiu de joelhos, o peito arfando. O suor escorria por sua testa e o tecido de sua camisa estava encharcado. Uzuri ergueu sua espada e apontou para Yukio.

– Este é o seu fim – Uzuri sorriu friamente e confiante – Os humanos são tão idiotas. Eles tentam lutar contra quem eles sabem que não podem derrotar. Eu chamo isso de imprudência, não de coragem. Você subestimou o poder de um nefilim e escolheu não nos temer. Espero que seus últimos pensamentos sejam de vergonha por sua ignorância.

Enquanto Uzuri falava, Yukio arrastou seu corpo cansado pelo chão, em direção a sua espada caída.

– O que é isso? – Uzuri falou arrastado enquanto Yukio alcançava a sua espada – Tentando correr?

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