· 𝚃𝚑𝚎 𝚏𝚘𝚞𝚛𝚝𝚎𝚎𝚗𝚝𝚑 𝚜𝚒𝚐𝚑𝚝 ·

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· 𝚂/𝚗 𝚂/𝚜 ·

Abri meus olhos tendo a luz da janela os cegando. Forcei meu corpo a se levantar, estava dolorido e totalmente tenso. Me lembro de beber mais do que deveria e Joe me trazer para cá. Não sei o que eu disse e nem que horas fui dormir, a ressaca seria tensa e fortíssima, mas de que adianta sofrer. Não faria diferença.

Me levantei ainda sonolenta, mantendo meu corpo sentado na cama. Olhei para a janela que estava com as cortinas abertas, trazendo um frio para meu corpo nu. Espera... Corpo nu?! O que diabos aconteceu pela noite de ontem?!

Caminhei meu olhar lentamente para o outro lado da cama, vendo o homem ainda dormindo, e ao perceber o estado de meu quarto, arregalei meus olhos.

" Ele deve achar que sou uma puta oferecida! Como eu pude, talvez, forçá-lo a transar comigo? Se é que eu forcei. Ainda mais... Como eu pude me esquecer disso?! "

Levei o lençol até meus peitos descobertos, agora tendo um tecido cobrindo parte de meu corpo. Martelando minhas memórias, eu realmente havia me esquecido e não fazia ideia do que fiz ontem.

Levei um susto ao sentir mãos rodearam minha cintura, e uma respiração quente em meu pescoço. Foi inevitável um arrepio por todo o meu corpo.

Ele se manteve em silêncio, e eu permaneci da mesma forma. Estava envergonhada, nua, e totalmente arrepiada.

– Hm... Bom dia, Joe. – Criei coragem de dizer, minha voz saiu mais baixa do que eu imaginava, mas não tinha mais volta.

Bom dia, Princesa. – Sua voz foi abafada por meu ombro, que mantinha contato com seu rosto, apoiado em mim.

– Fiz muita besteira ontem, né? – Perguntei constrangida.

– Só um pouquinho, mas eu acabei te ajudando com isso. - Ele riu.

Me desculpa por te dar trabalho...

– Não se preocupa com isso, foi divertido. Você se soltou mais. – Joseph afastou o corpo do suposto abraço. Seu corpo também era coberto até a cintura. O que não me impedi de observar. – S/n? Você está bem? Parece distraída. Não sei.

– Ah, não! Eu estou bem! Sério. – Ri nervosamente desviando o olhar para seu sorriso leve. – Tudo tranquilo, eu só... – Apontei para o banheiro e o mesmo apenas concordou com a cabeça rindo. – É, isso... Eu já vejo você!

Peguei sua blusa que estava jogada em meu criado-mudo a colocando rapidamente. Me levantei indo para o banheiro à passos largos, é quando cheguei fechei a porta com cuidado. Me olhei no espelho, deslumbrando de minha bela imagem de cabelos bagunçados e esvoaçados, minha maquiagem — ou pelo menos o resto dela — manchando meus olhos e meu batom vermelho espalhado por toda a minha boca.

Resumindo: Eu estava um caos.

Suspirei pesadamente antes de tomar um banho e colocar uma roupa descente.

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Agora, depois de todo o vexame que passei e resolver não saber o que houve ontem, eu e Joe decidimos sair para tomar um sorvete. Até então eu estava com uma dor de cabeça fortíssima, mas nada que me impedisse de sair de casa.

– S/n? Você está me ouvindo? – Joe me perguntou e assim lambeu seu sorvete atento à mim.

– Ah, não. Desculpe, estava distraída. – Soltei uma risada breve fazendo o mesmo com meu sorvete.

– Eu estava falando sobre as filmagens, se, por um acaso, você gostaria de ajuda com o roteiro. – Ele deu uma mordida no sorvete depois fez uma careta, o que me fez rir.

– Bom, seria bom uma ajuda. Temos muitas cenas juntos. Pode ser uma boa.

– Legal! Nossa.

– Você vai ao estúdio hoje? – O encarei.

– Hum... Não. – Ele lambeu o creme gelado mais uma vez. – Você vai?

– Não.

Joe sorriu, e eu desviei meu olhar para o lado. Andamos um pouco pela cidade, conversando sobre um pouco de tudo. Ele me disse que quando criança ia pescar, e eu achei isso uma graça.

Falei também, que quando criança eu era muito introvertida, e não tinha muitos amigos. Mas em especial, havia uma garotinha que vivia me seguindo. Até hoje não me lembro do nome dela. Nunca conversamos, ela só estava lá. Sempre atrás de mim, sorrindo e me acompanhando.

– Mas vocês não se falavam? Então por que ela te seguia? – Ele perguntou curioso.

– Também não sei. Mas ela era muito fofinha. Estava sempre com um vestidinho azul florido. Eu achava muito bonito, mas nunca tive uma amizade com ela. – Gesticular com as mãos. – De qualquer forma, tive uma infância bacana.

– E o que te fez querer ser atriz, senhorita S/s?

– Sempre gostei da área. Foi algo que escolhi desde pequena. – Sorri levemente passando os olhos pela calçada. – E você?

– O mesmo. Sempre gostei de atuar.

– Você é um bom ator, mas algo me diz que você não é nada parecido com Eddie.

– Ele é o meu oposto. – Riu levemente.

– Exatamente!

·•••••••••••••••·

Já estava de noite. Passei a manhã e a tarde com Joe, tentando ignorar o ocorrido da noite passada.

Eu sai do banho tinha alguns minutos, estava olhando para o espelho de minha penteadeira enquanto penteava meus cabelos recém secos pelo secador. Ao lado, tocava uma música pelo meu celular. Sweater Wheather - The neighbourhood. Uma música calma, que depois de alguns minutos de música, foi cortada por meu toque de telefone, que fez o mesmo vibrar constantemente.

A tela indicava o nome de um conhecido. Alguém que se tornou importante assim que o conheci pela primeira vez. Aquele cujo consegue arrancar um sorriso de meu rosto.

A tela indicava o nome de...

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ALÉM DA ATUAÇÃO - 𝐽𝑜𝑠𝑒𝑝ℎ 𝑄𝑢𝑖𝑛𝑛. Onde histórias criam vida. Descubra agora