Secret Life - Nina

Capítulo 12 - Distração

Nina

Os livros abertos sobre a mesa pareciam dançar à frente dos meus olhos, suas palavras borradas como se estivessem tentando escapar do meu foco. Eu tinha um exame importante de penal na próxima semana e precisava me concentrar, mas Mark continuava a assombrar meus pensamentos.

Morder o lápis era um hábito que eu não tinha desde a escola primária, mas ali estava eu, segurando o lápis entre os dentes enquanto lutava para memorizar os casos de jurisprudência. A imagem de Mark, seu sorriso ousado e sua voz tranquila, se intromete em cada linha de texto que eu tentava absorver.

"Concentração", eu disse a mim mesma em voz baixa, mas era difícil quando minha mente se recusava a se fixar nas leis e nos precedentes. Eu nunca deveria ter permitido que Mark se aproximasse tanto de mim. Ele era meu professor, um mentor, alguém que eu deveria admirar pela sua experiência e sabedoria, não alguém que me fizesse perder o sono à noite.

Eu deslizei os dedos pelos cabelos, tentando afastar as lembranças de sua presença na minha última aula. Ele parecia sempre tão seguro de si, tão confiante, e isso só servia para me confundir ainda mais. Como alguém podia ser tão irritantemente atraente e, ao mesmo tempo, tão fora dos limites?

O lápis estava quase mordido até a metade quando eu finalmente desisti de tentar estudar. Levantei-me da mesa com um suspiro de frustração e caminhei até a janela. O sol estava começando a se pôr lá fora, tingindo o céu com tons de laranja e rosa.

Eu olhei pela janela e notei uma movimentação no apartamento em frente ao meu. Havia alguém lá, mas a luz do entardecer e a distância impediam que eu visse com clareza quem estava ali. O reflexo da janela mostrava uma imagem distorcida do que estava acontecendo do lado de fora, e eu me peguei encarando o reflexo com uma curiosidade inquieta.

Eu tentei focar mais, tentando distinguir se conhecia a pessoa ou se havia algum motivo para me preocupar. No entanto, a figura permanecia vaga e indistinta. A sensação de estar sendo observada se misturava com a excitação que eu já sentia com meus próprios pensamentos sobre Mark.

Eu balancei a cabeça e me afastei da janela, decidida a não deixar o mistério do que estava acontecendo fora me distrair ainda mais. Voltei à minha mesa, mas a imagem do reflexo e a sensação de inquietação ainda permaneciam.

Decidi que precisava de um plano para afastar Mark dos meus pensamentos e retomar o controle sobre minha vida acadêmica. Peguei meu computador e decidi fazer uma live rápida para distrair minha mente. A ideia era que, ao me conectar com outras pessoas, eu pudesse desviar o foco das preocupações que estavam me atormentando.

Quando liguei o computador e comecei a configurar para a transmissão ao vivo, percebi que o anonimato habitual não estava online dessa vez. Era um pouco frustrante, já que eu esperava encontrar algum alívio na interação com ele, alguém que parecia compreender meu desejo de se exibir e, ao mesmo tempo, manter um certo mistério.

A ausência dele fez com que eu me sentisse um pouco perdida. Parte do meu objetivo era justamente me mostrar para ele, talvez buscando uma confirmação de que alguém estava realmente interessado no que eu tinha a oferecer. Mas, sem ele por perto, eu decidi seguir em frente com a transmissão, pensando que poderia encontrar uma nova maneira de lidar com meus pensamentos.

Comecei a live e, logo, uma audiência começou a se formar. Meu desempenho era mais focado do que nunca. Coloquei uma música suave para criar uma atmosfera íntima e me vesti com uma lingerie que sempre fazia sucesso. Conforme a live avançava, eu conversava com meus espectadores, respondendo a perguntas e reagindo aos elogios. No entanto, eu sabia que a interação verdadeira aconteceria quando eu me deixasse levar pelo jogo da sedução e da provocação.