décimo oitavo

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Era possível ouvir o mais tênue som de um grilo qualquer vindo da floresta, as folhas dançando pelo vento da madrugada assim como o som gutural de um errante intruso

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Era possível ouvir o mais tênue som de um grilo qualquer vindo da floresta, as folhas dançando pelo vento da madrugada assim como o som gutural de um errante intruso.

Cada parte de seu corpo doía para cacete, lhe entregando pontadas sobre o ferimento ainda aberto, pois apesar de tudo, não tinham conseguido costurar pela falta de equipamento e higiene.

Negan, por sua vez, estava sentado sobre a cadeira de frente à porta, a temperatura dentro da cabana era formidável graças a madeira queimando dentro da lareira velha que, pela falta de fumaça dentro do cômodo pequeno, ficou claro para ambos que alguém esteve morando ali há pouco tempo.

— Não precisa ficar — balbuciou lentamente, pelo tom de voz dava pra perceber que a garganta estava seca demais, o que fez o homem se levantar e pegar a garrafa de água.

— Não preciso, mas quero — refutou sentando na cama, ajudou a mulher a erguer o corpo um pouco para que pudesse lubrificar o corpo, enfim — e o que você pensa sobre mim não faz diferença, pois, eu não vou a lugar nenhum.

A pele de Erin brilhava pelo suor, onde ainda se mantinha suja de terra. Os olhos cor de oceano estavam marejados pelo choro de dor que seguiu-se há poucos minutos. Negan se sentia impotente ao perceber que não foi capaz de salvá-la quando ela mais precisou, tendo que ter alguém como Maggie com o título da salvadora da pátria.

— Para com isso.

— O quê? Tentar impedir que você morra de sede?

— Fingir que se importa.

Mas porra, um soco na cara doeria menos.

Engoliu a seco encarando a mulher fixamente, o curativo improvisado mantinha o sangue seco indicando que por hora, tinha parado de sangrar. Bebeu um pouco de água pensando sobre aquilo.

Não tinha maneira de fazer essa mulher acreditar que ele se importava consigo e, porra, quem poderia culpá-la por isso? Ele tinha sido mesmo um tremendo filho de uma puta e, em vez de ficar falando coisas, ele teria que mostrar.

— Estive dormindo com o inimigo tempo demais, Erin — disse depois de um tempo, os dedos estavam entrelaçados uns nos outros, apoiados em seu colo — fiz algumas coisas que não me orgulho para ganhar a liberdade e, quando finalmente consegui me livrar das grades que me prendiam, descobri que não era bem-vindo, claro que foi inocência minha acreditar que matar um inimigo em comum os fariam me tolerar e encontrar a maldita viúva só intensificou o sentimento.

O som de batidas na porta ecoou de forma ruim, o fazendo se levantar e procurar por seu pé de cabra.

— Queria enfrentá-la e mostrar que ela não tem mais direito sobre mim e tudo que ganhei foi escárnio, armadilhas e ameaças de morte — rodou o objeto na mão enquanto se preparava para tirar a cadeira que bloqueava o acesso — mas no meio de toda essa merda, eu encontrei você.

KILLING STRANGERS [NEGAN]Onde histórias criam vida. Descubra agora