Capítulo 20

31 7 34
                                    

O grupo atravessava pelos galhos que os separavam da aldeia dos lobisomens. Acarit era uma terra bastante peculiar. Estava dividida em pequenas aldeias, possuindo cada uma um Alfa. Os Alfas eram escolhidos pela força e inteligência, dado que eles seriam os futuros líderes da aldeia. Embora houvessem tratados de paz entre os povos de Phythox, Acarit estava constantemente em guerra, pois umas alcateias querias subjugar as outras.

Não era fácil sair de Acarit vivo. A cada passo que o grupo se aproximava dos lobisomens era um passo dado para a sua morte. Os lobisomens possuíam habilidades especiais como os sentidos apurados e uma velocidade superior à de qualquer criatura em Phythox. Não haviam hierarquias em Phythox, mas, se houvesse, os lobisomens estariam num patamar superior a muitas criaturas que habitavam o planeta.

Lana guiou o grupo por entre as árvores até chegar a um considerável portão de madeira de pinheiro bravo. A lobinha encostou a sua pequena e delicada mão no portão, empurrando-o para trás. O portão foi-se abrindo lentamente, revelando uma pequena civilização dentro dos muros, nos quais o mesmo estava pregado.

Lana entrou alegremente pelo portão, sendo seguida pelo grupo que parou um pouco antes da loba. A pequena desapareceu no meio das sombras, enquanto eles observavam tudo à sua volta.

A civilização era constituída por cabanas de madeira. Todas estavam decoradas com diferentes ornamentos na porta e o nome das famílias, aliando-se a uma cabana, relativamente maior, que se encontrava ao fundo, emergida nas sombras. Na porta, a cabana continha a palavra Dux, sobreposta a um enorme lobo de olhos vermelhos. Era a cabana do Alfa.

- Esperem! – ordenou Henry, num tom de voz quase silencioso, mas suficiente para fazer o grupo parar – Qual é o nosso plano?

- Como assim? – perguntou Leonard, relativamente confuso – Entramos lá e pegamos no sangue do Alfa. É simples.

- Isso é burrice. – constatou Philipa, enquanto analisava o ambiente à sua volta – É por isso que tu não és o nosso líder. Sophia?

- O que te faz pensar que eu tenho um plano? – perguntou Sophia, com uma sobrancelha ligeiramente levantada.

- Tu tens sempre um plano. – garantiu Philipa com um sorriso nos lábios.

Todos encararam Sophia. Na verdade, eles aguardavam um plano por parte da moça, dado que ela tinha sempre algum na mente. Sophia olhou para o grupo, como se os estivesse a estudar, e voltou a sua atenção para o ambiente à sua volta.

- Estão a ver aquela cabana ali? – perguntou a moça, apontando para uma cabana, na qual estava pregada a palavra attentus - Temos que a evitar. Provavelmente, é lá que estão os guardas, atentos a tudo o que se passa à sua volta. O mais prudente é entrarmos pela frente, que não tem tanta proteção, fazendo o mínimo barulho possível.

- Isso é uma loucura! – protestou Leonard.

- Bom, é melhor do que entrar lá sem um plano – afirmou Nate – O que fazemos, se formos apanhados, minha rainha?

- Lutamos. – respondeu Sophia, começando a apertar os dedos, com o nervosismo – Eles provavelmente vão querer prender-nos, portanto, temos de dar luta. Mas é crucial não matar ninguém. As nossas armas são de prata pura, algo que os magoa severamente, por isso, vamos evitar regiões mortais. Atirem nos braços, pernas, mãos e pés, para os travar, mas nunca, em circunstância alguma, matem algum deles. Lembrem-se, não queremos quebrar os acordos de paz.

O grupo acenou positivamente, concordando com a moça, e avançaram com passos silenciosos para a cabana do Alfa. Assim que lá chegaram, abriram a porta devagar e Leonard e Matt adentraram na mesma, deixando os outros do lado de fora.

A Fairytale DreamOnde histórias criam vida. Descubra agora