Be Mine

4

— Eu não queria dizer nada, mas a minha mãe ofendeu até a sua quinta geração ontem.

— O quê? Sério? — ela riu.

— Não. — eu suspirei aliviada. — Não tanto.

— Pode parar de fazer joguinhos?

— Ela só te chamou de estranha e me perguntou como eu podia ser sua amiga. — eu coloquei a minha mão no meu peito, sendo um pouco dramática ao me sentir ofendida. Eu realmente me senti um pouco ofendida, não me considerava o que Cate pensava de mim.

— A sua mãe me odeia por nada. Sou um ótimo exemplo, ok?

— Nem tanto.

— Ela sabe como você é pior? — ela revirou os olhos. — Nas palavras dela, o que ela disse? — Allyson limpou a garganta, se preparando para imitar a mãe, e fazendo uma péssima imitação.

— "Ally, você devia rever suas colegas. Hernández é estranha, estava me encarando na sala de cinema."

— Você me defendeu, não é?

— Eu concordei com a parte que você é estranha, mas disse que era minha amiga. — eu revirei os olhos. O quanto será que as duas falam de mim em casa na hora do jantar?

— Mas eu não entendi o motivo de você estar a olhando. — disse em um riso.

— Ally, sejamos sinceras, Blanchett é gostosa. — ela fez uma careta.

— É a minha mãe.

— Sim. A sua mãe é gostosa, mas extremamente irritante. — seus olhos arregalaram-se e ela negou com a cabeça. Eu franzi o cenho, pensando que ela tinha se irritado com esse comentário.

— Agradeço, Hernández. — mas não demorou para eu entender o que havia acontecido, e saber que era muito pior. Puta merda.

Eu me virei devagar, a vendo em pé atrás de mim com um café na mão e seu óculos parado na ponta de seu nariz. Engoli em seco, vendo a morte passar atrás de Blanchett e me dar oi.

— Você me acha irritante, e eu te acho estranha. Estamos quites. — sua voz ríspida fez até os meus ossos gelarem. Ela deu um sorriso de canto, andando para longe.

Me virei de volta para Allyson, repensando em toda a minha vida.

— O que você fez?

— Que merda...

— Ela vai matar você!

— Que merda. — eu não conseguia dizer outra coisa. Eu passei as mãos no meu rosto, soltando todo o ar que havia nos meus pulmões.

— Minha próxima aula é dela... -— eu passei a mão nos meus cabelos, desejando morrer nesse momento.

— Você só se fode, sério.

— Ela iria gostar ao ver isso sair da sua boca? — eu me levantei e peguei a minha bolsa.

— Boa sorte.

— Desconheço isso. — essa palavra realmente não está fazendo parte do minha vida ultimamente. 

Eu saí caminhando arrastado, não queria chegar na sala, mas se eu me atrasasse seria pior. Antes de entrar na sala, eu parei um pouco antes, respirando fundo.

O que eu fiz para merecer isso? Eu devo ter jogado pedra na cruz.

Ela estava com as mãos apoiadas em sua mesa e seu tronco curvado enquanto lia algo, foram apenas alguns segundos para eu escutar sua voz soar pela sala.