vigésimo sexto

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Durante as missões, não havia tempo para chorar ou dizer palavras bonitas, não

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Durante as missões, não havia tempo para chorar ou dizer palavras bonitas, não. Tinham que continuar pela honra dos que morreram, e apenas quando chegassem em casa, provavelmente com duas ou três perdas para carregar nas costas, o tempo de despedida chegava.

Mesmo que a calmaria parecesse acalmar os corações agitados, não podiam abaixar a guarda. Negan prestou atenção nas raízes que se estendiam pelo chão, encontrou pedras soltas e ficou atento às pequenas ravinas que poderiam estar escondidas sob as folhagens secas, caídas ao chão, e para além disso, ficou atento também a qualquer sinal que Jacob pudesse fazer.

Estava calmo demais. Olhou para o solo, vendo sinais que alguém passara por ali. Alguém e não algum errante. Negan sabia disso pelo tempo que tivera passado ao lado dos sussurradores. Pegadas precisas, fundas e lentas era sinal claro de alguém vivo, enquanto pegadas pesadas, desordenadas e arrastadas eram dos mortos. Um galho se quebrou sobre uma árvore qualquer, mas o som do objeto caindo nas folhas secas foi o suficiente para deixar o grupo em alerta.

Não muito longe dali havia pegadas humanas, pequenos acampamentos abandonados e restos de fogueiras, pedaços do que um dia foram uma vida. O mais brando gorgolejar deixou a floresta antes tão calma, em total desgraça. Estava bom demais para ser verdade, Negan pensou. Observou Jacob ir na frente, sua lança de madeira parecia limpa demais como se nunca tivesse sido usada antes, mas o homem deu conta do recado, entregando um golpe brutal sobre o crânio do errante, o fazendo cair ao chão e, logo depois, o silenciou.

— Isso é recente — Jacob olhou ao redor percebendo melhor o lugar onde estavam — Fugiram pelos mortos ou pelos vivos?

— Mortos — Negan cruzou os braços e encostou na árvore — Aquele corpo ainda sangra pelas mordidas, e as pegadas são fundas indicando que aconteceu há poucas horas. Quantos mortos você tinha contado da última vez que esteve aqui, Marjorie?

Marjorie respirou fundo antes de tudo. Seus olhos profundos e castanhos parecem cansados, um desgosto natural que fora adquirido pelas experiências ruins que vivenciara naquele mundo de merda. Cabelos ruivos salpicados de fios grisalhos, e a tristeza é evidente em seu semblante onde as profundas linhas de expressão mostravam o tamanho do desgaste. No entanto, ela ainda emanava uma força e um charme indiscutível.

— É difícil saber, esses cretinos parecem aumentar a cada segundo. Precisamos de um novo plano, não queria fazer isso, mas precisaremos usar as ideias de Erin.

Negan comprimiu seus lábios, interessado.

— Você vai mesmo confiar?

— Não temos escolhas. Negan, Erin nos contou como vocês cruzaram uma horda sem ser pegos — ela começou fazendo todo o grupo o encarar — acha que dá para fazer de novo? Iríamos testar, mas com os últimos acontecimentos, não deu tempo.

Vísceras? Como diabos eles não sabiam disso? Era basicamente uma regra básica de sobrevivência!

Por um momento, pensou em contar sobre o método dos sussurradores, contudo, não podia gastar seu maior trunfo com um bando de arrombado despreparado. Resumiu o que deveria ser feito para que pudessem cruzar a construção e ir para os maquinários, pegar o que fosse necessário e voltar para casa.

KILLING STRANGERS [NEGAN]Onde histórias criam vida. Descubra agora