Cap11: O amor dá frutos doces como mel.

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Ele passou rapidamente pela cabana onde seus pais ainda viviam, e decidiu que não os visitaria, como sempre, deixaria para o dia seguinte, ele realmente não estava em condições naquele dia, bem como estaria em outros.

Ele passou pelo lago e hesitou momentaneamente, claramente tentado a tirar o que quer que o incomodava de sua pele, ele cedeu, correndo os 10 metros que o separavam da lagoa, ele arrancou as roupas com um só movimento e se submergiu em um só salto.

O banho foi conturbado, o menino submergia por vários segundos, e quando retornava superfície, pegava a barra que o pai usava e raspava toda a pele visível com desespero. Depois de terminar o próprio banho, ele lavou suas roupas tão desesperadamente quanto a si mesmo, isso tudo enquanto murmurava de maneira tristonha e desesperada:

-Por que? - Repetindo isso inúmeras vezes até o fim daquela lavagem

Quando terminou, sua pele parecia irritada, mas ele a escondeu com a roupa impecavelmente limpa agora, e voltou a sua corrida para a casa.

Ele chegou em uma parte da floresta que qualquer um teria passado direto se não fosse muito perceptivo, ainda bem que além de perceptivo, Roca quem morava ali.

Roca chegou perto de uma árvore e suspirando, tirou de seu pé, um montinho de neve, deixando a mostra, um trançado de fibras vegetais, Roca o arrancou também, agora vendo um caminho de porão, o menino desceu, não antes de esconder novamente a entrada

Dando de cara com uma oca igual a qualquer uma, somente uma coisa era diferente naquele ambiente, a figura que estava em frente a fogueira, um lobo marrom que já fitava a escada.

-Pontual. Como sempre, Roca. - O lobo disse com tom sereno, sorrindo também.

-Nem tanto, Dante. - O menino disse, um tanto melancólico.

-Isso ainda te afeta? - Dante manteve o tom sereno.

-Sim, na verdade, ainda mais do que da última vez. - O menino dos olhos diferentes disse, arrancando o casaco marrom e os equipamentos e o deixando nos cabides e suportes ali presentes. - Tive que tomar um banho antes de vir para cá, senti que ia vomitar se não fizesse.

-Por que você continua nisso, Roca? Isso não te faz bem. - O lobo marrom disse, sereno.

-Só... preciso fazer isso, Dante. - Roca disse, se sentando ao lado de Dante.

-Não precisa, Roca. Eles não lhe deram nada, só tiraram, então você não "precisa" fazer nada para eles. - Disse o lobo marrom, ainda sereno.

-Eu sei, Dante, mas... não consigo. - O menino dos olhos diferentes disse, com um suspiro cansado. -Por favor, só quero descansar disso, podemos conversar depois?

-Claro. - O lobo marrom disse, ainda sereno, apesar de claramente frustrado. - Quer comer? Tem carne, ainda está quente.

-Obrigado. - O menino respondeu com um sorriso exaurido de sua essência alegre, pegando uma tigela naquele vão e arrancando o pedaço de carne com as garras.

- Tem algo em mente sobre os experimentos? - Dante disse, ao se levantar e ir para uma escrivaninha, ao lado esquerdo de Roca.

-Não, mas... vi algo curioso. - Disse o menino, falando nas pausas das mordidas.

-Curioso como?

-Agora a pouco, quando estava prestes a acabar os 7 dias... vi dois cervos... naquela situação. -O menino disse, tomando cor.

-Isso é normal, Roca. Ja deveria estar acostumado. - O tom sereno que Dante mantinha se tornou algo mais risonho.

-Eram dois machos. - O menino disse, meio irritado, dando mais uma mordida.

Conto de uma história longínqua. (Furry) (Yaoi) (Lemon)Onde histórias criam vida. Descubra agora