Cap23: A vila dos coelhinhos.

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Roca parecia irado por ter que passar por essa humilhação, seu rosto com uma carranca irada que parecia querer derreter o coelho a muitas passadas de si, enquanto rastejava pelo espaço um tanto apertado e que, a cada pisada, fazia cair areia em seu corpo, o que sempre desencadeava um resmungo por parte do lobo branco.

Dante parecia não se importar com a situação em que se encontrava, na verdade, parecia um estar usando seu cérebro em três tarefas: mapear o caminho da toca, criando um mapa mental com a imagem que tinha a disposição, usando outra parte do cérebro, ele tentava detectar perigo... e uma terceira admirava a visão traseira de Roca.

O caminho percorrido e mapeado serpenteava como um rio e parecia aleatório e infinito, essa sensação aumentando a cada instante que permaneciam naquele local apertado até que enfim chegaram aonde o coelho queria.

Todos os três chegaram em uma área um pouco aberta, um tipo de quarto cheio das mais diversas armas de curto alcance, adagas, facas, punhais e coisas assim preenchiam as paredes.

-Ai ai. - Roca comentou tocando em seu cóccix, que ele machucou ao cair da abertura na parede, que estava a um metro do chão.

-Desculpa Roca, acabei não conseguindo te avisar a tempo. - O lobo marrom disse sentido ao se ver bem.

-Acho que eu não ter percebido o declive ajudou também. - Roca disse se erguendo com ajuda de Dante.

O coelho então começou a limpar a garganta e disse algo, Dante respondeu na língua de maneira um tanto serena e o coelho deu de ombros, começando novamente a falar, gesticulando de um lado para o outro, mostrando as coisas da pequena toca, inclusive outros tuneis diversos, depois entrando em um deles depois de dar um sorriso.

-O que ele disse?

-Bem, ele disse que essa aqui é a casa dele, mas o local onde tem comida e por aquele túnel. - Dante disse, apontado para um túnel a esquerda e na altura dos pés. - Aquele outro leva a um rio subterrâneo, onde podemos tomar água e tomar banho. - O lobo apontou para outro túnel, este diretamente a frente do outro. - E tem esses, que levam ao salão de reunião, onde ele vai nos levar depois, ele quer nos mostrar para o povo dele.

-A última coisa que eu quero é ficar no meio de um povo cuja eu não sei o mínimo da fala.

-É só deixar comigo, fora que você é esperto, vai aprender a língua rapidinho.

-Não me parece tão fácil assim.

-Acredite, é muito mais fácil do que parece, você já percebe umas semelhanças com a língua dos lobos.

-Bem... vou tentar, até porque é para a minha sobrevivência.

-Muito bem, amor. - Dante disse, dando um beijo na testa de Roca. - Vou ali ajudar ele, acho que ele disse algo sobre no local de alimentação ter uma área de cultivo de plantas, acho que vai se divertir por lá.

-Vou dar uma olhada, tenta não começar outra caça aos lobos, tá?

-Vou tentar, tchau. - E assim, com um aceno de mão, o lobo marrom começou a trilhar aqueles túneis atrás do coelho.

-E eu... acho que vou seguir o conselho e dar uma olhada nessa plantas que os coelhos cultivam... aí mais túneis. - Roca disse, entrando no túnel de comida com certo desconforto.

Roca saiu do túnel e se remexeu para tirar a poeira que deixava o seu pelo quase marrom.

-Arrrr, ainda vou criar passagens menos poeirentas para esses orelhudos. - Roca disse, passando as mãos pelos pêlos. - Mas... devo dizer, é bem interessante.

Roca estava na entrada de uma sala não muito alta, onde o topo estava cheio de raízes, cenouras, batatas e coisas assim, penduradas no teto.

-Que jeito inteligente de não precisar ir a superfície para o plantio... mas não tem nenhuma planta medicinal por aqui. Será que o coelho se enganou? Não creio... será que essas raízes são medicinais se usadas do jeito certo? - Roca se questiona ao pegar e arrancar uma das cenouras.

Conto de uma história longínqua. (Furry) (Yaoi) (Lemon)Onde histórias criam vida. Descubra agora