Capítulo 27 - ROC

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— Então quer dizer que você socou um argentino? Amor, a Tetela socou um argentino hoje — Murilo conta sobre o soco a Bia, e os dois riem.

— Você socou mesmo um argentino? — Ela aparece na câmera e pergunta, sem tirar o sorriso do rosto.

— Socou — Murilo responde — acabou de me contar que afundou a mão na cara dele.

— Não foi bem assim — ele aumentou um pouquinho a história — foi um soco leve, um soquinho — tento amenizar o acontecimento.

— Mesmo assim, você realizou o desejo de metade da população brasileira! Vou contar pra todo mundo que a minha cunhada socou um argentino — Beatriz orgulha-se do soco que dei em Danani.

— Vocês não sentem pena?

— Não — os dois respondem uníssono.

— Pois eu sinto. Estou me remoendo de culpa, acho que vou comprar um chocolate e entregar a ele. 

— Coloca laxante — Murilo sugere.

— Isso, boa — e obviamente minha cunhada concorda — se ele der diarreira você pede ao Conte pra filmar.

— Amor, não dá. Ela terminou com o Conte.

Os dois conversam como se eu não estivesse ouvindo tudo.

— Como assim terminou?

— Terminando. Disse a ele que só quer ser amiga, e que está com Bruno agora.

— Você terminou com Conte por causa do Bruno?!

— Não exatamente — respondo — eu terminei com ele porque não acho justo ficar alimentando expectativas nele.

— Minha irmãzinha está certa de chutar o argentino! Você também odeia argentinos — olha pra esposa — deveria ficar feliz.

— Eu odeio argentinos, mas não esse argentino. Sou cruzeirense. Murilo, sai daí que eu quero falar com a sua irmã — se senta ao lado dele, dando um leve empurrão.

— Como assim? Eu ainda não terminei minha conversa com ela.

— Terminou agora. Depois vocês falam mais, eu vou ser rápida.

— E por que eu preciso sair?

— Porque ela não vai se sentir a vontade com você aqui, é assunto de mulher.

— Tudo bem, eu saio — levanta — mas antes de ir quero dizer uma coisa: PAU NO CU DO ARGENTINO!

— Todo dia eu me pergunto o que você viu no meu irmão, ele definitivamente não tem todos os neurônios funcionando.

Beatriz ri.

— Foi justamente isso que chamou minha atenção. E você, o que chamou sua atenção no Bruno? Porque ele claramente também não tem todos os neurônios funcionando.

— Não sei dizer ao certo. Sempre fui um pouco romântica, do tipo que acredita em almas gêmeas e amor à primeira vista, talvez seja isso.

Nunca tinha parado pra pensar sobre o que exatamente me atraiu nele. E realmente é uma pergunta que não sei responder.

— Seu irmão adora o Bruno, no entanto ele me contou umas coisas que aconteceram — sei bem que "coisas" são essas — você realmente acredita que ele não vai vacilar de novo?

— Acredito. Na verdade que escolha eu tenho sem ser acreditar? Mas eu te garanto que se Bruno errar mais uma vez, acabou.

— Não vai dar uma terceira, quarta, quinta chance? — Não acredita tanto na minha capacidade de não perdoar.

 Red Zone - Bruno Rezende Onde histórias criam vida. Descubra agora