Capítulo 19

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O ruivo olhava atentamente para o sapo, enquanto extraía o veneno que o mesmo continha. Abriu-lhe a boca e, com uma pequena seringa, retirou um conteúdo verde e líquido do interior das glândulas do sapo. De seguida, colocou o animal inconsciente no chão e moveu as mãos, revelando uma fumaça vermelha e acordando o sapo. O animal saltitou fervorosamente para água, na qual desapareceu, logo em seguida.

Daisy e Sophia ajudavam os restantes a levantarem-se, certificando-se que nenhum deles estava gravemente ferido. O rapaz aproximou-se do grupo e exibiu um sorriso enorme.

- Sou o Leonard. – apresentou-se ele – Como já devem ter percebido, sou um bruxo. E acho que, neste momento, todos vocês precisam da minha ajuda.

- Dava-nos jeito um bruxo – comentou Matt, dando de ombros. Leonard encarou-o e sorriu de uma forma que faria qualquer pessoa derreter-se. Matt desviou os olhos, um pouco tímido, fazendo o bruxo soltar uma gargalhada.

- Tu não eras um bruxo? – perguntou Philipa confusa e desconfiada de Leonard.

- Não, eu sou um feiticeiro. - corrigiu Matt, encarando a mais nova – Nós, os feiticeiros, nascemos com a magia dentro de nós, mas usamos varinhas para a desbloquear, o que nos priva de conjurar qualquer feitiço ou fazer qualquer poção que não esteja nos livros. Os bruxos, por outro lado, são antigos feiticeiros que fizeram um pacto com os demónios, para poderem usar a sua magia, sem precisarem da varinha, o que faz com que eles possam lançar qualquer maldição, feitiço ou fazer qualquer poção. A que nós procuramos, como é rara e poderosa, não foi registada, apenas passada de geração em geração, portanto os bruxos são os únicos que a podem fazer.

- Por isso é que a avó não usa uma varinha! – exclamou Philipa, como se tivesse descoberto a melhor coisa do mundo – De qualquer das formas, não sei se confio muito aqui no bruxinho. Ele faz-me lembrar de alguém e eu tenho a certeza que não é alguém dos bons.

- Nós somos dos bons? – perguntou Axel, com um sorriso brincalhão nos lábios – Quer dizer, não vamos dizer que aquilo que fizemos até agora foi propriamente a ato mais heroico de todos.

- Pelo menos, não matámos ninguém. – constatou Nate.

- Ainda. – completou Axel, como se estivesse a desafiar o irmão.

- O Leonard tem razão. – admitiu Sophia – Dava-nos jeito termos um bruxo connosco, para quando fosse preciso unir os ingredientes da poção. Além disso, dá sempre jeito ter uma mãozinha extra.

- Eu confio nele. – garantiu Daisy, colocando-se ao lado de Leonard – Ele podia não nos ter salvo, mas escolheu fazê-lo, portanto, acho que, pelo menos, merece o nosso voto de confiança.

- Se não fosse ele, estaríamos todos mortos. – constatou Mara, relembrando-se da água a invadir os seus pulmões.

- Parabéns, bruxinho! – congratulou Philipa, estendendo-lhe a mão – Ganhaste o voto de confiança deles! Por enquanto.

- Fico feliz por tomarem essa decisão. – afirmou Leonard – Se não me engano, o vosso ingrediente é sangue de Alfa, certo?

- Não podias estar mais correto – suspirou Henry, lembrando-se do seu último encontro com lobisomens, no verão passado.

- Eu sei. – agradeceu Leonard, piscando o olho – Mas vocês não vão assim vestidos.

- Como? – questionou Philipa, como se alguém lhe tivesse largado uma bomba em cima – Que queres dizer com isso?

- Não se preocupem, estarão em boas mãos – garantiu Leonard, voltando a usar os seus poderes, para enviar um chamamento pelos bosques de Witchell.

Pouco tempo depois, um pequeno morcego roxo surgiu, rodeou o grupo, analisando cada um e transformou-se num ser mágico. Era uma bruxa. Tinha a pele rosa pastel e os seus cabelos eram curtos e de um rosa mais escuro. Usava uns óculos, de forma hexagonal, e vestia um longo vestido preto, com as mangas transparentes, e uns pompons de pelo nos ombros.

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