𝐀 𝐟𝐚𝐦𝐨𝐬𝐚 𝐀𝐧𝐠𝐞𝐥𝐢𝐜𝐚.

1.7K 215 116
                                    


  Vance sentiu como se houvesse algo, algo que estava o impedindo de expressar qualquer sentimento. ele não estava triste, e nem com raiva, na realidade ele estava feliz, feliz de ter sua mãe, a sua querida porém ausente mãe. Ele a abraçou aos poucos, a confortando em seus braços, enquanto ela não contém suas lágrimas. Era uma cena triste, porém apesar disto, era algo reconfortante para Mona e Lita, pois sabiam que o tempo no qual Mary ficou naquele bendito hospital foi o tempo no qual pensou sobre sua vida, e também em como ela iria prosseguir sem seu marido abusivo, que agora estava preso.

- Eu... - Mary mumurra, enquanto se distancia daquele abraço, o encarando. - Oh... Como você mudou...

- . . . - Vance não diz nada, e apenas mantém sua visão fixa na mais velha, enquanto está acaricia seus cabelos de forma suave.

- Seu cabelo está tão comprido... E por que seu rosto está todo machucado? Andou brigando como de costume? - Ela ajeitou a franja do mais novo. Com seu olhar expressando tal ternura, ela se sente contente de estar com seu querido filho.

- E-Eu... - Era raro de o ver gaguejar. - Eu... Só me machuquei de leve.

- Não, não... - Ela desfere um beijo sobre sua testa. - Eu conheço o filho que tenho... Eu conheço...

  Mona os olha com tanto amor e carinho, pois ela sabia bem da história e dos dramas de Mary. A família Hopper possuí um complexo histórico de agressões, dificuldades financeiras e abusos domésticos, desde muito jovem Mona tentou se separar daquele ambiente, ainda mais depois que se descobriu lésbica. De acordo com a maior, era difícil ser lésbica em uma casa na qual todos a julgavam, menos Mary, a sua irmã mais nova. Mona sempre cuidou de Mary, até mesmo quando ela obteve a infelicidade de se relacionar com o pai de Vance.

  Agora já estava tarde, após a meia noite, Mary se encontra no quarto de Vance, o colocando para dormir, assim como fazia quando o loiro era apenas um pequeno encrenqueiro.

- Confortável? - Indagou em um tom baixo.

- Sim, eu estou. - Ele suspira. - Mãe, não precisa me colocar para dormir, eu já faço isso sozinho, vai descansar.

- Mais respeito comigo! - Ela diz, arqueando as sombrancelhas. - Mãe é mãe, independente da idade que você tenha, para mim você vai continuar sendo meu pequeno monstrinho.

  Ela imitou o som de um monstrinho, rugindo baixo e fazendo careta, era este o jeito com qual Vance imitava um monstro, o seu personagem favorito quando era pequeno.

- Mãe... Não me chama assim, eu não tenho mais 10 anos. - Ele cruza os braços.

- Aí, mais eu amava tanto quando brincávamos assim! Ângela era a princesa, eu a rainha, você o monstro e o Ben era o cavalheiro! - Ela se recorda bem de quando ela e seus pequeninos brincavam desta forma.

- É... - Ele se aconchega na cama, fechando seus olhos. - Era legal.

- . . . - Ela se aproxima da face de Vance, desferindo um beijo suave sobre sua testa, apagando a luz de seu abajur.

  Ela vai até a porta do quarto, a abrindo para sair, até que o olha, e mumurra.

- Eu te amo, filho. - Ela fecha a porta.

- Eu também te amo, mãe. - Ele mumurra sonolento, porém ainda sim dizendo que a ama.

  Já descen os degraus da escadaria, ela se depara com Mona, estando na sala com uma revista em mãos, era a mesma revista que Vance estava folheando antes delas chegarem em casa. Movida pela sua curiosidade, Mary se aproxima de sua irmã, ao seu lado ela se depara com os colares de Viviane Weestwood.

𝐆𝐀𝐑𝐎𝐓𝐎𝐒 𝐄𝐌 𝐕𝐄𝐙 𝐃𝐄 𝐅𝐋𝐎𝐑𝐄𝐒 - 𝐕𝐀𝐍𝐂𝐄 𝐇𝐎𝐏𝐏𝐄𝐑.Onde histórias criam vida. Descubra agora