Capítulo 12 - Plano C (Final Alternativo)

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O clima no CT do sada era de concentração. Todos os times que disputariam o Mundial já estavam em solo mineiro.

Conte ficou com Zeus durante aquele dia, e decidimos alternar os dias que cada um ficaria com ele.

O cachorro sentia muita saudade, e esse foi o jeito que encontramos de diminuir um pouco a falta.

E hoje era o meu dia de ficar com Zeus. Depois do trabalho passaria na casa do Argentino para buscá-lo.

O dia foi corrido, quase não tive tempo livre. Auxiliei o médico da equipe nos exames de físicos de cada atleta.

Coração, pulmão, tudo precisava estar em ordem. Também fora avaliada a resistência, velocidade, e rapidez nos reflexos. A semana prometia dias intensos e cansativos.

Não tive tempo para falar com Bruno. Ele levou à sério a ideia de ter mais um tempo, antes de eu tomar uma decisão definitiva.

Ele ligava todos os dias, de manhã e a noite, também mandava mensagens e me chamava para sair. Mas eu estava tão exausta, que mal tinha vontade de sair de casa. Só queria tomar um banho quentinho e dormir.

E além do mais, a decisão já estava tomada há tempo. Eu iria terminar com ele ao final do Mundial e eu não sei o que poderia ser feito para me fazer mudar de ideia. Acho que nada.

Eu só ainda não tinha falado com Conte. Meu Deus, era tão mais difícil falar com ele.

Eu tinha medo dele dizer que não iria me querer de volta, aquilo que o meu pai disse, não saía da minha cabeça, nem por um momento.

Antes de ir na casa do Facu, buscar Zeus, fui encontrar com Beatriz em um café próximo à minha casa.

- Está na hora de voce colocar seu tamanquinho e ir bem bonita falar com ele.

Bia era a maior incentivadora de que eu deveria falar com Conte, me acertar com ele, e eu estava decidida à fazer isso.

- Eu vou lá mais tarde, buscar o nosso cachorro. Acha que é um bom momento?

Ela não parava de comer bolo de chocolate por um segundo. Colheradas atrás de colheradas, e sempre acompanhadas por um suco de laranja. Eu nunca a vi comer tanto.

- Acho. - Fez uma pausa. - Mas você precisa ter os pés no chão, não vá muito certa que ele vai te perdoar porque o trem pode sair do controle.

Eu sabia que as chances dele me dar um fora existiam, e eram altas. Bastava eu me colocar no lugar dele por cinco segundos para entender perfeitamente.

Mesmo assim eu queria acreditar que daria certo. Que ele ficaria aqui no Brasil, no Sada, comigo.

Um tiro no escuro era tudo que eu tinha.

Fui para casa, tomei um banho e vesti uma roupa mais fresca. As noites que costumavam ser mais frias, na última semana haviam esquentado bastante.

Dei algumas batidas na porta de Conte, e ele não demorou a atender.

Logo que a abriu, Zeus saiu correndo do apartamento, pulando em mim. Fiz carinho no topo de sua cabeça, e no pescoço. Eu não podia acreditar que aquele animal dócil, e amável, tinha ficado tão bravo com Bruno. Era impossível para mim acreditar.

- Já veio buscar?

- Queria ficar mais com ele?

- Um pouquinho mais. Né garoto?!

Zeus atravessou a porta como um raio, e eu entrei logo em seguida.

A casa dele era muito organizada, arrumada, bem diferente da minha que ultimamente estava caótica.

 Red Zone - Bruno Rezende Onde histórias criam vida. Descubra agora