Capítulo 10

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Uma luz intensa invadiu os olhos do grupo, fazendo-os soltar um grunhido de dor. À medida que iam abrindo os olhos, uma expressão de confusão apoderou-se das suas faces.

À sua frente estava uma mesa coberta por uma toalha de cetim branca. Sobre a toalha foram dispostos os mais diversos pratos, desde frango assado com batatas a camarão frito. Enormes castiçais decoravam a mesa, juntamente com cestos de pão e jarras de vinho. À volta da mesa estavam dispostas várias cadeiras de veludo vermelho, à frente das quais se dispunham pratos, talheres e copos.

O grupo olhava para aquilo confuso. Não era suposto aquele ser o último desafio? Como é que aquilo parecia tão inofensivo?

- Vamos comer até morrermos? - perguntou Philipa, sorrindo, sarcasticamente.

- Duvido seriamente - respondeu Karina, ainda analisando o ambiente à sua volta.

Aquele corredor, diferente dos outros, tinha paredes de mármore preto. A cada dois metros, estava uma tocha, que ajudava a dar luz à respetiva divisão, dado que esta não possuía janelas nenhumas. O chão era feito de madeira, bem alisada e de cor beije.

- Parece que viemos parar aos calabouços - comentou Nate, analisando as paredes vazias - Isto é pior do que lá em baixo.

- Falas do Inferno? - perguntou Matt, juntando-se ao amigo.

- Pois, claro! Estaria a falar de quê? - perguntou Nate num tom brincalhão.

- Que bom que estão alegres! - exclamou Lilith, aparecendo duma porta que se localizava na lateral da divisão - Estes jogos são sempre melhores, quando as pessoas estão felizes! É mais divertido ver a alegria a esvair-se das suas faces, enquanto veem as suas vidas a abandonarem os seus corpos.

- Isso foi macabro - comentou Philipa, vendo a expressão horrorizada dos amigos - Afinal isto sempre é um jogo? Eu sabia!

- Esta sala não foi desenvolvida para ser um jogo - explicou Lilith - Foi feita para vocês recuperarem energias. Todos sabemos que enfrentar o Cérbero não é fácil. Além disso, como eu já disse, é mais divertido ver-vos sofrer, quando estão no vosso auge, do que ver-vos sofrer, quando estão a desistir. Por isso, aproveitem! - sugeriu ela com um sorriso na cara, que permitia ao grupo visualizar as presas da Rainha do Inferno.

Lilith desapareceu numa névoa, deixando os sete jovens confusos e sem saberem o que fazer.

- Eu acho que deveríamos aceitar a sugestão dela - declarou Philipa num tom confiante - Não é todos os dias que nos oferecem um banquete enorme, de graça!

- Eu creio que vamos ter que pagar com as nossas vidas - admitiu Sophia receosa - Mas devemos, de facto, restabelecer as energias e curar os nossos corpos.

Todos concordaram com as irmãs. Se queriam salvar as vidas delas, tinham que terminar o Corredor e, para o fazer, precisavam de força e energia para enfrentar o último desafio. Aquele que, por norma, seria o mais difícil de todos.

O grupo acomodou-se nas cadeiras que rodeavam a mesa, enquanto Karina e Sophia tratavam do tornozelo de Mara.

Karina esmagou umas plantas no almofariz, criando uma pasta verde. De seguida, Sophia cortou um pedaço, na zona afetada, das leggings de Mara e, após Karina lhe entregar a pasta verde, a moça espalhou-a pelo tornozelo de Mara de forma homogénea. A humana soltou um grunhido de dor, mas Sophia tentou confortá-la da melhor forma que podia. Karina passou-lhe então a liga, com a qual Sophia fez um curativo a Mara, mantendo a liga bem apertada, mas não demasiado. Quando terminou o curativo, a morena levantou-se sorrindo para a moça de cabelos negros.

- Tenta levantar-te, agora - pediu a moça que usava óculos.

A mais alta levantou-se com dificuldade, mas, assim que pousou o pé no chão, brotou um sorriso de orelha a orelha.

A Fairytale DreamOnde histórias criam vida. Descubra agora