Cérbero era conhecido como o Cão Infernal. Ele vivia no Inferno, juntamente com Lilith e, quando esta foi convocada para guardar o Corredor, o cachorro foi com ela, fazendo parte do segundo desafio. Todos aqueles que se aventuravam pelo lá teriam que passar por Cérbero. O que não era uma tarefa nada fácil, a contar pelos corpos perdidos no corredor do Cão Infernal.
As três cabeças continuavam furiosas, a latir, como se estivessem a chamar pelas suas vítimas. Na boca, era possível ver-se dentes enormes e afiados, que soltavam baba, desejosos de terem mais carne fresca para comer.
O grupo continuava aterrorizado. Nunca, nas suas vidas, iriam imaginar que teriam que enfrentar Cérbero.
- O que vamos fazer? - perguntou Karina, batendo com as costas na parede, assustada por mais um latido de Cérbero.
- Eu não faço ideia - admitiu Sophia, ainda roendo as unhas.
- Se nem Hércules conseguiu matar este bichano, como vamos nós fazê-lo? - perguntou Philipa, enquanto forçava a porta pela milésima vez.
- Essa merda está trancada! - exclamou Matt irritado - Por mais que tentes, isso não vai abrir!
- Como assim o Hércules não o derrotou? - perguntou Mara assustada - Na história, ele conseguia derrotá-lo.
- Histórias continuam a ser histórias - constatou Henry - Elas nem sempre nos contam a verdade. Às vezes, elas omitem a morte dos heróis, para que as crianças não fiquem muito traumatizadas.
- Ele morreu?! - perguntou Mara incrédula.
- Bom, se tu estiveres atenta à bela paisagem que se encontra na tua frente, percebes que todos aqueles que tentam matar o Cérbero acabam mortos - explicou Philipa, limpando os seus óculos - Não sei por que diabos trouxe eu os óculos! Podia ter trocado pelas lentes.
- Tenta não parti-los - aconselhou Sophia.
- Vê lá, se não partes os teus primeiro - rebateu a irmã.
- É uma ameaça? - perguntou Sophia, parando de roer as unhas e encarando Philipa.
- Depende.
- É tudo muito bonito, mas ainda temos um cão para derrotar - constatou Nate, apontando para Cérbero, que continuava a tentar alcançar o grupo.
- Eu não maltrato os animais - informou Philipa.
- Acho que aqui ninguém o faz - frisou Matt.
- Eu não disse para o matarmos - afirmou Nate - Eu apenas disse que o tínhamos que derrotar.
- E o Senhor Temos-Que-O-Derrotar tem algum plano? - perguntou Sophia sarcástica.
- Não - respondeu Nate, dando de ombros - Pensei que tu eras o cérebro da operação.
- Essa foi boa - afirmou Philipa, dando mais cinco a Nate e fazendo Sophia revirar os olhos.
- Eu tenho um plano - disse Matt, captando a atenção dos demais.
- Continua - incentivou Philipa, sorrindo desesperadamente.
- Podes parar? - perguntou Henry, sentindo um arrepio na espinha - Essa cara é muito estranha.
- Desculpa - disse Philipa, mantendo uma expressão séria.
- Eu posso lançar-lhe um feitiço de adormecer - explicou Matt - Tipo daqueles que lançamos aos trolls e assim, mas não vos dou a certeza que irá funcionar. Este cão é mil vezes maior que um troll.
- É melhor isso, do que nada - constatou Sophia - Pelo menos, saberemos que tentámos.
- Se todos estiverem de acordo - disse Matt, esperando por uma resposta dos colegas. Todos acenaram positivamente, fazendo o bruxo sorrir - Muito bem! Acho melhor afastarem-se.
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A Fairytale Dream
FantasíaPhythox é um mundo onde todas as lendas e mitos são reais. Sophia e Philipa são duas irmãs que, embora não conheçam as suas origens, vivem em completa harmonia com Phythox. Porém, tudo muda, quando a chegada de Mara as faz descobrir que estão prest...