𝐃𝐢𝐠𝐚 𝐬𝐢𝐦 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐨𝐬 𝐜𝐞𝐮𝐬, 𝐝𝐢𝐠𝐚 𝐬𝐢𝐦 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐦𝐢𝐦.

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  Já de noite, em sua cabeça, um pensamento melancólico se obtém além dos demais ali presentes, e este pensamento era o estranho sentimento de solidão e necessidade de aceitação, ser aceita, ser normal.

" Por quê? Por que você é tão estranha? Você me dá medo. "

  Aquela voz ainda ecoa em sua cabeça, aquela voz indicando nojo, aquela voz indicando repulsa, algo que tal pessoa sentia por Angélica, justo quando Angélica ainda era bem pequena. Estando perdida em seus pensamentos, enquanto prossegue rumo até sua casa, ela escuta algo, um assovio, e logo em seguida uma voz, era famíliar, não, não apenas familiar, como uma voz que ela ama ouvir todos os dias, sim, a voz dele.

- Ei, Gata! - Era Vance, parado em frente á garota, porém ainda meio distante.

- Vance! - Um sorriso se forma em seus lábios, e ela apenas corre até o loiro.

  Os dois corpos ali se unem em um abraço, um abraço tão caloroso e profundo, aonde Vance, agarrando a cintura de Angélica, decide a levantar um pouco do chão, e a garota apenas envolve seus braços em volta do pescoço do loiro. Vance como de costume traja vestes bem rebeldes, ele sempre opta por uma regata tendo alguma estampa de banda que costuma ouvir, e uma calça jeans tendo rasgados em seus joelhos, porém, como naquela noite um frio extremo atormenta seu corpo, ele optou também por uma jaqueta bem folgada. Já Angélica? Um macacão jeans e logo abaixo uma camiseta branca, porém ao centro uma estampa muito simples, era de um girassol. O calçado de Hopper se diferencia bastante do da Jackson. Ele? Utilizando um tênis todo desgastado e rabiscado. Ela? Uma sapatilha vermelha, como se fossem de bailarinas.

- E ai, eu mal te vi direito hoje... - Ele mumurra, enquanto aos poucos toma distancia do corpo da morena.

- Eu realmente sinto muito... - Ela dita, meio cabisbaixa, fitando o seus pés enquanto anda lentamente ao lado do Hopper.

  Alguns pensamentos entristecidos se encontram ainda presentes em sua cabeça, podendo até retirar a atenção da garota daquele momento com seu namorado. Ainda pensativa, ela sente uma mão sobre seu ombro, e era a mão de Vance, que aproximando seu rosto do da garota, ele indaga, já estando preocupado.

- Ei, tá tudo bem?... Quando você fica triste você fica calada e apenas pensa demais no assunto, algo te deixou assim? - Ele aos para de andar, a fazendo também parar quando toca em seu ombro.

- ... - Ela o fita novamente, surpresa. - Você nota quando eu fico indiferente?...

- Ah, qual é, Angel! - Ele retira sua mão do ombro da garota e a coloca no bolso de sua jaqueta. - Angel, você é minha namorada, minha gata, minha musa, minha mina, minha garota, minha Angel, minha...

- Para! - Ela indaga, envergonhada com tantos elogios e também tendo um rubor tomando conta de suas bochechas.

- Eu só tô falando a verdade, você é minha.

  Vance sabia como fazer Angélica se sentir especial. Somente as palavras do loiro bastavam para a fazer se sentir assim.

Angélica era apenas uma idiota com o rosto pintado, no canto da sala, ocupando espaço. Mas quando Vance chega, ela se sente amada, ela se sente amada, ela se sente amada...

- Então, o que te deixou assim? - Agora em frente á sua querida Angélica, Vance pega em suas mãos, as acariciando e entrelaçando seus machucados dedos com os delicados dedos da garota.

- ... - Ela respira fundo, e apenas sussurra. - Eu sou estranha?...

- Nossa, sim, você é. - Ele dá um sorriso de canto. - Você é tão estranha que nem parece ser deste planeta de tão perfeita que é.

- Então eu sou?... - Ela ri, apesar de ter compreendido que aquilo era uma cantada.

- Puta merda, eu me atrapalhei nas palavras... - Ele bufa.

  Angélica aparecia o jeito com qual seu namorado tenta ser romântico, ele consegue bem isto, mesmo com suas paqueras mais sendo parecidas com algum show de piadas de quinta categoria, porém ela não nega que ama aquilo, e o vê como sendo totalmente uma pessoa amorosa apesar de seus inúmeros problemas de raiva.

- Mas por que você me perguntou isto? Quem foi que te disse isso? Eu posso...

- Não foi ninguém, ok? Calma.

- Jura? Por que se alguém estiver te deixando assim eu deixo a pessoa no hospital.

- Meu deus, Vance, eu só estava... Pensando...

  Ela pega na mão do loiro e apenas tenta prosseguir até o caminho de sua casa, pois se sentia cansada, e não pensa em nada melhor para descansar do que tirar um bom e velho descanso em sua cama, e talvez ficar encarando o teto até adormece. Estando com ele, ali, já próxima de sua residência, ela desfere um beijo sobre a bochecha de Vance, porém ele resmunga.

- Só um beijo na bochecha?

- Você é tão dramático. - ela ri, desferindo um selinho sobre os lábios do Hopper.

- Você sabe bem como eu sou...

  Ela posicionou suas mãos sobre as laterais da face do loiro, o aproximando mais de sua face, assim em um mumurro amoroso, ela deixou claro oque sente por ele.

- Eu tenho olhos apenas para você... Todos os dias eu só penso em você...

  Ele não disse nada, e apenas a puxou para mais um beijo. Sim, para Angélica, Vance tinha que dizer sim para os céus, ele tinha que dizer sim para Angélica...

  Já em casa, após aquela carolosa despedida, agora a garota de encontra em seu quarto, após ter jantado junto aos seus primos, ela se mantém pensativa em sua cama, até que obtém uma ideia, amanhã, após a escola, ela vai tirar o dia de folga para fica junto ao seu namorado, mas mal sabia ela que naquele dia ela iria possuir inúmeras surpresas e até mesmo sujar suas delicadas mãos com sangue, mas afinal, oque vai ocorrer amanhã? Angélica decide obter sua cabeça destes pensamentos, e em sua cama ela encontra conforto, e dorme profundamente, apenas no aguardo para aquele que vai ser um dos dias mais corridos de sua tão jovem vida, de sua tão pacata convivência com os demais.

𝐆𝐀𝐑𝐎𝐓𝐎𝐒 𝐄𝐌 𝐕𝐄𝐙 𝐃𝐄 𝐅𝐋𝐎𝐑𝐄𝐒 - 𝐕𝐀𝐍𝐂𝐄 𝐇𝐎𝐏𝐏𝐄𝐑.Onde histórias criam vida. Descubra agora