vigésimo quinto

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A sensação lancinante percorria cada pedaço de seu ser de uma forma que nem mesmo todos os antibióticos fossem capazes de dissipar, mas sinceramente? Erin sabia do que se tratava

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A sensação lancinante percorria cada pedaço de seu ser de uma forma que nem mesmo todos os antibióticos fossem capazes de dissipar, mas sinceramente? Erin sabia do que se tratava. Não era apenas a dor física de um ferimento que a atormentava como um bicho papão em uma noite fria, muito pelo contrário, haviam coisas mais importantes para se preocupar.

Claro que não poderia mentir para Lucy sobre seu pai, precisava contar a verdade desde o princípio, pois adiar o fato de Negan estar vivo, apenas dificultaria as coisas num futuro tão próximo, entretanto, a ideia de tê-lo por perto ainda a assombrava. Era instável, achava que era dono do mundo e tudo ao redor era apenas plano de fundo de sua vida majestosa, e isso poderia foder com tudo.

Erin respirou fundo ao encarar as paredes brancas da enfermaria, desejou profundamente que toda aquela merda fosse apenas um sonho distante, mas, quando a porta de madeira velha se abriu e o cheiro fresco de carne cresceu sobre suas narinas, ela soube que estava acordada, de fato.

A fome cobrou seu preço quando o homem adentrou o lugar com nada mais que dois pratos cheios em mãos. Agora, Negan vestia uma camiseta branca e um jeans limpo, a barba não estava grotesca e acinzentada de sujeira, a face estava agradável outra vez, e o semblante um pouco melhor, sem a expressão típica que gostaria de esfaquear alguém.

— Trouxe algo para comer, Lucy brincou até desmaiar – caminhou tranquilamente pelo ambiente tão pequeno, até chegar de frente a mulher que não moveu um músculo sequer ao vê-lo — e terminamos o tão esperado quebra-cabeças, essas crianças realmente não sabem o que estão fazendo.

Puxou a cadeira e sentou ao lado da tatuada, entregou o prato fundo com dois pedaços médios de carne, tomate picados, cenouras, batatas e alface. Erin apenas se ajeitou na cama, recolheu o prato.

— Então você vai partir amanhã — Erin disse segundos antes de enfiar um pedaço de cenoura na boca.

— Eles precisam de alguém que conheça bem a cidade.

— Porque não sabem ler um mapa?

Aquilo o fez rir de certa forma. Se pensasse bem, sua ida era totalmente desnecessária, assim como o convite da Viúva, que usara a mesma desculpa de "Ele conhece o lugar", montando uma emboscada no metrô para o matar. Claro que as circunstâncias agora eram diferentes, poderiam usar o mapa para se localizar, mas apenas Negan sabia bem onde encontrar os materiais necessários, mas a ideia de voltar ao seu antigo bairro, ainda causava um arrepio sobre a espinha.

— Existem coisas que não estão no mapa. Você conhece aquele velho terreno de carros usados? — perguntou a vendo assentir — pois bem, era lá meu segundo emprego. Dentro do lugar, bem ao fundo, provavelmente tomado pela vegetação e alguns errantes, existe um armazém subterrâneo com suprimentos militares, armas, uma cama quente o suficiente para três pessoas.

— Negan...

— Só estou dizendo que se as coisas derem errado, você pega a Lucy e a leva para lá.

KILLING STRANGERS [NEGAN]Onde histórias criam vida. Descubra agora