A Fairytale Dream

Capítulo 32

Sophia, Mara e Henry seguiam Theo por entre a multidão, tentando, a todo o custo, alcançar a porta que dava acesso ao corredor principal. De lá, eles poderiam seguir pela escadaria lateral, que dava acesso ao segundo andar, onde, no canto mais remoto, se encontrava a majestosa, mas secreta, biblioteca de Silverwyvern.

Assim que chegaram à porta, os quatro foram parados por duas lanças de prata, que se cruzaram, na frente deles. A segurar as lanças estavam dois guardas, dois metamorfos com a capacidade de se transformarem em enormes e ferozes leões, caso algum dos convidados fosse um problema. Era isso que aparentava estar a acontecer.

- Esta área é restrita – informou um dos guardas com voz grossa.

- Eu sei – afirmou Theo, com um sorriso condescendente – Porém, nós precisamos de passar.

- Temos ordens para não deixar ninguém passar, nem mesmo um consorte da rainha – declarou o outro guarda, com a voz igualmente forte.

Theo bufou. Ele não gostava de ser contrariado, muito menos impedido de fazer algo. Quando se tornou consorte da rainha, Theo usufruiu de uma liberdade total no reino, devido à sua posição e, agora, odiava ter essa liberdade reprimida.

- Bom, eu gostava de mostrar aos meus novos amigos que a diversão não acontece só dentro dos salões, se é que me entendem – comentou Theo, piscando um olho aos guardas – Penso que esse corredor me dá acesso ao piso superior e todos sabemos que o piso superior tem umas regalias que ninguém gostaria de rejeitar.

O guardas permaneciam imóveis. Nada do que Theo disse demoveu-os da sua tarefa.

- Caramba! – exclamou o moço – Querem que chame a Majestade, para ela comprovar em como temos acesso a esta porta? Não sei se ela ficaria muito contente... afinal, os seus consortes têm liberdade total.

Os guardas entreolharam-se e ergueram as lanças, permitindo a passagem aos quatro. Cumprir a sua missão era importante, mas garantir a felicidade e boa disposição da rainha era ainda mais importante, uma vez que os seus castigos poderiam ser bastante severos.

Os dois moços e as duas moças passaram pela enorme porta de ouro e seguiram o seu caminho pela escadaria lateral. Quando alcançaram o segundo andar, dirigiram-se para a parte mais remota do mesmo, deparando-se com um conjunto de trepadeiras.

Theo aproximou-se das trepadeiras e sussurrou algumas palavras, fazendo-as moverem-se, de modo a libertarem a passagem. Assim que as trepadeiras se moveram, deram lugar uma porta de madeira, decorada com pequenas saliências. Essas saliências continham as frases mais marcantes que a monarca tinha proferido, ficando gravadas, para sempre, naquele local que dava acesso a toda a informação de Phythox.

Theo empurrou a porta e deu passagem às duas moças e a Henry. Assim que os três entraram, Theo seguiu-os, fechando a porta, e permitindo que as trepadeiras voltassem para o seu lugar.

A biblioteca de Silverwyvern era majestosa. O chão era feito de madeira de eucalipto e as paredes estavam recheadas de trepadeiras, que lhes davam um aspeto mais natural. Ao longo de todo o compartimento, estendiam-se enormes e recheadas estantes de livros, organizadas por temas, cujos livros estavam organizados por ordem alfabética. Ao fundo, havia uma pequena secção, com algumas mesas, cadeiras, carpetes, pufes e almofadas, na qual as pessoas se podiam sentar, para apreciarem um livro, na calmaria daquele local.

Os quatro dirigiram-se para a estante intitulada Lendas e Mitos e começaram por procurar pelo volume que queriam. Embora estivessem organizados por ordem alfabética, os títulos dos livros estavam codificados, para impedir o roubo de informações.

- Isto vai ser muito mais complicado do que deveria! – suspirou Sophia, enquanto passava os dedos pelos diversos volumes que se encontravam à sua frente.