No alto da Rocinha (2° temporada)

21

Lua🌜

Depois daquela discussão toda, eu tava sem entender nada, não sei o motivo que fez o Bryan ficar louco desse jeito, não quero ele perto de mim sem ele ter uma boa explicação.

Quando eu pensei que a briga tinha parado, o Bryan volta a falar alto com o Ph, e o Ph falava mais alto ainda, eu já tava esgotada dessa discussão besta. Em movimentos rápidos o Bryan sacou a arma e engatilhou para atirar no Ph, sem pensar duas vezes eu pulei na frente da bala por ele. Não iria deixar esse doido destruir uma família, mesmo ele conseguindo destruir a nossa.

Em questão de segundo eu caí no chão com o impacto da bala no meu ombro, todo mundo começou a correr para ver se eu tô bem, e o ph começou a provocar o perigo que tava imóvel me olhando.

Do nada o idiota do Bryan me pegou no colo e correu comigo pro carro, não demorou muito e ele estacionou no melhor hospital da sona zul, fiquei preocupada porquê ele não poderia se arriscar a ficar saindo por aí por causa da polícia.

Eles me levaram pra sala de emergência, e lá eles me deram uma anestesia e eu apaguei. Acordei com um pouco de dor no ombro, olhei prós lados e não tinha ninguém no quarto, apertei o botão da enfermeira e logo ela chegou.

Enfermeira: como se sente querida? Tá melhor? -falou olhando meu curativo.

- tô bem sim, só tô tentando raciocinar um pouco. -Falei sorrindo fraco e ela me olhou sorrindo.

Enfermeira: bom, tem visita aí fora querendo falar com você. Posso deixar entrar? -falou e eu já sabia que era o Bryan, concordei com a cabeça e ela concordou saindo do quarto.

Eu precisava conversar com ele, precisava enteder o porquê ele fez isso, só que eu não sei se consigo confiar nele de novo.

Fiquei olhando para minhas mãos até que escuto a porta se abrindo, não conseguia erguer a cabeça e olhar nos olhos dele, mas eu sabia que era ele por conta do cheiro do perfume.

Ele ficou parado na frente da maca e eu consegui olhar nos olhos dele, ele tava com o arrependimento estampado na cara, percebi que ele estava tremendo, fiquei encarando ele e ambos não conseguia falar nada.

Perigo: eu vou te entender se tu não quiser falar comigo.. -falou baixo e eu olhei pra ele sem entender.

- fala o que tu quer falar Perigo, tu precisa me dar uma boa explicação pelo show que tu fez hoje. -falei e ele abaixou a cabeça. - ótimo, como eu já sabia que tu não vai assumir teus erros, pode sair. -falei e ele me olhou negando.

Perigo: quando tu pediu pra mim ir pegar o leite da Maria no carro,eu saí da quadra e a Eduarda tava parada perto do carro, não dei nem moral pra ela e fui pegar o leite da Maria. Quando eu destravei o carro e peguei a bolsa da Maria, senti duas mãos no meios das minhas costas, eu sabia que era ela, por isso me virei e dei um tapa na cara dela, foi aí que ela começou a me perguntar um monte de bagulho, aí ela me falou que a Maria não parecia nada comigo.. que o morro inteiro já sabia que tu sentava pro Ph, que a Maria era filha dele, por isso que vocês eram tão grudado.. aí eu não aguentei, eu já tinha cheirado, bebido, fumado, o caralho a quatro,eu não me aguentei, e parti pra cima do Pedro... Eu vou te entender super se você não me perdoar, mas por favor não me proíbe de ver a Maria, eu não vou aguentar... -ele falou e eu senti sinceridade nas palavras dele.

- de novo essa garota, sabe Bryan.. eu cansei dessa história, tu tem que mandar a real pra essa menina, se eu voltar pra você não vou aguentar ver essa menina infernizando nossa vida de novo não! E tu também está muito errado, tu sabe que ela tá na favela pra te destruir, destruí nossa família... e mesmo assim tu não toma providências, tu quase matou teu amigo hoje, cara. -falei e ele escutava tudo de cabeça baixa.

Perigo: E eu sei que errei, mandei os menor ir atrás dela e levar pra salinha, se eu demorasse mais um pouco eu não iria achar ela nem no morro mais.. a vadia ja tava fugindo, mas consegui pegar ela, tá pressa sem água,comida, e dei a ordem pros menor descer a madeira nela, sem papo. -falou se sentando na maca e eu olhei pra ele que me encarou também. - volta pra mim nega.. -falou em um sussurro mais consegui escutar.

- eu nunca te larguei Bryan, só quero que você se organize, faça o que tem que fazer e crie juízo, aí dependendo eu volto pra casa, fora disso eu não consigo mais dormir contigo, sabendo que um dia tu me empurrou com tua filha no colo, quase matou teu amigo.. -falei e ele me olhou com os olhos cheios de lágrimas.

Perigo: lua por favor.. não vai. -falou deixando algumas lagrimas descer e eu já tava com vontade de chorar. - não sai do morro com minha cria, eu não vou aguentar ficar longe de vocês.. -falou pegando na minha mão.

- eu não irei sair do morro Bryan, só não vou mais morar na mesma casa que você,pelo menos por enquanto.. -falei e ele me olhou sorrindo.

Perigo: se tu quiser eu arrumo um barraco na favela pra mim e fico por lá, aí se fica na casa com as crianças. -falou e eu neguei obviamente.

- não, eu saio e você fica, afinal a casa é sua. -falei e ele me olhou com raiva.

Perigo: a cada é nossa Luana, NOSSA. -falou um pouco alto e eu olhei pra ele deixando uma lágrima escorrer. -ta chorando por que doida? Quer que eu chame uma enfermeira? -falou e eu neguei rindo.

- não precisa, eu só tô emocionada, coisa que tá acontecendo a dias comigo. -falei e ele ficou me encarando por um tempo.

Perigo: tu tem certeza que vai voltar pra mim.. pra nossa família? -falou sussurrando e eu olhei pra ele concordando.

- eu nunca vou deixar vocês, só preciso de um tempo, como você também precisa. Nesse tempo que ficarmos "longe" tenta mudar Bryan, cria juízo, maturidade, por que se acontecer de novo eu não sei se alguem vai ter a sorte de sair vivo..

Perigo: tá bom minha princesa, eu prometo mudar o mundo se precisar, mas não posso ficar longe de vocês.

Eu acho que sera melhor assim, precisamos de um tempo para pensar, criar maturidade porquê agora duas pessoas precisa da gente juntos.

Fiquei um bom tempo ali com ele, até que a infermeira avisou que o horário tinha acabado, ele me deu um selinho e saiu da sala.