Capítulo 51

1 0 0
                                    


Sáskia observou pela pequena fresta entra a madeira o guarda entrar. Era alto, com força o suficiente para suportar aquela pesada armadura prateada. Provavelmente ganhada com os anos de experiência a mostra na barba ruiva já pintada de branco.

O homem deu uma leve risada entre os dentes amarelos ao ver todos na sala, e disse:

— Não tá indo um pouco longe demais, Holo? Hora ou outra um rumor vasa, sabe disso.

— Revander, a que devo a visita? O tédio do posto de guardas te pegou tanto assim?

Ele caminhou lentamente ao redor deles. Asta, Aris e Manjá mexiam nos livros para lá e para cá na pior atuação de bibliotecários que Sáskia viu na vida. Killian e Lyra apenas permaneciam de cada lado da mesa, de mãos cruzadas, quase como guarda costas do barão sentado à cadeira.

— Nada demais, Holo. Só uma pequena denúncia de sua criada Lupus. Admito que não esperava encontrar tamanha quantidade de sangues sujos.

Ele caminhou até Lyra e a fitou de cima a baixo. Ela permaneceu imóvel quando ele tocou o seu queixo, alisando, virando seu rosto de lado.

— Às vezes eu admiro a beleza da nossa contraparte, sabe? Algo nos cabelos brancos corrompidos pela magia, ou nos olhos violetas chamam a minha atenção.

Ele a soltou e se sentou na cadeira a frente de Holo.

— Essa daqui foi uma boa escolha, meu velho. Parabéns!

Se virou para o cantinho onde tia Saga e Layara conversavam na fofoca da corte mais bem improvisada possível.

— Não é do meu feitio ser rude, mas gostaria de ter uma conversa franca com seu marido sem a presença da família, sim?

— Nem a amiga da família pode ficar?

Ele sorriu.

— Temo que não, minha senhora. Assuntos particulares.

Layara puxou Saga pelo pulso arrastando ela e a filha para fora do escritório para o suspiro de alivio de Sáskia e Andis.

— Desculpe dispensar sua esposa de tal forma, Barão. São assuntos de homens, entende? De segurança nacional.

— Claro, Revander. Prossiga, a casa é sua.

Revander se ajeitou na cadeira, tirando a espada da cintura e a depositando na mesa.

— Eu não espero que os cidadãos se adaptem rapidamente a novas leis sancionadas pela rainha Esther, claro que não. Posso fazer vista grossa para esse pessoal aqui da sala, Holo. Mas sua Lupus o denunciou formalmente no posto. Com relação a ela, pouco posso fazer.

Holo soltou uma risada abafada.

— Você nunca é tão gentil, Revander. Diga quanto.

— Um bom saco de moedas de cobre por cada cabeça já me basta.

— Isso é um assalto!

— Ora, não estou só lhe deixando com seus escravos. Estou precisamente salvando o seu pescoço das masmorras de Storia! A senhora Esther foi bem clara no texto proclamado pelo arauto mês passado afinal de contas.

Holo cerrou as mãos debaixo da mesa, entre o tecido da calça. Abriu uma gaveta ao lado de Sáskia e puxou algumas moedas juntamente com sete sacos.

Sáskia talvez ouvisse eles contarem as moedas, mas tudo que ouvia era um sussurro distante, mas tão perto que poderia se o de Evander senão fosse pelo seu tom leve e feminino.

Detrás de Holo, encostada na parede, uma mulher de longos cabelos brancos a olhava diretamente nos olhos, os braços cruzados entre as vestes de mago.

Sáskia piscou e a mulher desapareceu trazendo de volta as vozes dos dois homens conversando.

Sáskia e os Caçadores de Deuses Onde histórias criam vida. Descubra agora