No alto da Rocinha (2° temporada)

20

Perigo🤬

Eu voei pro hospital, não tava nem aí pra sinal, polícia, pra porra nenhuma, só queria minha mulher bem e longe de perigo. Cheguei e já entrei com ela nos braços, ela ainda tava acordada, mas um pouco fraca, não demorou muito e já vinheram buscar ela e levaram pra sala de emergência, não me deixaram entrar, tive que ficar sentado na recepção.

Fiquei olhando pro nada e as neuroses na cabeça, não tô entendendo por que eu perdi o total sentido, parti pra cima do meu braço direito, da pessoa que eu mais confiava, por conta de uma simples foto, mas quando a vagabunda da Eduarda disse aquilo meu sangue ferveu, relutei pra acreditar que fosse mentira, mas não deu.

Não demorou muito e meu celular começou a vibrar no meu bolso, não iria atender porquê eu sabia que era alguém pra palpitar em algum bagulho, mas quem disse que me deixaram quieto? Não desistiram, já estava sem paciência, então atendi.

Ligação on

Thay: caralho mano, onde vocês tão?

- aí Thay, trouxe ela pra o hospital aqui da sona zul, mas se for pra vocês vir e jogar os bagulho na minha cara, pode ficar por aí mermo.

Thay: eu vou aí sim! Tu errou e pronto Bryan, não tente achar culpa nos outros..

- tá bom Thayná, fé aí.

Falei e nem dei espaço pra ela argumentar algum bagulho, desliguei e coloquei me celular no bolso de novo.

Ligação off

Fiquei pensativo sentado ali na recepção, evitava olhar pra qualquer lugar, sabia que as pessoas estavam me encarando, aliás não era normal ver um homem cheio de tatuagem e com a blusa cheia de sangue por aí.

Thay: como ela tá? Os medicos disseram algum bagulho? -falou desesperada parando na minha frente e eu só encarei ela e depois desviei o olhar.

- ninguém falou nada até agora, levou ela pra emergência e não saíram de lá até agora. -falei com a voz fraca e ela se sentou do meu lado.

Rato: tu só vacila mano. -falou se sentando e eu encarei ele,que logo fechou a cara.

- eu sei que errei tá bom? Não preciso que ninguém admita meus erros. -falei me levantando e fui beber um copo de água. -como tá o Ph? Vacilei legal em ter partido pra cima dele. -falei me sentando e a thayna me olhou sem reação.

Thay: ele tá bolado contigo né, ele disse que se acontecer algum bagulho com a Lua ele vai te cobrar. -falou baixo me olhando de rabo de olho.

- mano, a vagabunda da Eduarda falou um monte no meu ouvido, me mostrou foto do Ph e da Lua juntos, como um casal, não tenho culpa, meu sangue ferveu mermo. -falei colocando a cabeça no meio das mãos e senti a mão dela nas minhas costas

Thay: tu tem que entender que na vida de vocês vão ter altos e baixos, e nisso não vão poder sair por aí matando um ao outro. Tu errou feio por não ter sido homem de sentar e conversar. Deixa eu ver essa foto aí. -falou me encarando e eu entreguei meu celular aberto na galeria, não demorou muito e ela achou a foto, mostrou pro Rato e o mesmo me olhou negando.

Rato: mano, essa foto aí foi quando tava tendo baile, que tu saiu e deixou o Ph cuidando dela, eles tavam na mesa com todos nós, só tiraram uma foto, nada a mais. -falou me encarando e eu prestava atenção em tudo que ele me falava, ali eu senti o arrependimento percorrer meu corpo, quase matei minha mulher por nada.

Thay: a melhor solução é tu ir conversar com ele pô, eu e o Rato fica aqui. -falou e eu neguei.

- nem fudendo, eu tenho certeza que ela não vai querer nem olhar na minha cara, preciso ficar aqui. -falei e ela me olhou concordando.

Thay: amanhã de manhã você vai atrás do Ph e vai pedir desculpas, e depois vai tentar conversar com a Luana, mas se ela não querer, não insiste.

- tá bom general. -falei fazendo gesto e ela riu me dando um tapa no ombro.

Tava um clima tenso, ninguém falava nada, até um médico vir na recepção e começar a falar.

Doutor: acompanhantes da senhorita Luana Azevedo. -falou olhando para todos que estavam ali e nós levantamos a mão e fomos até ele.

- como ela tá doutor? Corre algum risco?-falei eufórico e ele riu fraco olhando na tabela.

Doutor: calma jovem, ela tá bem, conseguindo retirar a bala do revólver sem nenhuma complicação. -falou e soltei um sorriso alegre.

Thay: podemos ver ela doutor? -perguntou com receio.

Doutor: claro, mas só quando ela acordar, demos uma anestesia para ela se acalmar e o efeito passa depois de 3 horas. -falou e eu resmunguei. -quando ela acordar e tiver consciente a gente vem chama vocês, boa noite. -falou se despedindo e voltamos para aonde estavamos sentados.

Rato: fica calmo mano, tenta ajeitar a coisas, só não perde a raba que tu gosta de das uns tapas. -falou batendo nas minha costas.

- será que ela me desculpa Rato? Eu acho que ela me odeia.. -falei com a voz fraca.

Rato: Col foi mano, vocês tão juntos aí quase 8 anos, não vão deixar o amor de vocês morrer por conta de uma briga?

- não sei se elanvai me perdoar. -falei e ele me olhou com uma cara de que tava tentando ajudar.

Rato: tu já tentou? Acho que não né parceiro, tu tenta com ela, depois eu vai atrás do Ph, moleque tá chateado pra caralho. -falou e eu abaixei a cabeça.

- até eu estaria né mano, tavamos todos bem, do nada eu vou lá querendo matar o mano por conta de uma vagabunda. -falei e ele sorriu de lado.

Rato: não vai ser fácil, mas acho que ele vai te entender, pode até ser que ele demore pra confiar em tu de novo, mas ele não vai conseguir ficar longe. -falou e eu senti uma ponta de esperança.

- aí mano, desculpa estragar o bagulho lá, era pra ser um bagulho daora pra todo mundo, mas eu como sempre estraguei tudo. -falei olhando pra ele que tava com a thay em seu colo.

Thay: relaxa irmão, desacertos são necessários para um relacionamento, mas tu vacilou, quase matou teu amigo e tua mina. -falou e eu sorri de lado.

Eu tava muito arrependido, não deveria cair nas provocações daquela vagabunda, mas amanhã quando eu for no morro me resolver com o Ph, a primeira coisa que eu vou fazer e pegar essa vagabunda e mandar pra salinha de tortura.

Agora seje o que Deus quiser, tomare que ela me perdoe, e que o Ph volte pro meu lado.