𝐆𝐀𝐑𝐎𝐓𝐎𝐒 𝐄𝐌 𝐕𝐄𝐙 𝐃𝐄 𝐅𝐋𝐎𝐑𝐄𝐒 - 𝐕𝐀𝐍𝐂𝐄 𝐇𝐎𝐏𝐏𝐄𝐑.

𝐀 𝐜𝐡𝐞𝐠𝐚𝐝𝐚.

Seus olhos esverdeados encaram a janela do carro, através dela podia ver todos os seus amigos se despedindo dela de forma carinhosa, alguns carregavam cartazes, outros acenavam, todos eram amigos de sua escola, ou melhor dizendo sua antiga escola, a garota deu um sorriso triste, sorriso este que a fez derramar algumas lágrimas, ela não queria os deixar, ela não queria ir de maneira alguma para outro lugar, sentia que jamais se sentiria feliz, talvez pudesse ser um drama seu, um drama qualquer vindo de uma garota de 14 anos, mas Angélica sentia que se fosse embora, seu coração se partiria em mil e um pedaços, mas afinal, por qual motivo ela estaria deixando aquele lugar? Acontece que infelizmente havia chegado uma notícia que deixou seu pai triste, notícia está que era sobre o falecimento de sua amada e dócil tia, mulher com a qual seu pai era extremamente apegado. Raras eram as vezes que ela se encontrava com a mulher, porém sabia que era boa pessoa pelas histórias que seu pai costumava contar para ela sobre sua infância ao lado da mulher. Das poucas vezes que foi visitar Denver ela só se recorda de seus primos mais novos, eles eram legais de acordo com a própria, mas ela não se sentia encaixada no ciclo social de ambos, então pensava que após anos seria difícil conviver com eles novamente. Seus pensamentos melancólicos foram interrompidos assim que ouviu uma das portas do carro abrir, porta está ficando no banco do motorista, ela viu seu pai adentrar o automóvel, era um homem alto, magro e com feições um tanto ranzinzas, porém possuía um bom coração de acordo com a garota, afinal era seu pai.

- Querida? - A olhou através do retrovisor, sua voz transmite o enorme cansaço que sente com a mudança, ele já estava preparando tudo após a notícia da partida de sua irmã, aquilo o deixou bem triste, a vida do senhor Richard era repleta de dramas e tragédias, coisas que quase o fizeram desistir da vida, porém, ele recusou a tristeza e tentou dar o melhor para a criação de sua filha, ele havia se tornado pai solo assim que a mãe de Angélica faleceu no parto. - Eu sinto muito...

Ele podia sentir que não era o único que estava sofrendo com a situação, sua filha também estava, ela não apenas sofria, mas também se sentia fraca, já não conseguia aguentar mais forçar tantos sorrisos e emanar palavras de bom grado, ela sentia apenas um imenso vazio em seu coração.

- Está tudo bem. - Ainda com seus olhos marejados, a garota esboçou um sorriso naqueles belos lábios avermelhados. - Sabe, Denver não deve ser tão ruim assim, e também Gwen e Finn estão lá, eu sei que vou me divertir com eles...

Um silêncio se instalou pelo local, nada foi dito, Richard apenas deu início a viagem, enquanto Angélica encarava um buquê que possuía em suas mãos, buquê este que guardou para ir visitar o túmulo de sua tia junto ao pai. A viagem foi longa e bem cansativa, durante o trajeto, nenhuma palavra foi dita, nenhum dos dois iniciou um diálogo adequado, Angélica passava seu tempo lendo cartas que seus amigos haviam feito para ela, várias cartinhas mandando energias positivas e também falando o quão especial a garota era, tentava não chorar a cada parágrafo que lia, mas era quase impossível, sentia que jamais seria feliz novamente, e que o vazio em seu coração só aumentava a cada instante. Já chegando no pequenino bairro, o lustroso veículo de Richard atraiu a atenção dos moradores ali perto, todos estavam curiosos para saber quem era o dono de tal automóvel, e eis que viram a figura do homem sair do carro, indo até a porta traseira do carro, e a abrindo para que seja filha pudesse sair, e lá eles viram Angélica, uma garota de fato bem bonita, porém estava triste, muito triste.

- Uau... - Mumurrou Gwen olhando através da janela, ela só havia visto Angélica ainda quando era criança, e sempre admirou sua tão fina prima, que possuía vestes vindas de paris. - Ela é tão linda...

- Aquele é o tio Richard? - Finn já não reconhecia mais seu tio, antes o via como um homem sorridente e que sempre que possível os visitava todas as festividades do ano, mas agora o vê triste e cansado.