vigésimo segundo

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Não era se não tivesse passado por momentos difíceis antes, mas naquela noite em especial, Erin estava mesmo fodida

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Não era se não tivesse passado por momentos difíceis antes, mas naquela noite em especial, Erin estava mesmo fodida.

Cada passo dado lhe entregava uma dor absurda sobre o ferimento fechado, fora a sensação contínua de frio que a cercava. Encarou ao redor encontrando as árvores longas de folhas dançantes, o cheiro convidativo de uma flor qualquer, o mais brando som de um animal noturno, possivelmente se preparando para jantar sua presa.

Não saberia dizer de onde viera tamanha calmaria, em vista que estava coberta até o pescoço com caos, medo e destruição. As palavras de Negan lhe assombravam no lembrete hediondo que cada um deles poderia ser uma pessoa disfarçada, tão pronta para acabar consigo.

A paranóia ia preenchendo cada pedaço de sua sanidade, a fazendo caminhar lentamente com a faca de caça em mãos, virando o corpo sempre que ouvia um som adverso, xingando internamente ao perceber que era apenas Negan e seus passos nada cautelosos.

Foi então que tudo mudou.

A tatuada olhou para cima enxergando a fumaça densa há alguns quilômetros, era difícil ter certeza, mas, podia julgar pela coloração que tratava-se de uma fogueira acesa.

— Olhe para cima — ela começou ao limpar a face com a barra da camiseta, se livrando de parte do suor — a fumaça é clara.

— E?

— Devemos checar, podem ser meus amigos.

— Pode não ser seus amigos — quando o mais alto parou de caminhar e girou seu corpo a fim de encará-la, todo corpo de Erin estremeceu — não temos condição alguma de lutar, olhe só para você, suando pra caralho. Quando iria me contar sobre a febre? Depois de cair no chão de exaustão?

Imediatamente, o homem caminhou até a morena, ficando a poucos centímetros de si, tocando sua testa e captando a temperatura elevada, o suor voltando a crescer, não importando quantas vezes ela o limpasse.

— Estamos andando há mais de uma meia hora, você precisa descansar — o tom de sua voz era sólido, apesar de muito baixo.

Pôde captar o instante em que as sobrancelhas se franziram, os olhos azulados se mantinham trêmulos tanto pela fome quanto pela febre.

— Por favor — murmurou.

Smith respirou fundo fechando os olhos por um instante, pensando sobre a ideia estúpida de irem averiguar um possível acampamento. Mas, na pior das hipóteses, ela poderia estar certa. Valeria a pena arriscar tudo por uma incerteza? Quando ele tinha um lugar que provavelmente estava intacto e totalmente apto para passarem a noite? Mas que merda.

Com o pé de cabra em mãos, o homem inclinou-se desenhando um x na terra úmida, em seguida fez três linhas ao redor.

— Eles vão estar ao centro da fogueira para se aquecer e comer — começou ao tempo que a morena se aproximava de si para poder enxergar melhor o desenho — vamos chegar por aqui, ficando atrás dos troncos e você vê se conhece alguém, caso não voltamos por aqui — indicou.

KILLING STRANGERS [NEGAN]Onde histórias criam vida. Descubra agora