No dia seguinte, o primeiro a acordar, como sempre, foi Roca, que levantou devagar da cama, parecendo um zumbi, o pelo todo desarrumado e um fiapo de saliva saindo de um dos lados de sua boca, os olhos estavam ainda enevoados, como se sua consciência ainda não tivesse decidido entre o mundo dos sonhos e o mundo real, algo que o próprio corpo decidiu ao coçar os olhos.
O menino dos olhos diferentes deu um leve bocejo e olhou para baixo, vendo Dante ao seu lado, ainda aconchegado.
Essa visão fez três coisas passarem como relâmpagos pelos olhos do menino heterocromático: confusão, recordação e entendimento.
-Então aquilo não foi um sonho. - Ele disse ainda sonolento enquanto tocava a cabeça de Dante. - Parecia bom demais para ser verdade, mas realmente é a verdade... hu, e pensar que ainda a "pouco", eu estava relutante em aceitar essa fofura, que completa idiotice. "Não natural", o que deu em mim, hein? - Ele disse, acariciando o pelo marrom do outro. - Só podia estar louco, aquela vila está me afetando mais do que o esperado... decidido, não vou fazer nada hoje, vou me deixar relaxar. - Ele disse, agora se erguendo da cama e se espreguiçando.
O menino foi para a sua parte da cabana e se arrumou, deixando sua aparência novamente impecável, saindo logo em seguida.
Quando voltou a superfície, o menino sentiu o ar úmido o receber com uma brisa reconfortante, sentindo o sol lhe prover o seu calor divino também, a pouca, quase nada de neve no chão parecia bem fofa e quente (por ironia).
O menino andou poucos passos por aquele ambiente, buscando sentir cada coisinha, buscando sentir algo mais, o menino então girou, e parou bruscamente, se pondo suavemente em posição, um braço baixo e o outro alto sobre a cabeça, ele suspirou e com os olhos fechados, começou um ritual pessoal que fazia toda vez que voltava de uma dessas matanças.
Ele dançou, tênue como o ar, suave como uma brisa, constante como as ondas quebrando no mar, movendo os braços de maneira fluida e fazendo movimentos de pé e cintura que vibravam com uma energia alegre.
Do mesmo buraco de onde o menino dos olhos diferentes sairá , uma figura sonolenta apareceu coçando o olho, dando de cara com a dança matinal de Roca, algo que fez a figura manter o olhar de maneira permanente, a figura saiu das sombras para ter um ângulo melhor, deixando o pelo marrom brilhar ao sol enquanto seus olhos se iluminavam ao ver tal magnificên... espera aí, o lobo marrom fitava a parte inferior do corpo dançante de maneira no mínimo hipnotizada, em especial da cintura para baixo, ainda mais especialmente a cintura, que mais parecia um peão, rodando de um lado para o outro, indo de sentido horário a anti-horário, deixando a cauda se alçar pelo ar como uma grande bandeira branca.
O lobo albino então girou, como se estivesse em uma luta, e foi seguinte até o marrom de maneira suave, até chegar lá e com um rodopio, se abaixar até o nível de Dante, olhando a cara surpresa do pardo de maneira satisfeita, ele tocou o seu fucinho com o indicador e perguntou:
-Gostando do show?
-Amando, na verdade. - Dante olhou para Roca de baixo, quase salivando.
-Que bom, porque era para você mesmo. - Roca disse, com um sorrisinho e se levantando. -Acabei a dança dos mortos antes de você chegar.
-Desde quando você percebeu que eu estava aqui? - Dante disse, agora menos avoado.
-Desde que começou a subir as escadas, foi exatamente quando acabei. Foi bem conveniente. - Disse o menino branco, dando risadinhas.
-Você parece mais leve desde ontem. - Disse Dante, ao subir os poucos degraus até a superfície.
-Acho que só deixei tudo que me afetava ir embora. - Novamente disse Roca, ao sorrir. - Mas acho que o seu cheiro tem um dedo ou outro nisso também.
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Conto de uma história longínqua. (Furry) (Yaoi) (Lemon)
AdventureEm um mundo onde existem animais que podem andar sob duas patas, usar as mãos e mais umas coisinhas (dependendo da espécie, claro), um lobinho-marrom chega a distante ilha de melville, e lá, ele encontra algo que não tinha desde os 5 anos: uma famíl...