Cap 41: Mestre Di

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-Ok, obrigado pela comida. - Disse Piatã, pegando uma tigela de sopa vegetal. - Ubi!! Tá na mesa!!

Uma sequência de resmungou sonolentos se ergueu, e logo o cervo anão saiu da carroça, tropeçando no chão e caindo de cara no chão, mas se limitando a resmungar mais alto.

-Piiiiii, me carrega... ...

-Você tá ficando muito mimado, sabia? - O cervo mais alto disse, revirando os olhos, deixando a sopa ali e seguindo até o amante, o pegando pelas axilas e o erguendo. - Eu ficar sendo fofo com você tá te deixando assim, é?

-Sim, e não para. É a única coisa boa de ser pequeno... - O cervo menor disse, sua cabeça estava pendendo de lado, ainda meio dormindo.

O cervo maior revira os olhos e dá um sorrisinho, voltando aonde estava e se sentando de pernas cruzadas, deixando o cervinho lá, que ficou encostado no amante, se permitindo ser alimentado por ele.

Tudo isso era visto pelo lobo marrom, que estava usando uma faca para talhar uma flecha nova, tentando com todas as forças não olhar para o casal a frente de si, os últimos dias foram dele tentando realmente não pensar demais sobre Roca, ou sobre como o resgatar, mas a inquietude o assolava constantemente, noites mal dormidas, comer e beber a contragosto e constante uso das mãos para se manter distraído era a sua rotina atual.

-Querem...só comer, por favor? - Ele diz, fazendo óbvia força para não soar hostil.

-Eita...ok, ok, desculpa. Ubi, você ouviu, deixa de manhã.

-Huuuuuuu... ...mas aqui tá tão gostosinho... ...quero ser mimado mais... - O anão disse, se agarrando ao seu amante.

Piatã só pode sorrir amarelo para Dante, que olhava, completamente exausto para os dois, e então suspira, se levantando.

-Vou caminhar um pouco. - Ele diz enquanto segue adiante, sem dar chance a ninguém de o deter.

Tendo em pose somente uma faca, ele seguiu, fazendo cortes aleatórios nas árvores por onde passava, com um olhar perdido, cansado e triste no rosto.

O lobo então parou ao ver uma raposa viajante, ele ostentava um bigode chinês longo, suas vestes eram simples, e, tentando por de novo nas costas, uma grande mochila.

Dante olhou o idoso com dificuldade e foi até ele, o ajudando a por a mochila nas costas.

-Pronto, senhor.

-Obrigado, meu filho. Essas velhas costas não servem mais para carregar tanto peso. - O idoso disse, risonho.

-Imagino...- Dante respondeu, sem forças, mas tentando soar amigável e até dando um leve sorriso.

O homem o olhou, seus olhos pequenos e sábios olhando Dante como se o conhecesse, como se visse a alma dele. - Você...parece estar abatido, meu jovem. Algo lhe aflige?

-Muitas coisas, senhor. Mas quem não, não é?

-Entendo...imagino que seja um viajante também, sua garganta ainda não se acostumou com a Mǔyǔ.

-Não. É...uma língua diferente das que eu falava normalmente...mesmo que eu reconheça alguns traços...

-Entendo...passei as mesmas dificuldades quando mais novo.

-Imagino, senhor.

-Hoho...- A raposa ri. - Me permita uma caminhada, meu jovem. Deve lhe fazer bem.

Dante olhou para o idoso e pareceu ponderar e então respondeu. - Sim, acho...que estou precisando.

O idoso sorriu e começou a andar, Dante o seguindo.

Eles andaram bastante, Dante mais focado no próprio interior que na sua companhia atual, o homem, por outro lado, parecia ler Dante.

Conto de uma história longínqua. (Furry) (Yaoi) (Lemon)Onde histórias criam vida. Descubra agora