Acordei no primeiro toque do despertador, não era dia de trabalho mas eu tinha que levar Zeus para passear. E depois íamos à casa do meu irmão. Pedrinho tinha me ligado duas vezes na noite passada, pedindo para que eu levasse o cachorrinho para eles brincarem.
Zeus estava impaciente, não via a hora de sair de casa. Enquanto eu me arrumava, penteava o cabelo e colocava uma roupa confortável, ele corria pela apartamento. Subia no sofá, carregava a guia na boca, quase implorando para sairmos.
Desci com ele pelo elevador de serviço e fomos dar uma volta no parque perto de casa.
Haviam alguns idosos, passeando e tomando Sol, e outros cachorrinhos — a maioria bem menor do que Zeus. Os donos afastavam seus animais de perto dele, por causa do tamanho tinham medo que ele machucasse os outros cachorros.
Um absurdo.
Zeus era o cachorro mais dócil, amável, e fofo que eu conhecia. Ele era INCAPAZ de machucar qualquer um, seja pessoa ou animal.
Soltei a guia para que ele pudesse correr e farejar pela grama. E me sentei, no chão mesmo.
Eu amava assistir o nascer do Sol, muito mais que o poente. Havia uma magia em você começar um novo dia, ter mais uma chance de viver e fazer as coisas certas. Era uma dádiva viver mais aquele dia.
Respirei fundo, sentindo o ar puro adentrar meus pulmões. E fechei os olhos para me concentrar somente em coisas boas, esvaziar minha mente de todos os pensamentos ruins, e o principal, aliviar meu coração dos sentimentos pesados.
— Estela? — Luiza apareceu, ao meu lado. Não sabia que ela estaria por aqui tão cedo. Se abaixou e sentou ao meu lado. — Caiu da cama foi?
— Meu cachorro me acordou.
Olhei para Zeus. Ele estava alguns metros à frente, brincando com uma poodle marrom. Eles corriam um atrás do outro, e era engraçado ver ele caminhando em meio à pinscher's e chihuahua's, todos muito menores que ele. Zeus abria as pernas para eles passarem, e pulava por cima deles. Com todo o cuidado para não pisar em cima de nenhum.
— O seu cachorro e do Facu! Eu conheci a fera quando eles estavam em Pipa. No primeiro dia eu quase morri de medo dele.
— Ele assusta um pouco por ser grande, mas é só tamanho. Por dentro ele é um bêbezão!
A conversa continuou e Luiza falava orgulhosa do seu restaurante, de como as vendas iam bem e pretendia expandir o negócio. E claro, explicou o golpe que levou e que sem o investimento de Conte, não conseguiria realizar o sonho dela.
— Eu demorei para aceitar o dinheiro, mas se não tivesse aceitado, não sei o que faria.
— Ele é um cara incrível, eu fico muito feliz por vocês.
E não era mentira. Apesar do incômodo que eu sentia, também existia uma felicidade em vê-los bem.
— Pela gente?!
— É. Sócios, namorados, é... — Antes que eu concluissse a frase, Luiza teve um ataque de risos. Ela não conseguia parar de rir. O que eu falei de tão engraçado?
— Mulher?! Você acha que Conte e eu somos um casal?
— E não são? Você disse que não ia dormir em casa, e aí saiu com ele. E também tem o que aconteceu entre vocês no Nordeste.
Luiza recuperou o fôlego antes de começar a explicar:
— O que aconteceu no Nordeste foram só umas ficadas, e naquele dia nós saímos juntos porque ele ia me apresentar um amigo. Sem querer desfazer do teu boy, mas você tá doida de achar que eu namoraria com ele.
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Red Zone - Bruno Rezende
FanfictionEstela Martin é uma fisioterapeuta muito conhecida no mundo esportivo, mais especificamente do vôlei, há 10 anos atua em um clube francês e possui uma carreira consolidada no exterior. Sua "fama" se deve ao fato de ter conseguido ajudar jogadores fa...