Capítulo 16

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Henry passou por entre as enormes copas das árvores dos bosques de Reddragon, até chegar a uma clareira, onde Sophia estava, sentada sobre uma pedra.

- Hey - cumprimentou Henry, sentando-se ao lado de Sophia, que observava o horizonte um pouco abatida - Eu sei que te magoámos. E lamento imenso por isso.

- Eu sei – admitiu Sophia – Mas eu não entendo porque não nos contaram. Somos todos amigos...

- Somos, mas nós fizemos uma promessa ao Nate, para não te contarmos nada. Nem a ti, nem às outras. Eu sei que o Nate te magoou, mas ele tinha as razões dele para o fazer.

- Passar sobre os meus sentimentos é uma boa razão? - perguntou Sophia, olhando para Henry.

- Achas que essa é a verdadeira razão dele? Achas que ele é burro o suficiente para estragar tudo por causa disso?

- Não sei. O Nate já fez muita burrada na vida dele. Não seria a primeira vez.

Henry soltou uma gargalhada.

- É verdade - concordou ele, fixando o seu olhar no horizonte - Mas, desta vez, é diferente. Eu sei que ele tem boas razões para o fazer e, lá no fundo, tu também o sabes.

- E que razões são essas?

- Não me cabe a mim dizer-to, Sophia. Isso é uma decisão dele. Uma decisão que ele tem que tomar e, quando achar que for a altura certa, ele irá contar-te.

- Como esperas de que eu esqueça o que aconteceu, se ele nem pode admitir a verdade?

- Não espero que esqueças o que aconteceu. O Nate tem que aprender com os erros dele. O que eu te peço é que estejas disposta a perdoá-lo, quando achares que ele o merece. Mas não sejas branda. Aquele Anjo tem que aprender - explicou Henry, piscando o olho a Sophia.

Ela sabia o que ele queria dizer com aquelas palavras. Ela sabia que Nate tinha que arcar com as consequências dos seus erros. Ela só não sabia se estaria disposta a sofrer ainda mais pelo Guardião do Sol.

Henry aproximou-se da moça e abraçou-a. Sophia encostou a cabeça no peito do melhor amigo e deixou as lágrimas rolarem por algum tempo. Henry ficou lá, o tempo todo, a confortá-la e a garantir que ela estava bem.

Passados alguns minutos, Sophia desencostou-se do moço e limpou as lágrimas, exibindo um sorriso melancólico.

- Lembra-te da promessa que fizemos – pediu Henry com um sorriso reconfortante – Não importa o que aconteça, não importa quando, mesmo nos teus piores momentos...

- Eu estarei sempre lá para ti. – completou Sophia com um sorriso nos lábios – Foi por causa dessa promessa, não foi?

- Foi. Ele precisou de mim, naquele momento, e eu não lhe podia negar ajuda.

- Tu sempre foste o mais nobre e bondoso de todos nós – admitiu Sophia com um sorriso tristonho nos lábios.

Henry sorriu e levantou-se. Sophia precisava de um tempo para pensar e o Príncipe sabia disso. A noite ainda seria bem longa, por isso, Sophia teria o tempo que necessitava para tomar a sua decisão.

- Henry - chamou a moça, fazendo-o parar e olhar para ela - As razões dele são boas?

- Se achares que o amor é uma boa razão, então ele tem a melhor razão de todas - respondeu Henry com um sorriso sincero nos lábios. Sophia sorriu, enquanto o Príncipe se afastava e voltou a encarar o horizonte.

O Sol parecia querer fugir e a Lua aparecia mais brilhante do que nunca. Parecia irónico, tendo em conta os acontecimentos dos últimos dias. E enquanto observava os dois astros a fazerem a sua rota, ela refletia sobre as palavras de Henry.

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