Capítulo 9 - Querer de Volta (Final Alternativo)

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Acordei no primeiro toque do despertador, não era dia de trabalho mas eu tinha que levar Zeus para passear. E depois íamos à casa do meu irmão. Pedrinho tinha me ligado duas vezes na noite passada, pedindo para que eu levasse o cachorrinho para eles brincarem.

Zeus estava impaciente, não via a hora de sair de casa. Enquanto eu me arrumava, penteava o cabelo e colocava uma roupa confortável, ele corria pela apartamento. Subia no sofá, carregava a guia na boca, quase implorando para sairmos.

Desci com ele pelo elevador de serviço e fomos dar uma volta no parque perto de casa.

Haviam alguns idosos, passeando e tomando Sol, e outros cachorrinhos — a maioria bem menor do que Zeus. Os donos afastavam seus animais de perto dele, por causa do tamanho tinham medo que ele machucasse os outros cachorros.

Um absurdo.

Zeus era o cachorro mais dócil, amável, e fofo que eu conhecia. Ele era INCAPAZ de machucar qualquer um, seja pessoa ou animal.

Soltei a guia para que ele pudesse correr e farejar pela grama. E me sentei, no chão mesmo.

Eu amava assistir o nascer do Sol, muito mais que o poente. Havia uma magia em você começar um novo dia, ter mais uma chance de viver e fazer as coisas certas. Era uma dádiva viver mais aquele dia.

Respirei fundo, sentindo o ar puro adentrar meus pulmões. E fechei os olhos para me concentrar somente em coisas boas, esvaziar minha mente de todos os pensamentos ruins, e o principal, aliviar meu coração dos sentimentos pesados.

— Estela? — Luiza apareceu, ao meu lado. Não sabia que ela estaria por aqui tão cedo. Se abaixou e sentou ao meu lado. — Caiu da cama foi?

— Meu cachorro me acordou.

Olhei para Zeus. Ele estava alguns metros à frente, brincando com uma poodle marrom. Eles corriam um atrás do outro, e era engraçado ver ele caminhando em meio à pinscher's e chihuahua's, todos muito menores que ele. Zeus abria as pernas para eles passarem, e pulava por cima deles. Com todo o cuidado para não pisar em cima de nenhum.

— O seu cachorro e do Facu! Eu conheci a fera quando eles estavam em Pipa. No primeiro dia eu quase morri de medo dele.

— Ele assusta um pouco por ser grande, mas é só tamanho. Por dentro ele é um bêbezão!

A conversa continuou e Luiza falava orgulhosa do seu restaurante, de como as vendas iam bem e pretendia expandir o negócio. E claro, explicou o golpe que levou e que sem o investimento de Conte, não conseguiria realizar o sonho dela.

— Eu demorei para aceitar o dinheiro, mas se não tivesse aceitado, não sei o que faria.

— Ele é um cara incrível, eu fico muito feliz por vocês.

E não era mentira. Apesar do incômodo que eu sentia, também existia uma felicidade em vê-los bem.

— Pela gente?!

— É. Sócios, namorados, é... — Antes que eu concluissse a frase, Luiza teve um ataque de risos. Ela não conseguia parar de rir. O que eu falei de tão engraçado?

— Mulher?! Você acha que Conte e eu somos um casal?

— E não são? Você disse que não ia dormir em casa, e aí saiu com ele. E também tem o que aconteceu entre vocês no Nordeste.

Luiza recuperou o fôlego antes de começar a explicar:

— O que aconteceu no Nordeste foram só umas ficadas, e naquele dia nós saímos juntos porque ele ia me apresentar um amigo. Sem querer desfazer do teu boy, mas você tá doida de achar que eu namoraria com ele.

 Red Zone - Bruno Rezende Onde histórias criam vida. Descubra agora