Capítulo 3

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A ligação entre um Pégaso selvagem e uma pessoa sempre foi algo muito especial. Algo único, harmonioso, natural...

Desde a criação do reino das fadas, pégasos e seres sobrenaturais criaram ligações emocionais, que os unia independentemente de tudo. Assim que um Pégaso escolhesse o seu 'dono', essa ligação nunca mais seria quebrada. Iria durar pela eternidade. Aquele Pégaso pertencia aquela pessoa e aquela pessoa pertencia aquele Pégaso.

Karina e Mara olhavam para a paisagem à sua frente maravilhadas. Durante os seus dezasseis anos de existência, Karina nunca tinha visitado o Lago dos Pégasos Selvagens e estava extremamente ansiosa e alegre por estar ali, finalmente.

Sophia e Philipa, por sua vez, olhavam a paisagem com um certo brilho nos olhos. Mesmo que conhecessem aquele lugar de trás para a frente, sempre que o visitavam, elas ficavam maravilhadas. De facto, o Lago dos Pégasos Selvagens era um dos lugares mais lindos de toda Yellowsand.

Enquanto as moças observavam a paisagem à sua volta, dois pégasos aproximaram-se. Um era branco, com algumas tonalidades amarelas, e o outro tinha algumas tonalidades pretas. Os dois animais aproximaram-se de Philipa e Sophia e deram-lhe uma lambidela na bochecha.

- Jeff! - exclamou Sophia, soltando uma gargalhada e acariciando o animal de tonalidades amarelas - Tiveste saudades minhas? - perguntou ela, esperando por uma resposta.

Mara e Karina olhavam para ela com uma certa expressão de surpresa e confusão.

- Eles falam connosco - disse Philipa, limpando a sua bochecha - Quando a ligação é formada, nós conseguimos ouvi-los a falar. São eles que nos dizem os seus nomes.

- A sério? - perguntou Mara eufórica - Vocês conseguem mesmo ouvi-los?

- Aham - respondeu Philipa, recebendo outra lambidela na bochecha - Lily! Já te disse mil vezes que não gosto que me lambas!

- Porquê? - perguntou-lhe o Pégaso de tonalidades pretas.

- Porque não gosto! - respondeu Philipa ríspida - Não faças essa cara! Esses olhinhos não funcionam comigo, já te disse isso!

Apesar de saberem que o Pégaso estava a responder a Philipa, Mara e Karina não conseguiram conter as gargalhadas. Visto de fora, parecia que Philipa estava a falar sozinha, mas isso não era o que realmente acontecia.

Mara afastara-se um pouco do grupo, para ir analisar uma pequena borboleta que ela nunca tinha visto. Tinha asas grandes, com tonalidades douradas e pretas. Parecia ser a rainha das borboletas e, se os humanos vissem aquele animal magnífico, provavelmente iriam capturá-lo e expô-lo num museu.

Aquele pensamento entristeceu Mara. Ela não queria que a magnificência de Phythox acabasse por culpa dos humanos, mas, ao mesmo tempo, ela queria mostrar-lhes a magia que a natureza possuía.

- Não fiques triste - disse uma voz desconhecida - Eles não lhe podem tocar, enquanto ela estiver aqui.

- Como sabes que eu estava a pensar nisso? - perguntou Mara, enquanto acariciava as asas da borboleta.

- Porque eu sei - respondeu a voz - Como posso não saber, se estamos ligadas?

Ao ouvir aquelas palavras, Mara virou-se para trás e deparou-se com um magnífico Pégaso branco com tonalidades azuis. O animal aproximou-se dela e baixou a cabeça, somo se lhe estivesse a pedir carinho. Mara esticou a mão e acariciou o Pégaso.

Assim que lhe tocou, uma onda de vento passou por ela, fazendo os seus cabelos negros esvoaçarem. De repente, parecia que Phythox tinha desaparecido e apenas tinha sobrado ela, o animal à sua frente e a copa das árvores. À sua volta, as flores desabrocharam e os pássaros rodearam-nos, numa dança alegre.

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