Capítulo 10 - Intimação

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Nina

Antes de chegar à sala de aula, recebi uma mensagem de Luana. Meu coração aperta ao ler.

Lua: Acho que você SIMPLESMENTE esqueceu que tem uma melhor amiga???

Eu: Claro que não, Lua! Por que está falando isso?

Lua: Isso refresca sua memória, linda?

Luana, mandou uma foto minha e do Mark dançando na festa, mas o rosto dele não aparecia.

Eu: Na minha casa, depois da aula! Prometo te explicar tudo!

Lua: Acho bom!

Me sinto péssima por não contar o que estava acontecendo em minha vida, é tanta coisa que mal consigo respirar. Bloqueio meu celular e guardo no bolso.

Entro na sala, ninguém havia chegado ainda. Fico pensando em como contar para Luana toda essa situação. Estava confusa e perdida, minha atração pelo Mark só aumentava. A maneira como ele me olhava, aquele olhar frio e calculista, me fazia sentir uma mistura de medo e desejo. Cada vez que eu pensava em como ele me manipulava, como ele tinha o poder de me deixar insegura e excitada ao mesmo tempo, meu corpo respondia de um jeito que eu não conseguia controlar.

Mark entra na sala e estamos a sós novamente. Sinto meu coração pulsar forte, minhas mãos começam a suar. Droga, estou nervosa. Sinto outra pulsação, mas não era do meu coração que ela vinha, era da minha virilha. Droga, ele causa esse efeito em mim desde que o vi.

Ele se aproxima me entregando um papel. Começo a ler: uma intimação para a sala do diretor. Não entendo, o que eu fiz?

— O que é isso? — pergunto, questionando o que significava aquela situação.

Mark me ignora completamente. Me retiro da sala e vou para a diretoria. Que vergonha, quando não estou indo mal na minha apresentação do seminário, agora mais essa, INTIMADA a ir à sala do diretor.

— Inferno! — falo, analisando a porta e batendo para entrar. Ouço um "entre".

— Oi, senhor Domingos!

-Senhorita Campbell, por favor, sente-se. Estou sabendo que seu desempenho nas aulas de penal anda caindo. Devo reforçar que, caso reprove, perderá sua vaga em nossa universidade. Não toleramos reprovações.

Olho para o diretor assustada. Mark estava fazendo de tudo para odiá-lo. Eu poderia falar tudo, mas estava tão ludibriada naquele canalha que apenas fiquei quieta, ouvindo aquilo tudo.

— Estou ciente dos meus riscos, senhor Domingos. Garanto que isso não irá acontecer. Estou cuidando de tudo.

Ele me dispensou. Saio daquela sala cabisbaixa. Não posso retornar àquela aula. Hoje não posso ver ele, não quero estar perto, ouvir sua voz ou sentir suas mãos pelo meu corpo. Não queria desejá-lo. Eu só queria alguém que me entendesse. Preciso de Luana.

Fui embora para casa chorando. Minha faculdade, meu sonho, minha vida. Sinto que estou me perdendo novamente, sozinha, vazia.

Chego em casa, corro para o banheiro, me sento no chão da banheira e volto a chorar novamente. Isso está sendo uma tortura. Sinto muita falta da minha mãe. Se não fosse aquele infeliz, ela ainda estaria comigo e nada disso estaria acontecendo. Estou perdendo tudo. Soluço em meio ao choro. Após alguns minutos, finalizo o banho e vou até a cozinha preparar algo para comer.

Olho para o relógio, são 18:00. A porta do meu apartamento abre. Luana havia chegado. Ela mal entrou, correu para me abraçar. Acho que ela notou o que estava acontecendo.

— Estou tão mal assim? — pergunto em seus braços.

Ela assentiu. — Estou perdida, Lulu.

— Calma, meu amor, estou aqui. Vamos nos encontrar juntas! — ela fala, e vamos para o sofá.

— Lulu, espero que me perdoe por não te contar tudo. As coisas estão acontecendo tão rápido que mal estou raciocinando direito. — Respiro fundo e uma lágrima escorre. — O senhor Thomas não está mais dando aula de penal para gente, então entrou o Mark. Faz um mês que ele está lecionando.

— Ouvi mesmo um burburinho de um professor novo na turma de direito. As meninas estão falando que ele é um tremendo gostoso. É verdade?

— Luana, você não tem noção do que aquele ser é, caramba, Lu, você não viu ainda? É um tremendo deus grego, musculoso, alto, voz linda, um par de olhos azuis de tirar o fôlego.

Olho para Luana, que está imóvel. — Calma, vou buscar meu computador, vou te mostrar o que rolou. Todas as minhas lives ficam gravadas no servidor do site. — Busco e mostro para Luana, que fica inquieta no sofá.

— Mulher, quem é esse anônimo que paga para uma sala privada? Isso é elite, Nina. Ele pagou várias vezes para ter algo a sós com você.

— Chegamos ao ponto crucial da conversa, Lu. O anônimo não sei quem é — conto tudo para ela, que fica ainda mais abismada com o que estava revelando.

— Nossa amiga, você é uma tremenda safada e egoísta — fala. Me sinto mal. Luana nunca me julgou, ela deve estar muito chateada. — Você tem dois gostosos e nem pensou em mim? Você sabia que quem divide multiplica?

Jogo uma almofada na sua cara, ela me joga outra, começamos uma guerra de almofadas. Me jogo em cima dela, sentando em seu colo e batendo nela com a almofada.

Luana ficou mais um pouquinho e foi embora. Deitei no sofá para assistir televisão, mas acabei adormecendo.

Secret Life - NinaOnde histórias criam vida. Descubra agora