Capítulo 18

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O Dom dos Mares era uma magia ancestral muito poderosa, que podia apenas ser proferida pelas sereias da linhagem real. Fora uma magia criada pelo Anjo Guardião dos Oceanos, e doada à realiza submarina, para que todos os habitantes, quer de Phythox, quer da Terra, pudessem visitar o fundo do mar, sem complicações.

O Dom dava aos seus portadores uma cauda de sereia, juntamente com a habilidade de respirar debaixo de água. Durava apenas três horas e transportava os poderes dos seus portadores, também para debaixo de água. Aqueles que possuíam poderes incompatíveis com a água ficavam sem os seus poderes, enquanto todos os outros podiam utilizá-los à vontade.

Sendo filha da princesa Ariel, agora coroada rainha, Daisy possuía na sua linhagem o Dom dos Mares. Através de um simples toque no peito das pessoas, Daisy transformava-as em sereias e levava-as pelo mar adentro.

Daisy aproximou-se de cada um do grupo e tocou-lhes no peito. Após o gesto, eles dirigiram-se para o mar e, assim que tocaram na água, apareceram-lhes caudas de sereia. Mara olhava para a sua cauda azul-marinho fascinada. Nunca na sua vida imaginara que se podia tornar numa sereia.

- É fixe, não é? – perguntou Karina, abanando a sua cauda verde-esmeralda.

- É incrível! – exclamou Mara.

Daisy aproximou-se de Philipa que olhava para aquilo com um sorriso nos lábios. Não de alegria, mas de troça.

- Eles viraram peixes – constatou a moça, soltando uma gargalhada.

- E tu vais virar também – comentou Daisy, encostando a mão no peito de Philipa. A moça olhou-a com desdém, suspirou e avançou em direção ao oceano.

- É melhor tirares os óculos! – gritou Sophia do areal – Para não os molhares!

- Eu não consigo ver sem eles! – bufou Philipa.

- O Dom dos Mares permite-te veres melhor – anunciou Daisy – Por isso é que serve para toda a gente.

Philipa bufou mais uma vez, dirigiu-se ao areal, aonde tinha pousado as suas coisas e pousou também os óculos. Junto com os óculos estava a sua arma, um pouco impotente debaixo de água, e o arco e as flechas de Sophia. Assim que pousou os óculos, Philipa reparou que via melhor. Via como se estivesse com eles na cara. Mas, o mais estranho era que, se a moça os voltasse a colocar, ficava tudo na mesma.

Philipa dirigiu-se para o oceano e, assim que tocou na água, uma enorme cauda roxa, com pequenas lantejoulas vermelhas, ao longo da mesma, apareceu-lhe nas pernas e a moça caiu de rabo no chão.

- Odeio as sereias! – protestou Philipa, resmungando de dor.

- Eu ainda sou uma sereia – comentou Nora, que tinha a sua cauda de volta - Quer dizer, que me odeias?

- Talvez – respondeu Philipa, dando de ombros.

- Não sei como podes odiar estas coisas! – comentou Axel, abanando a sua cauda azul-escura, com alguns detalhes em tons mais escuros – É como se as minhas asas fossem teletransportadas para as minhas pernas.

- Que bom, Axel. – disse Philipa sarcástica – O problema é que ninguém te perguntou.

- Sim, sim, também te amo! – gritou o moço, enquanto Philipa se afastava, recebendo um dedo médio como resposta.

- É triste, quando o amor não é recíproco – comentou Nora, fingindo tristeza, enquanto segurava uma gargalhada.

No areal, faltava apenas Sophia, que ainda possuía um par de pernas. Daisy aproximou-se da moça e olhou-a com confusão.

- O que te aconteceu? – perguntou a princesa, apontando para a cicatriz no canto direito da boca de Sophia.

- É uma longa história – respondeu Sophia com um sorriso – Mas posso dizer que m tornou mais forte.

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