36 - OUTUBRO DE 1865

105 19 118
                                    

A marcha continuou sem quaisquer outros incidentes até finalmente chegarmos ao Castelo de Kofu.

– Então, o castelo Kofu realmente caiu nas mãos de nefilins – Yukio falou como se de repente se desse conta da verdade – Me pergunto há quanto tempo isso aconteceu.

– Poderíamos ter chegado aqui muito mais cedo se alguém não tivesse saído para beber e festejar – Natsu resmungou.

– Cala a boca, Natsu – Satoru falou para o amigo, mas não parecia mais feliz que Natsu – Quando viemos já sabíamos que o castelo havia sido tomado. Chegar mais cedo ou não, não teria feito grandes diferenças. Ninguém poderia imaginar que a coisa estaria realmente feia assim.

Eles tinham razão, após inúmeras investigações, era impossível ver um ser humano que não tivesse sido transformado em agma ali, e os que encontrávamos eram cadáveres e muitos já se decompondo.

– Infelizmente, uma vez que souberam da real situação, a maior parte dos homens fugiram ontem à noite. Nós só temos cerca de 100 sobrando – o senhor Tanizake disse parecendo frustrado.

Mais de 200 homens haviam fugido. Eu imaginava que alguns fugiriam, mas não imaginava que seriam tantos deles antes mesmo de uma real batalha acontecer. Tentei engolir minha ansiedade e me virei para Saito.

– Saito, o que vocês pensam em fazer agora? Vocês realmente vão tentar retomar o castelo?

Saito manteve a voz baixa, para que os outros homens não pudessem ouvir.

– Uma vitória aqui seria impossível. Mesmo para a mais vaga esperança de vitória, precisaríamos de pelo menos três vezes mais homens que nosso oponente. Para garantir a vitória precisaríamos de pelo menos dez. E isso presumindo que temos armamentos e forças semelhantes. Se esses seres que estão aí tiverem a força que vimos durante a última batalha, precisaríamos ainda de dez vezes mais de seus números.

– Então... – comecei, mas não fui capaz de seguir, no fim, a mais remota esperança que eu pudesse ter tido, havia se esfumaçado com a cena que se desenrolava na minha frente.

Todos os olhos se voltaram para Tanizake. Houve um silêncio tenso antes dele finalmente falar.

– Não vamos recuar. Encontre um bom local e entrem em formação de batalha. Veremos o que o inimigo faz.

– Que inferno, Tanizake – Natsu falou bravo – Você realmente quer mandar todos os seus homens para a morte? Não estava combinado que iríamos primeiro estudar a situação de longe? Não estava claro que tentar tomar o castelo sem um plano seria suicídio?

– Não podemos simplesmente virar e voltar para casa com o rabo entre as pernas – Tanizake também respondeu bravo – Como poderíamos depois explicar para Ambar que simplesmente fugimos por covardia? Ela depositou sua confiança em nós!

– Ei – falei indignada e agora tão brava quanto os dois – Calma aí! Eu nunca pedi para que vocês morressem por mim! Tentei tirar vocês dessa briga inúmeras vezes antes de lorde Saikhan descobrir vocês. Se temos a oportunidade de sair daqui e pensar em um melhor plano, então eu estou totalmente de acordo com Natsu, deveríamos voltar.

– E o que uma simples mulher poderia saber sobre uma guerra? – um soldado falou – Afinal, por que temos que ouvir uma prostituta qualquer?

Rapidamente fui até ele e o presenteei com um soco que deve estar doendo até os dias de hoje.

– Esses homens daqui realmente me cansam – falei irritada enquanto chacoalhava a mão dolorida.

FendasOnde histórias criam vida. Descubra agora