Prólogo

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(Passado)

10 anos atrás

Rodrigo

Vim trazer a marmita de comida para meu pai que trabalha aqui na fazenda Brandão e sempre que venho aqui fico admirado, esse lugar é tão grande que é fácim fácim se perde de vistas.

Avisto de longe meu pai sentado em meio aos outros peão debaixo de um grande ipê, quando ele me avista ele acena com a mão.

Me aproximo e cumprimento as peãozada toda.

__Ara, mas oque esse menino tá comendo, o menino tá milhor que eu.__ um deles comenta.

__O tanto que esse bichinho come também, tem que tá grande mesmo.

__E cê já tá com quanto anos?

__ hei de fazer quinze no final do ano.__ comento orgulhoso.

__Ta na hora de arruma um serviço já menino, eu com quinze anos já tava era casado. __ escuto uma voz desconhecida atrás de mim e vejo um homem alto e forte a me olhar.

Meu pai se levanta pomposo e me apresenta ao desconhecido.

__Esse é meu fi seu Genaro, e esse meu fi, é o dono da fazenda.

__Prazer senhor. __ cumprimento estendendo minha mão para o homem.

__O prazer é meu rapaz. __ seu aperto é forte na minha mão, porém não me deixo abalar.

E olho para o homi de igual pra igual.

__Ele se parece contigo Moacir.

__Ele é meu orgulho e da mãe dele. __ meu pai diz sorrindo igual bobo.

O senhor, que agora sei que se chama Genaro, me olha de cima abaixo, seu olhar me dá um pouco de medo mas isso não demonstro, meu pai me criou para ser homi e não um cagão.

__E você trabalha menino? __ balanço a cabeça em negativa__ Então estuda?

__Tambem não senhor.

Estudei até a sexta série e depois sair para ajudar meus pais lá em casa, minha mãe já não tem mais a mesma energia de quando era jovem, meu pai além de trabalhar aqui quando eu era menor, ele chegava e tinha que fazer o serviço de casa também, não estou falando de domésticos, mas sim de capinar o terreiro, limpar o chiqueiro, trata dos animais entre outras coisas.

E eu, bom, eu já sabia ler não é? Na verdade eu sempre fui um menino que gostava de aprender e olha que nem minha mãezinha e nem meu pai sabe ler. Sei que fiquei pouco tempo na escola mas naquele pouco tempo eu fiz de tudo para aprender alguma coisa. Não queira ficar burro, de jeito maneira.

__Uai menino, oque você faz? Você não estuda, não trabalha.

Com o maior orgulho do mundo olho para ele e digo:

__Eu ajudo minha mãe lá em casa. E também faço os trabalhos lá quando meu pai não chegar cansando ter de fazer nada.

O homem me analisa sério mas logo vejo o mesmo abri um sorriso.

__Pois bem. Já percebi que você não abaixa a cabeça não é mesmo? __ confirmo__ se quiser e seu pai deixar você pode começar a trabalhar aqui na fazenda.

Meus olhos brilham com a proposta. Trabalhar? Aqui? Eu?

Deus é bão demais

Só não saio pulando e gritando pois tem gente desconhecida perto. Com os olhos pidão olho para meu pai.

SEMPRE MINHA Onde histórias criam vida. Descubra agora