Capítulo 21

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Tinham-se passado algumas horas, desde que o grupo abandonara a sala na enfermaria. Daisy, Nora e Mara conversavam alegremente sobre os contos de fada. A humana queria saber mais sobre as incríveis histórias que ouvira na infância e as sereias eram as pessoas perfeitas para lhe explicarem tudo.

As três tinham falado durante horas sobre Phythox. Como fora formado, o seu passado, como foram erguidas as nações e como foram divididos os terrenos. Mara ficava fascinada a cada detalhe. Saber que um planeta, vizinho à Terra, ainda sustentava imensas monarquias, que funcionavam em perfeita harmonia, fazia o brilho do seu olhar aumentar.

Na escola, a moça tinha aprendido história. Aprendera como se formaram os impérios, os reinos, as ditaduras, as repúblicas e as democracias. Aprendera que, quando alguém tem o sonho de subjugar o mundo, nada acaba da melhor forma. Mas, acima de tudo, aprendera que, desde sempre, os egoístas aproveitavam-se dos mais fracos, para alcançarem o poder. Em Phythox, isso não era diferente. Também no planeta dos mitos e lendas havia pessoas que se aproveitavam das outras, para obterem poder. Era aquilo a que chamavam "a lei natural da vida". Os fortes roubam os fracos. Mas não deveria ser assim. Os fortes deveriam proteger os fracos. E Mara aprendera que, em muitas circunstâncias, foi esse mandamento que prevaleceu. Assim, como em muitos reinos de Phythox, esse mandamento prevaleceu.

O Alfa protegia a Alcateia. A Rainha das Fadas protegia os seus súbditos. A Rainha das Ninfas protegia a Natureza e aqueles que nela habitavam. O Rei dos Elementos estava conectado com o reino, protegendo todos aqueles que nele habitavam. A Rainha dos Mares protegia as suas sereias, dando-lhes a liberdade de se defenderem com unhas e dentes. A Rainha das Bruxas garantia a sobrevivência dos seus. O Drácula mantinha os servos da noite em segurança. Os mais fortes protegiam os mais fracos. Era isso que acontecia em Phythox e que permitiu que as monarquias prevalecessem no planeta.

Mara, Daisy e Nora conversavam alegremente, quando a luz invadiu os olhos de Sophia, obrigando-a a abri-los e encarar o ambiente que a rodeava. As paredes azuis davam um tom celestial ao quarto, que era salientado pela luz do entardecer, que invadia o mesmo através dos enormes vidros das janelas. Em todo o quarto estavam camas e poltronas, semelhantes às de hospitais e, entre cada cama, havia uma pequena mesa. Ao fundo, encostados à parede, estavam alguns armários com o que pareciam ser medicamentos e kits de socorro.

As vozes das três moças invadiram os ouvidos de Sophia numa explosão harmónica, fazendo os olhos da moça procurarem pela origem do som. Assim que os olhos pousaram sobre as amigas, que se encontravam numas poltronas à sua frente, um sorriso brotou dos lábios de Sophia. A moça levantou-se com certa dificuldade, mas suficiente para atrair a atenção das outras.

- Sophia! – advertiu Daisy, correndo para socorrer a amiga – Não deverias estar a fazer tanto esforço!

- Eu tenho que me levantar – informou Sophia, sentando-se na cama – Estão todas bem?

- Estamos. – garantiu Nora, com um sorriso alegre na face – A Daisy partiu um braço, mas já está no sítio, eu tive algumas feridas, que já cicatrizaram, e a Mara foi arranhada por um lobisomem, no braço. Ainda não cicatrizou, mas irá acontecer em breve.

- Tiveste sorte – anunciou Sophia, encarando Mara com um sorriso – Por ter sido apenas um arranhão. Se te tivessem ferrado, provavelmente, já terias virado uma deles.

- Mas tu foste ferrada e arranhada – constatou Mara, apontando para o ombro de Sophia e, seguidamente, para a perna enfaixada – E não viraste um lobisomem.

- A dentada de um lobisomem porta uma determinada quantidade de Mistlyn – explicou Sophia, sentando-se na beira da cama – Em seres sobrenaturais, essa mordida tem pouco impacto, uma vez que já não pode ser adicionado mais Mistlyn aos nossos corpos. No entanto, a mordida tem um forte impacto nos humanos, visto que vocês não possuem nenhuma quantidade de Mistlyn no corpo.

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