Cap 33: Mais uma terra para se despedir

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Os dias e noites então passaram correndo e logo, os lobos perceberam que tinha se passado 6 meses, eles tinham se enturmado com os cangurus e já se sentiam parte daquele lugar (inclusive, eles e os cervos, a não muito tempo, tinham se tatuado, aquilo era uma honra para os cangurus), mas, o mais importante, claro: eles coletaram informações e conseguiram enfim arranjar coragem para o dia de hoje: o dia da volta deles a estrada.

-HAAAAAAAA, NÃO QUERO IR NÃO!!! - O cervo anão, Ubiratã (que, por sinal, se encontrava sem chifres) falou, agarrado ao seu feno de dormir.

-Mas temos que ir, nós...por que a gente tem que ir mesmo? - Piatã (que também estava sem seus enfeites naturais de cabeça) disse, se dirigindo aos lobos.

- Porque aonde estamos pretendendo ir, tudo é melhor e mais interessante, não é, Dante?

- Sim, ao menos aonde eu estava era...mas eu lembro que essa parte do mundo era bem bonita e avançada.

- Viram?

-Hu, não tô a fim não, para mim, aqui já está ótimo. - O cervinho disse, birrento.

- Mesmo que não queira, a gente quer, então seguiremos viagem, se quiser, pode ficar aqui. Acho que já é suficientemente longe para que os lobos não os incomodem. - Dante fala sorrindo.

- Bem...na verdade, espero acabar a nossa jornada nesse tal lugar fantástico. Quero ver o quão maravilhoso é o mundo fora daquela ilhazinha. - Piatã fala com um pequeno brilho no olhar.

- Huuuuu, Piiiiiiii, não faz isso comiiiiiiigo. - Disse o pequeno cervo, implorando ao maior enquanto o escalava.

- Não, eu quero, então vou te arrastar comigo. - O cervo maior dizia bem humorado, abraçando seu amante com carinho enquanto o cervo menor resmungava.

- Bem, vamos deixar vocês a sós, vamos falar com os chefes e ver se o navio está pronto, depois, já poderemos partir. - Disse Roca, sorridente enquanto mexia em sua bolsa de medicamentos.

- Juízo hein, meninos. - Dante disse meio que de brincadeira.

- Tá, tá, só vão! - Ubiratã disse emburrado, ao que Roca só rio e seguiu.

Dante e Roca então começaram sua andança pelo vilarejo, que, diferente do início da estadia deles, estava mais receptivo aos lobos, os cidadãos sorriam e acenavam para eles de maneira amigável a medida que passavam, os que não o faziam, mandavam olhares para eles, por nada mais, nada menos que as marcas dos dois, Dante mantinha marcas brancas em seus pelos e o Roca (chamando a maioria das atenções) com suas marcas vermelhas, e assim foi até eles chegarem na cabana do chefe.

Lá ambos se ajoelharam como era de praste e ergueram as cabeças logo depois.

- O que me trazem hoje? - Yannatahan questionou sério, era o um dos poucos fora o chefe que não amoleceram ou abaixaram (completamente) a guarda contra os lobos.

- Um elixir. Aquele que comentei anteriormente, está mais concentrado que os últimos que fiz. - O menino dos olhos diferentes disse erguendo o dito elixir.

- Hu. - O canguru ergueu o braço e pegou o frasco, o analisando. - Acatarei como o tributo do dia.

- Pois bem, senhor. - Roca respondeu.

- O barco de vocês está preparado, se quiserem vê-lo, basta irem a praia. - O chefe Tuana disse meio de guarda baixa.

- Agradecemos, chefe Tuana. - Dante disse ainda de cabeça baixa. - Se possível, partiremos ainda hoje.

- Que os ventos estejam em popa. - Disse Yannatahan, sua sequidão era quase avassaladora.

- Digo o mesmo. - O chefe comentou um pouco mais terno que o seu conselheiro.

- Obrigado. - Ambos os lobos falaram juntos.

- Dispensados se é só isso o que queriam. - O conselheiro disse.

E assim, ambos assentiram, se ergueram e se viraram, indo embora.

-Mesmo depois de tanto tempo, ele ainda é seco. Isso é um saco. – Comentou Roca, na língua dos lobos, sabia que falar mal do líder e/ou do conselheiro era idiotice na língua em que todos os cangurus pudessem o entender.

-Um pouco, mas é dele. E faz sentido, afinal, chegamos aqui do nada e vamos sair daqui do nada também. – Dante continuou, na mesma língua.

-Bem...é. – Ele falou rindo minimamente.

Eles então começaram a conversar sobre coisas aleatórias, andando calmamente até aonde estava o barco.

Lá, alguns poucos cangurus o analisavam e davam os toques finais.

-Como ele está? – Roca pergunta olhando os trabalhadores.

-Bem, senhor. Fizemos como nos foi instruído. – A segunda fala, ele dirigiu a Dante.

-Vejo. – O lobo marrom comentou, indo para a embarcação e a tocando, tentando achar alguma falha, ele vasculhou o casco e até viu a parte de dentro a embarcação. – Bom, está ótimo. Perfeito para irmos hoje.

-Ainda hoje, senhores? – Um dos cangurus perguntou um tanto surpreso.

-Sim, achamos que já usufruímos demais da hospitalidade de vocês. – Dante disse sorrindo enquanto saia do barco.

-É. – Roca complementou

-Bem...seria realmente o ideal, deixar o barco esperando seria meio desagradável.

-Sim...estamos pensando nisso também. Por isso iremos hoje.

-Pois bem...o barco já se encontra pronto, só necessita de suplementos.

-Os conseguiremos sim. – Roca sorriu e levou Dante consigo para longe.

O lobo branco e o lobo marrom colheram e caçaram um pouco até que, enfim, conseguiram os recursos, quando perceberam tal coisa, eles voltaram para o barco, onde os cervos e os cangurus.

-Bem...cremos que essa seja a última vez em que nos veremos, não? – Dainan falou sorriu, ajudando Ubiratã a subir no barco.

-Última não. Sejamos positivo. – Roca disse, dando tapinhas nos ombros de Dainan.

-Bem...vamos tentar.

-Vamos sentir saudades, sacos de pancada. – Bearthan disse com um sorriso confiante.

-Nós também, saco de pancada maior. Nós também. – Dante disse o abraçando e sendo retribuído.

Os quatro então assentiram e os lobos entraram no barco e deram partida, olhando para trás, eles davam adeus aqueles cangurus e aquela terra.

Conto de uma história longínqua. (Furry) (Yaoi) (Lemon)Onde histórias criam vida. Descubra agora