Capítulo 25

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Na cozinha, circulava uma série de aromas maravilhosos. Pães acabados de fazer, croissants saídos do forno, sumos naturais prontos a serem servidos, ovos mexidos e bacon, café fresco e chá acabado de preparar,... Todo o tipo de aromas que faz a barriga roncar, mesmo que esteja cheia.

Após colocarem tudo na mesa, o grupo sentou-se, pronto a devorar tudo o que se encontrava na mesma. Todos começaram a encher os pratos e, servindo-se dessa distração, Sophia dirigiu-se aos quartos, para verificar o estado de Nate.

A moça percorreu o enorme corredor em silêncio e abriu a porta do último quarto, localizado no lado direito. Era um compartimento grande, dominado pela escuridão. A partir da luz que provinha da porta entreaberta, deixada por Sophia, era possível reparar na presença de uma figura masculina, deitada sobre os lençóis de seda da enorme cama, situada no centro do quarto. As paredes eram decoradas com variados quadros abstratos e algumas plantas. Ao fundo, havia uma enorme janela com cortinas azuis escuras opacas. O chão era feito de madeira de pinheiro, escura mas impressionantemente macia.

Sophia adentrou no quarto e fechou a porta, dirigindo-se para os enormes cortinados. A moça afastou um pouca uma cortina, permitindo que a luz da manhã ilumina-se um pouco o quarto. Ao lado da cama, estava uma poltrona, na qual a Sophia se sentou, enquanto olhava para a face serena de Nate.

O anjo dormia tranquilamente sobre os lençóis. Tinha um ténue sorriso nos lábios e o seu peito subia e descia, em movimentos consecutivos, acompanhando a respiração do mesmo. Sophia sentiu-se um pouco aliviada com tudo. A moça preocupava-se demasiado, sobre todo o tipo de coisas e, quando soube que Nate ficara ferido, entrou em desespero. O anjo estava ali para corrigir os seus erros, mas não deveria morrer por eles. Pelo menos, era esse o pensamento que Sophia tinha em mente.

A moça admirou a cara serena de Nate por mais uns segundos e levantou-se, disposta a abandonar o quarto e a deixar Nate descansar. Sophia dirigiu-se para a porta de madeira e abriu-a com cuidado, para não acordar ninguém. Quando ia a sair do quarto, Sophia ouviu um sussurro e virou-se, deparando-se com um par de orbes luminosas e um sorriso divertido.

- Não é correto abandonar um doente enfermo, minha rainha – comentou Nate, mantendo o seu sorriso brincalhão no rosto – Nunca se sabe o que lhe pode acontecer.

- Muito engraçado, Nathaniel – refutou Sophia, encostando a porta e dirigindo-se para a poltrona.

- Estavas preocupada comigo? – perguntou Nate curioso mas, ao mesmo tempo, lisonjeado.

- Talvez – admitiu Sophia, ficando vermelha – Tu és meu amigo, é normal que eu fique preocupada. Além disso, o facto de nos estares a ajudar para corrigires os teus erros não justifica a tua morte.

- Quem te disse que eu só vos estou a ajudar por essa razão?

- Eu não disse que essa era a única razão.

- Ainda bem, porque essa é a mais pequena das razões, para eu estar a fazer isto.

Sophia encarou Nate confusa. Que mais razões teria o anjo para as ajudar? Poderia ser a amizade deles ou até a promessa que tinham feito, mas, por alguma razão, não parecia essa a razão que estava na base de tudo aquilo.

- Que mais razões terias tu para nos ajudares? – perguntou Sophia, incapaz de conter a sua curiosidade.

- Todos temos os nossos motivos, minha rainha – respondeu Nate, sentando-se na cama – Alguns são mais fortes que outros, mas acredito que sejam todos igualmente válidos.

- Os fins justificam os meios? – perguntou Sophia, sabendo que não iria descobrir as verdadeiras razões de Nate.

- Nem sempre – admitiu o moço, um pouco cabisbaixo – Acho que eu aprendi da pior forma que nem todos os fins justificam os meios utilizados.

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