Cap14: A vila de presas fáceis e a descoberta.

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Os dois lobos se escondiam debaixo dos seus mantos, se dirigindo para a oca circular, a medida que andavam, eles viam muitos feridos e enfermos pelas ruas, sendo tratados as pressas por outros cervos, sim, do mesmo clã e raça que os que ele matou anteriormente.

-De vez em quando, me arrependo de ter derrotado o Aucaman, eu me sentiria menos mal sendo maltratado lá do que ser obrigado a mata-los só para trata-los... isso está me destruindo Dante. - Disse Roca, baixinho, enquanto via aquilo tudo.

-Já disse que você não precisa fazer nada, é só parar, eu te ajudo. - O lobo marrom, respondeu caloroso.

-Sabe que eu não consigo... mesmo vendo isso tudo, eu não consigo...

-Talvez você sozinho, não. Mas eu estou aqui, e agora posso te ajudar com o que precisar. - Dante novamente respondeu, segurando na mão de Roca.

Roca até abriu a boca para responder, mas eles já tinham chegado na casa do chefe, onde eles dois não se deram ao luxo de manter aquela compostura descontraída.

Entrando pela porta feita de traçados vegetais, eles entraram naquela oca, que além de ter o chão de terra, tinha somente duas camas de palha.

-Curandeiros, vocês retornaram. - Uma voz grave disse com alegria, em uma língua diferente da do que eles estavam falando.

O dono da voz, era o chefe da vila dos cervos, um cervo de uns 1,80, bem musculoso e com galhardas exuberantes, vestido somente de uma tanga, como o resto, mas como um diferencial, ele tinha rugas de velhice no rosto pré- terceira idade, olhos que irradiavam sabedoria advinda de anos de vida, e claro, um cajado que imitava as suas galhardas.

-Maitê nos convocou, e sabendo que o matador regressou a sua morada, decidimos ver os estragos. - Roca disse, vindo a frente, falando o mesmo idioma de maneira fluente e de maneira determinada.

-Ela foi a que menos está sendo afetada por isso tudo. - Disse o chefe, de maneira culposa. - Tive que pedir isso a ela, e ainda mais, tive que pedir a vocês, não consigo conter essa epidemia.

-Tudo bem, pelo pouco que vi e senti, não é algo muito grave, como sempre, posso usar essa casa como centro? - Roca novamente disse, mantendo um tom firme e confiante.

-Claro. - O chefe disse, ao chegar mais perto, e sair pela porta. - Chamarei o povo.

Deixando os dois lobos sozinhos, o chefe seguiu para fora da oca, e os deixou montar a área para cuidar dos feridos.

Quando montada, as pessoas começaram a entrar em fila, Roca cuidava dos casos mais graves de infecção e das feridas mais graves e Dante lidava dos casos menos graves.

A fila foi diminuindo ao decorrer do dia, e a noite, os últimos dois pacientes chegaram... um cervo pequeno acompanhando um outro maior que tinha o nariz quebrado.

-Dan, pode me ajudar? - Pergunta Roca a Dante na língua lupina, se referindo aos dois feridos.

Roca pegou o maior e Dante pegou o menor, ambos pondo os cervos em duas camas de palha diferentes.

-Você foi bem espancado, né, amigo? - Roca disse, ao analisar o cervo. - Nariz quebrado, coxa rasgada, ombro quebrado, como está o outro, Dan?

-Arranhões, a maioria superficial, ele só está esgotado e um pouco doente. Cuido disso.

-Ok, bem que esse aí deve ter cuidado desse aqui, por isso a exaustão... e o fato das feridas estarem bem tratadas, só preciso lidar com os ossos e com a cicatrização, vamos lá. - Disse Roca, começando a mexer na sua cesta.

E eles fizeram, lidando com ambos os problemas em pouco tempo, quando enfim se recuperaram, os dois se ergueram de suas camas... ou melhor, o menor se ergueu e pegou o outro, que agora usava uma tala e muleta.

Conto de uma história longínqua. (Furry) (Yaoi) (Lemon)Onde histórias criam vida. Descubra agora