Capítulo 28

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Enquanto Sophia ficava na mansão a ter aulas com a avó, Philipa saía da mesma para se aventurar pelos bosques de Phythox. Num dia ensolarado, Philipa conheceu Melissa, uma caçadora de Phythox.

Ao início, Philipa desconfiava de Melissa, mas, à medida que os dias iam passando, Philipa formou uma amizade forte com a caçadora, saindo diariamente para a ajudar nas suas caças. Philipa estava proibida de matar algum ser, mas podia impedi-lo de fugir, caso isso acontecesse.

No presente, Philipa olhava chocada para Melissa. Não a via há algumas semanas, mas a caçadora tinha mudado radicalmente. Melissa tinha começado a matar. Pelo menos, era isso que aparentava.

Philipa estava prestes a enfrentá-la, quando ouviram os passos de corrida de alguns guardas a aproximarem-se do local onde estavam.

- Temos que nos esconder! – exclamou Karina, olhando para trás em pânico.

- São fugitivos de quem? – perguntou Melissa desconfiada.

- Dos guardas da Rainha das Bruxas – respondeu Philipa, encarando a moça – Eles tinham-nos prendido, mas nós fugimos.

- E, no processo, eles mataram uma de nós – relembrou Daisy tristemente. Ela nunca mais veria o sorriso de Nora ou ouviria o doce som da melodia da sua voz.

- Esperem, eles mataram alguém? – questionou Melissa.

- Uma sereia que era nossa amiga – respondeu Matt cabisbaixo.

- Isso muda tudo! – exclamou Melissa, fazendo o grupo assustar-se – Se um deles matou um dos vossos, sem que estivesse estipulado, ele tem que ser punido! Deem-me um segundo.

O grupo acenou positivamente a Melissa, assim que os passos de corrida cessaram e a caçadora afastou-se. A ruiva dirigiu-se para uma pequena toca que ali estava e bateu na terra três vezes. De lá, saiu um pequeno animal com orelhas de coelho, corpo de suricata e dentes de leão. Melissa sussurrou-lhe algo ao ouvido a que o animal confirmou positivamente. De seguida, a caçadora disse-lhe mais algumas palavras e o animal iniciou uma corrida veloz, para o meio da floresta.

O grupo olhava para a cena atónito. Ela tinha acabado de falar com um pequeno animal, afirmando estar a punir o assassino de Nora. Estaria a caçadora doida? Seria seguro confiar nela? E, mesmo que fosse seguro, o que poderia aquela caçadora fazer por eles?

- Philipa – chamou Sophia num sussurro. A irmã virou-se para ela com uma expressão neutra na face, algo que era incomum para Philipa – A tua amiga... ela... ela está bem?

- A Melissa? – questionou Philipa, apontando para a caçadora que regressava alegremente – Acho que sim. Quer dizer, a nível psicológico, parece-me bastante normal. Apesar de que eu acho que ela começou a ter hábitos que não tinha antigamente.

- Como falar com animais? – perguntou Sophia, incentivando a irmã a dar-lhe mais informações.

- Não, isso já acontecia – respondeu Philipa calmamente – Os caçadores comunicam com outros caçadores através dos animais. É mais seguro e eficiente.

- Estou a ver – comentou Sophia com um sorriso forçado na face.

As coisas, agora, faziam mais sentido, porém não deixava de ser estranho. Claro que em Phythox era comum alguns seres falarem com animais, mas era estranho passarem informações a partir dos mesmos.

Os tratados de paz abrangiam todas as espécies, menos as do reino animal e, mesmo que em Phythox, os seres não matassem animais para os comerem, havia algumas exceções. Vampiros e lobisomens precisavam de animais para sobreviverem e não os escolhiam a dedo. Mal vissem um que fosse apetitoso, atacavam-no sem pensar duas vezes. O que significa que poderiam abater um animal informador.

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