· 𝚝𝚑𝚎 𝚝𝚑𝚒𝚛𝚍 𝚜𝚒𝚐𝚑𝚝 ·

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Algumas horas se passaram. Eu realmente estou o dia todo andando pela casa, falando com o vento e fazendo expressões e caretas estranhas na frente do espelho. Tudo para um bom resultado!

O dia passou rápido, muito rápido. E como eu não tinha mais nada para fazer, comi alguma coisa e fui dormir. Nada melhor do que estar descansada.

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O dia seguinte foi tranquilo, acordei mais cedo, o que é um milagre. Geralmente acordo depois das nove... O mundo está acabando de vez.

Resolvi sair hoje. Havia uma lanchonete aqui perto de casa e esse é meu principal destino. Nada melhor do que um café da manhã reforçado, não é mesmo?

Coloquei uma roupa simples, composta por uma calça social beje meio larguinha, uma blusa branca lisa e um tênis branco. Básico, confortável e super na moda! Katherine se orgulha de mim no off!

Peguei minhas chaves e saí de casa.
A lanchonete não era tão longe, mas prefiro ir de carro. Me sinto bem dirigindo, e sou ótima no volante. Engraçado não?

Não demoraria muito até chegar no estabelecimento, então optei por colocar fones de ouvido. Assim poderia continuar com a minha música mesmo fora do carro.

Liguei o celular colocando em minha playlist, "Dandelions, Ruth B" ecoava pelos fones, em um volume não tão alto, mas gostosinho.

Ligo o carro já me posicionando, engatando a primeira e logo depois a segunda, saindo com o carro.

Foi um caminho Pacífico, sem muito para se ver de diferente. Apenas pessoas, casas, prédios, lojas... Coisas do tipo.

Assim que cheguei na tão aguardada lanchonete, estacionei o carro por perto, pegando minha bolsa e desligando o carro. Logo caminhando pela rua, entrando na loja.

Eu costumava frequentar esse lugar muitas vezes, porém parei com o tempo. O trabalho fez minha cabeça, eu realmente precisava relaxar um pouco.

Me sentei em uma mesa próxima a janela, um pouco escondida, porém visível. Logo a atendente chegou e fiz meu pedido.

– Um Cappuccino, por favor. – Pedi educadamente para a mocinha que aparentava ter seus dezessete anos.

– Só um minuto, senhorita. Seu pedido já será preparado. – Ela foi gentil. Logo ela se curvou e virou-se à caminho do balcão, mas que garotinha educada!

Esperei por alguns segundos olhando em meu celular, vagando pela tela inicial com poucos aplicativos. Estava entediada.
O restaurante em si não é muito cheio, é calmo e vazio. Geralmente os mais velhos vem à esses lugares mais vazios. É magnífico a paz que transmite.

O cheiro do café e rosquinhas que esse lugar tem é perfeito! Particularmente eu amo.

Mergulho em meus pensamentos tendo a prestar atenção no sino da porta de entrada, que em poucos segundos transmite um breve e irritante barulho que quebra o silêncio até então confortável do local.

Não dou importância alguma em quem esteja aqui, nem se quer fiz questão de olhar para tal pessoa.

Senti passos vindo até a mesa atrás de mim, passando assim ao meu lado. A fragrância de seu perfume invadiu minhas narinas. É um homem, estiloso por sinal. Estava usando sapatos sociais, com certeza algum advogado ou empresário. Não me importo com isso no momento.

Meu cappuccino logo chegou, e a mesma mocinha que me atendeu, vai em direção ao senhor que estava próximo à mim.

– Senhor Joseph! Que boa visita! Irá querer o de sempre ou prefere optar por algo diferente? – A moça pergunta ao tal Joseph, pelo que me parece o homem vem muito aqui.

O de sempre Mia, pode caprichar, como sempre! – Sua voz grave e chamativa me deu certa curiosidade. Não parecia ser tão velho pela voz, talvez uns vinte e dois? Vinte e três talvez.

Tomei um gole prestando atenção sobre o cara que agora batucada os dedos na mesa, estava me segurando para não me virar e encará-lo de uma vez.

Dispensei tal pensamento ao ouvir a mesma música constante de toque do meu celular. Porém o mesmo estava desligado, ninguém estava me ligando.

Então de quem...?

– Alô? Jamie! Oh, sim! Estou bem. E você meu amigo? – O senhor pergunta ao celular. Mesma música? Bom gosto!

Não prestei atenção na conversa. Não era da minha conta, afinal. Apenas terminei de tomar a maravilhosa xícara de Cappuccino, relaxando sobre a cadeira macia do estabelecimento.

Não que eu esteja me sentindo em casa, mas eu amo essa lanchonete! Ela é aconchegante e suas comidas são uma delícia. As cadeiras são macias e confortáveis, não é cheio e quase nunca tem barraco. Como não amar um local calminho desses?

Suspirei pesadamente pegando meu celular. Dei uma lida no roteiro de Aliza mais uma vez observando cada detalhe. Cada expressão feita será mole como Maria mole! Vou arrasar nisso, certeza!

Involuntariamente deixei uma risada vitoriosa escapar, mas quem liga? Está tão vazio que não me importo com isso. Estou feliz.

Porém, uma ligação de Kate me deixa aflita. "O que aconteceu agora?", me pergunto atendendo.

– S/N, Por Deus! Me diga que está ensaiando direitinho! – Ela perguntou raivosa, parecia nervosa com algo.

– Ei, ei! Calma Kate, estou fazendo tudo como me pediu. Relaxa! – Digo calmamente.

– Querida, você sabe que eu odeio informação pela metade, e muito mais dar informação errada. Não é?

– Bom, sim. Esse é seu jeito. Mas o que houve? – Pergunto de maneira distraída, quase sem perceber sua afobação.

– Minha criança, preciso de você no studio às 14h! Hoje, S/n! O teste será hoje! – Ela disse irritada, e também decepcionada consigo mesma.

Não me surpreende. Estarei ai, preciso levar algo de importante além de minha presença?

– Não. Só seja pontual, e não se atrase de maneira alguma. Estarei te esperando! Beijos querida.

– Beijos Kate. – Logo em seguida percebo que a ligação já se encerrou.

Assim, olho para o celular, para a mocinha no balcão e dou um sorriso leve para a garota, logo a chamando para pagar pela xícara de cappuccino.

Não fiquei nem um pouco surpresa, apenas ansiosa. Logo seria às 10h da manhã, tenho tempo para reler meu roteiro, tomar banho, me arrumar e comer algo. Só ter paciência.

Paguei pelo que pedi, logo me despedindo sutilmente da garotinha. E, disfarçadamente observando o belo homem que havia se sentado atrás de mim.

"Uh, elegante."

Não evitei de pensar, o mesmo usava roupas sutis e sociais, porém sem gravata e blazer. Estava apenas, estiloso.

Deixei um leve sorriso escapar antes de me dirigir até meu carro, seguindo o caminho para minha casa, novamente.

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ALÉM DA ATUAÇÃO - 𝐽𝑜𝑠𝑒𝑝ℎ 𝑄𝑢𝑖𝑛𝑛. Onde histórias criam vida. Descubra agora