· 𝚃𝚑𝚎 𝚝𝚠𝚎𝚗𝚝𝚢-𝚏𝚘𝚞𝚛𝚝𝚑 𝚜𝚒𝚐𝚑𝚝 ·

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[···]

As compras que fizemos hoje mais cedo pelo aplicativo chegaram em algumas horas. Mamãe foi praticamente pulando de alegria, me contando sobre seu trabalho e como estava o Brasil durante esses anos que passei fora. Ela contava sobre o que Oliver fazia e me disse que ele arrumou uma amiguinha que sempre está indo para a casa deles. Descemos o elevador e mamãe tentou conversar com o entregador. No fim ela desistiu e só disse "Thank you, sir", com a minha ajuda. Angélica continuou tagarelando sobre seus colegas de trabalho e sobre como estava vivendo bem no Brasil. Não pude deixar de ficar feliz com essa notícia, além de rir de suas piadas ruins e de suas caretas e indignações com as próprias histórias que contava.

- E ela veio descaradamente me dizer que eu estava no setor médico errado. Na minha cara, acredita? - Disse indignada.

- Meu Deus, que mulher sonsa. - Vou no embalo da conversa, rindo feito louca.

- Não é pra rir! Eu falo sério! Ela ainda debochou da minha cara. Se agressão à idosos não fosse crime, eu bateria nela até ela perder a cara!

- Que medo, mãe! - Continuei rindo, levando ela a fazer o mesmo.

- Ta bom, pega o sal pra mim. - Ela me disse, apontando para o pote de sal, que eu tinha acabado de encher.

Minha mãe já estava cozinhando. Ela queria fazer peixe, mas acabou por ter a ideia de fazer lasanha. Eu, como uma boa amante da comida de dona Angélica, aceitei sem contestar. Mas Oliver, que é mais fresco que um poodle, disse preferir o peixe do que lasanha. Ainda acho que esse menino nasceu errado, com certeza ele veio com defeito, quem não gosta de lasanha?!

Ajudei minha mãe em algumas coisas, poucas, já que ela me proibiu de mexer na cozinha.

- O que você ainda ta fazendo aqui, vai tomar banho, S/n. Não preciso mais da sua ajuda, vaza da cozinha. Mete o pé, menina! - Ela praticamente me expulsou da cozinha. Então acabei por ir tomar banho, realmente.

[···]

Agora, depois de um bom banho e de roupas mais confortáveis e elegantes, estava eu e Oliver assistindo desenho na televisão. Praticamente só eu, já que ele não entendia quase nada do que falavam.

A campainha de casa tocou. Sabia quem era por ser a única pessoa que tinha intimidade o suficiente para entrar no prédio sem ter que ligar o interfone. O único ser que tocava a campainha da porta de minha casa.

- Tem alguém na porta. Fez algo para os seus vizinhos te chamarem essa hora? - Oliver disse sem tirar os olhos da TV.

- Não são meus vizinhos. - Respondi me levantando. Mamãe olhou pela porta da cozinha para a porta, me perguntando com o olhar quem seria. Eu apenas olhei pra ela, sem dizer nada.

Abri a porta, tendo a visão do homem mais maravilhoso do mundo. Sorri involuntariamente para ele, que me encarava de maneira fofa.

- Oi. - Ele disse.

- Oi. - Lhe respondi.

Continuamos nos encarando até que eu me dei conta que ele estava do lado de fora de casa, dando espaço para ele entrar.

- Uau, que cheiro bom. - Ele disse elogiando o cheiro que vinha da cozinha.

ALÉM DA ATUAÇÃO - 𝐽𝑜𝑠𝑒𝑝ℎ 𝑄𝑢𝑖𝑛𝑛. Onde histórias criam vida. Descubra agora