Cap29: Um... início marcante?

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E assim foi, ambos seguiram adiante, barco abastecido, navio em condições, era uma viagem tranquila com os ventos em popa, os guiando para o "novo mundo" que não conheciam (ao menos, não de maneira plena).

-Como será que é esse lado do mundo? Você sabe, Dante? - Roca questionou a Dante, fitando o mesmo com um brilho curioso no olhar.

-Só histórias... sei que nesse lado do mundo é tão, se não mais frio que aonde estávamos, Roca. Dizem até que não existe verão aqui. - Disse com um q brincalhão, como se contasse uma história de terror a uma criança.

-Hu... se não tem verão, como os animais e pessoas se alimentam? - Roca questionou pensativo.

-... hahahahahahaha, aí, Roca, eu estou brincando, isso são só lendas, lá só deve ter um verão tão pouco quente que, para quem está acostumado com uma mudança radical de temperatura e aparência climática, deve parecer que não tem verão. - O lobo marrom respondeu rindo e bem humorado.

-Ah... faz sentido... - Roca disse pensativo.

-Não é? - Disse o lobo marrom, sorrindo para Roca e o abraçando.

-Dante, o navio. - Dizia um pouco encabulado pelo abraço repentino.

-Eu já cuidei de tudo, não se preocupa.

-Tem certeza?

-Sim.

- Toda a certeza?

-Sim, Roca, você quer se livrar de mim, é isso mesmo? Para estar insistindo tanto nesse ponto.

-Não! - O menino disse um pouco alto demais e corando ao perceber isso. - Só... não quero que saiamos da rota...

-E não vamos, relaxa. - Dizia dando cafuné em Roca.

-Tá... vou confiar em você... - O lobo branco dizia absorto naquele carinho... até que um som como o de um trovão cortou o ar, fazendo ele e Dante saltarem de susto. - O que... foi isso?

Dante olhou o céu, vendo que estava desnudo, as estrelas e a lua quarta minguante os observavam com autoridade em seu grande oceano negro celeste.

-Na-não... foi um trovão. - Disse tremendo.

-Eu sei. - Disse ele, com as orelhas erguidas enquanto abraçava Dante, o acalmando -E se não foi um trovão, devemos estar alertas... porque é algo tão poderoso quanto.

-Pe-pega... as suas coisas... eu estou bem... - Dizia ainda tremendo e se agarrando a Roca.

-Venha comigo então. - Disse o lobo indo para a cobertura, ainda com a guarda alta.

-O que foi isso?! - Ubiratã questionou saindo da tenda vestido com o casaco de Roca e armado com sua lança.

-Também não sabemos. - Roca disse olhando para todos os lados naquela maré calma para saber o que causou aquele barulho.

-Roca. - Disse Piatã, entregando o arco e a aljava do lobo.

-Obrigado. - Disse arrancando o casaco do cervo (que deu um leve resmungo de desconforto) e se armando com o arco. - Estejam preparados.

-Sempre! - Disse Ubiratã, olhando para a água.

Eles se armaram e esperaram, o ar silencioso parecia um insulto depois daquele "trovão" repentino, ainda mais quando os quatro pareciam tensos, esquadrilhando céu e mar atrás da fonte do barulho... entretanto, logo toda a tensão se fez necessária, pois um rugido se ergueu do mar, um rugido que os atordoou de tal maneira a os deixar fora de combate por alguns instantes.

E, nesses pequenos instantes, mais trovões se elevaram... mas não eram trovões, eram explosões que se elevavam do mar como grandes gêisers múltiplos que abalavam as ondas calmas e faziam o navio dos meninos balançar de um lado para o outro de maneira violenta.

Conto de uma história longínqua. (Furry) (Yaoi) (Lemon)Onde histórias criam vida. Descubra agora