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Talvez seus anos de liderança e burguesia tivesse mesmo o deixado mais fraco

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Talvez seus anos de liderança e burguesia tivesse mesmo o deixado mais fraco.

Estava acostumado a impor medo, aterrorizando cada alma sobrevivente com Lucille apoiada nos ombros, com suas piadas sarcásticas e toda pose de autoridade, mas quando estava sozinho, sem todos os malditos subordinados ao redor para dar-lhe ainda mais presença, Negan era mais um.

E pôde ter a dolorosa percepção nos dias que havia passado junto a tatuada.

Ela não o temia, pelo contrário, estava todo tempo entre farpas e ameaças de morte, porra, a maluca tinha até mesmo batido em si.

Quem em sã consciência faria isso com Negan Smith?!

Durante boa parte do caminho, não encontrou nenhum sinal de vida.

Aquela manhã estava relativamente quente, o fazendo soar demasiadamente. Retirou a jaqueta a amarrando no jeans, num nó mal feito, graças ao tecido grosso do couro.

Em alguns momentos, parava de caminhar para tomar um pouco de ar, o suor ia escorrendo pelas têmporas, deixando os cabelos curtos tão úmidos e coçando. Por sorte tinha comido antes de partir.

Respirou profundamente e se espreguiçou, estalando as costas, girou Lucille entre dedos e voltou a caminhar.

Como cacete iria chegar no Santuário antes do anoitecer? De certo quanto o cansaço e a fome batesse, Negan estaria mesmo fodido.

Se ao menos tivesse revidado os golpes...

Soltou ar pela boca e parou de se lamentar, afinal aquela atitude não combinava com o rei dos salvadores.

Mesmo de longe, pôde escutar o som gutural crescendo ao redor, o arrastar deplorável que ele mantinha.

O caminhante se rastejava pelo gramado, tão lentamente que Negan podia sentar e esperar que se aproximasse.

Deu de ombros e continuou caminhando em passos largos, pois quanto menos pausas fizesse, mais rápido chegaria.

Era estranho pensar que não tinha um maldito errante que fosse, mesmo depois de quase duas horas caminhando sem parar, até os pés pedirem arrego.

Encarou o mapa por alguns momentos, fazendo cálculos de quanto tempo demoraria para finalmente chegar em casa, mas na melhor das hipóteses, com pequenas paradas para recuperar fôlego, chegaria apenas no dia seguinte.

Mas que merda.

— Qual é! Eu disse pra você não sair daí! — ouviu o timbre um tanto conhecido pelo arredores, o que fez o homem ficar em alerta.

Então teve o quebrar de folhas secas, uma espécie de corrida.

Quando ele menos esperava, viu o felino amarelo correndo em sua direção, miando sem parar e, quando chegou de frente ao mais velho, apenas roçou em sua perna pedindo por carinho.

KILLING STRANGERS [NEGAN]Onde histórias criam vida. Descubra agora