Cap 36: Duplipensar escravidão

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- Como assim "o Roca sumiu", Dante?! Isso é impossível a gente só foi ali!! - Ubiratã exclama, olhando ao redor enquanto um certo pânico se apodera de seu olhar. - Merda, Rokita!!! Se isso é uma brincadeira, é de um puta mal gosto!!!

- Eu já procurei em todo o lugar, o cheiro dele...não sinto mais nada fora da cama. - O lobo marrom diz, trêmulo, segurando com força o lençol com manchas vermelhas que provavelmente estava usando para rastrear Roca.

- Como assim, porra?! - Ubiratã fala antes que Piatã falar.

- EU NÃO SEI!!! - Dante exclama, em um misto de ódio e tristeza, se virando, em lágrimas para os dois cervos. -  Não tem nada!!! O cheiro dele ou desse sangue no chão não leva a lugar nenhum!!! Eu não sinto cheiro de mais nada!!! Eu não posso adivinhar o que aconteceu, porra!! - Ele exclama, começando a chorar e soluçar, Pi indo até ele para o consolar, enquanto Ubi abaixava a cabeça, a incredulidade o impediu de ver que quem mais estava sofrendo no momento, era o próprio lobo marrom.

...

...

Roca, aos poucos, sentiu sua consciência voltando, a primeira coisa que sentiu foi um aperto incômodo nos pulsos e perto dos pés.

O lobo rosnou e os moveu, ouvindo um tilintir metálico que chamou sua atenção, afinal, nunca tinha ouvido algo assim antes.

Abrindo os olhos, o lobo ergueu as orelhas de susto, estruturas metálicas estavam conectando seus pulsos e seus pés, as conexões metálicas, mesmo quando Roca forçava-as com o máximo de força, não rompiam, quando ele as mordia e arranhava, elas mal ganhavam arranhões.

O lobo branco começou a hiperventilar, em desespero pela falta de mobilidade (sua principal arma), por não saber onde estava, que horas eram ou sequer o que estava acontecendo.

- Vai dormir. - Uma voz grave e sonolenta disse para Roca, em um idioma que ele identificou como o idioma dos felinos.

O lobo se calou na mesma hora, tentando respirar fundo, precisava de tempo, de recursos, informações, não podia se dar ao luxo de surtar.

Assim, o lobo respirou fundo e se recostou inconscientemente na madeira atrás dele, se permitindo dormir (ou tentar).
...

...

Dante estava vidrado, completamente vidrado, passará a última hora vasculhando pedra sobre pedra, em um desespero sem fim de achar qualquer coisa que fosse de seu amado ou daquele outro cheiro desconhecido, qualquer rastro, cheiro, pelo, qualquer mísera pegada que fosse, tinha que ter algo, qualquer coisa!! Ninguém é tão perfeito assim!!

- Dante, por favor, você está nisso a uma hora, não comeu nada até agora, vamos, ver descansar e- O cervo maior tenta o puxar pele enésima vez naquele dia, um estorvo de fato, não?

- Não, eu gastei tempo demais chorando, tenho que achar ele logo, não posso deixar que qualquer rastro que seja se esvá ainda mais! - O lobo marrom diz, de certo modo, eufórico, bufante.

- Por favor, isso não te faz bem...

- Me diga, então! O que me faria bem nesse momento?! Remoer a minha própria incapacidade?!! É isso?!! - Dante diz, bufando, se levantando de sua pose de quatro patas, se aproximando a passos fortes do cervo maior.

- Acho...- O cervo, acuado, olhava para o mar, para a areia, tentando juntar coragem. - Que você já está...se remoendo.

O lobo abaixou as orelhas e, instivamente, trincou os dentes, rosnando. - Eu só quero achar ele logo.

- E vai conseguir ainda mais rápido se descansar e esvaziar a cabeça, se pensar, sabe?...

Dante rosna mais um pouco para Piatã antes de...simplesmente se virar e correr, correr como nunca enquanto ouvia seu nome ser chamado por Piatã.

Conto de uma história longínqua. (Furry) (Yaoi) (Lemon)Onde histórias criam vida. Descubra agora