20 - MARÇO 1865 - parte 2

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PARA DESCONTRAIR – SAITO

A manhã estava fria. Meus pés descalços tocaram o chão frio de madeira, a sensação estranha me fez despertar de vez e aguçou meu foco.

O silêncio tranquilo duraria apenas pouco tempo, pois logo os outros se reuniriam ali para seus treinamentos.

Meu ritual diário era tomar esse breve período de silêncio para me sentar e meditar.

Passos estrondosos quebraram o silêncio e eu fui forçado a abrir os olhos. A porta deslizante abriu ruidosamente. Uma risada assustada explodiu de cada um deles quando eles me viram.

– Droga, você acordou cedo, Saito – Natsu falou.

Eu estava aqui a esta hora todas as manhãs, então eles foram o que chegaram mais cedo. Como todos os três estavam juntos, eles provavelmente tinham acabado de retornar ao complexo.

 Aahhh  Tatsuo fez uma cara exagerada de susto – Hayato está olhando para nós.

– Se Natsu não estivesse falando tão alto... – Satoru seguiu com a voz baixa.

Eu não estava olhando feio.

– Cala a boca – Natsu reclamou – De jeito nenhum você vai jogar a bronca para mim. Saito e eu nos entendemos.

– Acho que você está mentindo totalmente Natsu – Tatsuo seguiu provocando.

– Então – Natsu sorriu com algo de malícia – você está dizendo que está me pedindo uma surra, é isso Tatsuo?

Parecia que Natsu estava sendo culpado por todo o barulho que eles estavam fazendo. Não queria participar de sua briga, mas... Eu deveria ficar em silêncio? Eu, naquele momento, não tinha nenhuma má vontade com Natsu, então, como ele era mais velho, eu o ajudaria.

– Tatsuo – falei – O barulho não me incomodou.

– Viu só – Natsu estufou o peito e deu um sorriso arrogante. Tatsuo por sua vez pareceu parar de respirar.

– O que há de errado, Hayato? – ele teatralmente fez cara de preocupação – Você comeu algo ruim? Ou... ele está contra você?

– Você quer tanto assim que eu seja o cara mau, hein, pirralho? – Natsu o encarou.

– Vocês dois deveriam parar com isso e deixarem Saito em paz, ele apenas está sendo legal – Satoru sorriu exasperadamente para os dois.

Eu não tinha certeza se eu estava sendo legal exatamente, mas desisti de tentar mediar a situação e voltei à minha meditação.

Para manter uma espada afiada, você deve afiá-la. Para permanecer na minha melhor forma como guerreiro, eu precisava de um breve momento para aguçar minha mente todas as manhãs.

– Ah... tem certeza de que está tudo bem? – um murmúrio tímido alcançou meu ouvido. Ambar?

No momento em que determinei a fonte da voz, minha concentração quebrou.

A sala de treinamento de repente ganhou vida. Devia ser hora do treino matinal. Eu podia ouvir vozes enfáticas recitando os padrões básicos ao meu redor.

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