𝐆𝐀𝐑𝐎𝐓𝐎𝐒 𝐄𝐌 𝐕𝐄𝐙 𝐃𝐄 𝐅𝐋𝐎𝐑𝐄𝐒 - 𝐕𝐀𝐍𝐂𝐄 𝐇𝐎𝐏𝐏𝐄𝐑.

𝐎 𝐜𝐢𝐧𝐞𝐦𝐚.

- Então. - Visando o conjunto de roupa sobre a cama de Angélica, Gwen a encara. - Mais um encontro?

- Sim, mais um encontro. - Confirmou a mais velha, ao lado da Blake mais nova, analisando a situação da peça de roupa que iria utilizar.

É uma peça de roupa até que simples, um macacão jeans curto, uma blusa branca com babados, ela acha que aquele tipo de roupa mais se adequa para poder sair. Recolhendo o conjunto sobre a cama, a garota apenas prossegue rumo ao banheiro, enquanto Gwen, ainda a encarando, fazendo com que seus olhos azulados permanecessem sobre a silhueta de sua prima.

- Você vai escondida? - Possuía um péssimo pressentimento sobre a situação.

- Claro que sim, porém volto assim que o filme acabar. - Com convicção em seu ditar, Angélica fecha a porta do cômodo, já indo preparar um banho quente.

- Bom, se você diz... - Os lábios de Gwen logo esboçam aquele sorriso tão gracioso.

Em meio ao seu banho, Angélica se mantém pensativa, era um daqueles momentos nos quais encontramos uma espécie de conforto enquanto a água cai sobre nossos corpos, um momento para pensar e refletir sobre a vida, e naquele exato momento ela pensou no que estava fazendo, indo contra as ordens de seu pai e prosseguindo seu relacionamento com Vance.

- Me desculpa, pai. - Sussurrou para sí mesma.

Ela apenas fecha seus olhos, erguendo sua cabeça e sentindo da água cair sobre sua faceta, ocultando suas lágrimas, suas lágrimas tristes em ver o quão difícil era mentir para seu pai sobre tudo aquilo. Já tendo tomado seu banho, e já trajando suas vestes, ela agora estava planejando uma maneira de sair de casa sem ser notada, em meio aos seus pensamentos rebeldes, ela apenas notou uma silhueta presente em sua sacada, correndo até lá, ela já sabia quem era, era ele, seu tão rapaz de temperamento explosivo e dono de uma cabeleira loira tão bela.

- Vance! - Já estando em frente ao loiro, ela apenas denota aquele sorriso sincero em lábios.

- Então... Este é seu quarto? - Já Vance, parece interessado naquele ambiente, não pelas coisas que possuía, mas sim pela energia do cômodo.

- Ah, sim, é. - Angélica queria o convidar, porém sabia que se o convidasse o pior poderia ocorrer. - Bom, vamos?

Apressando o rapaz, ela pega em seu braço, mas com delicadeza, sem o apertar, pois não vê necessidade, Vance a encara, e em silêncio apenas confirma com sua cabeça, e então, indo até a sacada novamente, mas desta vez ao lado dela, agarrando de maneira cuidadosa as raízes ali presentes, descendo por elas, enquanto olha Angélica.

- Vem, não enrola muito. - Resmungou, já estando sobre o chão e apenas a encarando da sacada.

Para a surpresa de Vance, Angélica conseguiu escalar bem aquele velho rosário. Descendo de maneira sutil, já estando sobre o chão, a garota apenas o encara, com aquele mesmo sorriso em lábios, ele sorri de canto, e apenas pega na mão da jovem Jackson, a guiando até o cinema.

Em Denver, a noite era como o doce sabor da liberdade e da rebeldia dos jovens locais, perto do cinema, um grupo de jovens de facetas fechadas e de caráter duvidoso se encontram em frente ao estabelecimento, e logo Vance vai até eles, mudando sua postura com Angélica, deixando agora seu braço em volta dos ombros da morena.

- Hm? - Ela o encara, meio apreensiva.

Ela nota algo diferente, Vance já não estava mais sorridente, agora com uma face fechada, ele passa por aquele grupo, guiando Angélica para dentro do cinema. Foram só alguns segundos, porém para Angélica mais pareciam horas, pois foi uma sensação desconfortável, uma sensação de incômodo. Eles não haviam dito nada, eles apenas olhavam para o casal, com toda certeza eles não eram os amigos de Vance.

- Vance?... - Citando o nome do rapaz em um tom meio duvidoso, em busca de resposta ela indaga. - Eles não eram seus amigos?...

- Eles eram. - Ele parece dá um ênfase na palavra " eram " talvez houvesse ocorrido algo que o deixou realmente furioso com o grupo.

Já com os ingressos em mãos, prontos para assistir um dos títulos mais populares daquele cinema, o tão famigerado filme " O Exorcista" . Angel não era uma grande fã do gênero, mas depois de ver que Vance falava tão bem da obra, ela apenas se rendeu aos comentários do rapaz, e cedeu sua coragem para desfrutar daquela sessão.

- Tá com fome? - Em frente ao balcão aonde se compra pipoca, doces e refrigerante, ele insiste em saber. - Eu sei que você mal comeu nada hoje, então nem adianta negar.

- Mas eu não tenho fome. - Ri da situação, apenas o fitando.

- Dane-se, vamos nos empanturrar de pipoca. - Jogando seu dinheiro sobre o balcão, ele apenas fala ao atendente. - Ei, eu quero ver um balde de pipoca bem grande, tá ouvindo?

O atende não dita nada, com medo de Vance ele apenas recolhe o dinheiro e trata de buscar o imenso balde repleto de pipoca para o casal.

- Ai, ai, ai. - Ela revira os olhos de maneira sarcástica.

Vance apenas ficou a encarando, era como se a beleza de sua querida Angel pudesse ofuscar qualquer coisa em volta de ambos. Vance gostava de admirar os mínimos detalhes da garota. Ele amava aqueles lábios vermelhos, amava aqueles olhos esverdeados, amava aquela pele branca tão macia e também aquele cabelo, aquele cabelo negro tão vivo. É, ele amava cada características da garota, mesmo que por muitas vezes ela mesma em frente do espelho sempre se boicotasse.

- Ah... Aqui... - O atenden desperta Vance de seus pensamentos, o fazendo recolher o saco com veracidade.

- Bora. - Diz para Angel, entregado o saco sobre as mãos da garota.

- Ok, vamos. - Com o saco em mãos, ela apenas o segue.

Já com ambos naquele cômodo, estando lotado e cheio de buchichos curiosos. Vance apenas se senta e seu assento, e Angélica bem ao seu lado. Já tendo um refúgio com o rapaz, ela não teme nada, absolutamente nada naquele exato momento, apenas querendo desfrutar daquele momento que apesar de simples era algo romântico para ela.