Be Mine

18

Eu acordo com um bocejo, um pouco atordoada, como se fosse de manhã cedo, mesmo passando das dez da manhã. Eu rolo de um lado para o outro na cama, com preguiça de me levantar, mas finalmente consigo.

Eu peguei meu café e me sentei na sala de estar, olhando pela janela. Eu gostava de ficar sentada ali, tomando meu café da manhã, tirando um tempo para mim mesma e refletindo sobre o último dia ou o seguinte. Aquele era um dos meus momentos favoritos do dia, era tranquilo, e eu podia pensar e relaxar antes do dia começar. Então, me lembrei do que aconteceu entre eu e Cate no dia anterior, não que eu tenha esquecido em algum momento.

A maneira como me sentia era insana e sei que Cate não se sentia diferente. Pude ver como ela quase se entregou ali mesmo. A maneira que nossos corpos se tocavam, como nos olhamos nos olhos uma da outra e sorrimos, e como a tensão entre nós aumentava e se tornava mais forte, mais excitante. Corei um pouco, lembrando de tudo que aconteceu, de todas as palavras que trocamos, do quanto conseguíamos dizer só de olhar uma para a outra. Eu sabia que sentiamos o mesmo e, por um segundo, nada mais importava. Não nossas responsabilidades, não a carreira dela, não o certo. Apenas aquilo importava.

E a confissão dela, dizendo que se sentia atraída por mim, foi algo que me lembrei o dia todo. E nossa tarde juntas então... Tudo o que estava acontecendo era tão repentino, mas eu só estava aceitando e amando cada momento.

O café estava delicioso, mas o que estava passando pela minha mente tinha um sabor ainda mais doce. Eu me lembrava de cada detalhe daquela tarde e daquela manhã. Era como se tudo estivesse se movendo em câmera lenta, cada momento era precioso como eu me lembro.

Me lembro de como nos aproximamos na sala de aula, como nos olhamos, como meu coração batia forte e como eu me sentia quando estava ao lado dela. Faz apenas um dia e eu mal posso esperar para vê-la novamente.

Eu pego meu celular, estando mergulhada até o pescoço com esses pensamentos. Cate não me mandou mais mensagens, o que eu não esperava que acontecesse, mas queria que acontecesse. Eu me pergunto o que ela pensou sobre todos esses eventos. Desde as mensagens de paquera até o encontro que tivemos. Entro na minha galeria e vejo as fotos que tiramos. Me pego sentindo uma saudade maior ainda daquele dia. E, exclusivamente dela.

Elena entra pela porta do meu apartamento e me olha com um sorriso, que se transforma em um olhar curioso. Eu já havia contado a ela tudo o que aconteceu, é claro, então era mais do que normal ela me ver divagando em pensamentos assim.

— Como vai você? — ela pergunta, sentando ao meu lado.

— Estou bem, e você? — respondi, um pouco distraída enquanto continuava pensando em como me senti naquele dia.

— O que está em sua mente? — Elena perguntou, virando a cabeça para olhar para mim com um pouco de curiosidade.

— Você sabe o quê. — digo, descansando a xícara na mesinha de centro. — Catherine. — Elena não ficou surpresa ao ouvir o nome da mulher. Ela sabia de tudo o que havia acontecido entre nós ontem, e também sabia como eu estava obcecada com toda a situação.

— Ela não mandou nenhuma mensagem? — Elena fez a mesma pergunta que eu tinha feito a mim mesma.

— Não mais. Talvez ela esteja apenas pensando em tudo. — dou de ombros. — Não sei. — Elena não pareceu surpresa. Ela olhou para mim e tentou me confortar um pouco.

— Ei, não se preocupe, você vai vê-la novamente e tudo ficará bem. Tenho certeza. — ela disse isso com muita confiança, tentando dar um pouco de esperança para mim.

— Espero que sim. — respondo. — Aliás, Cate não parece ser do tipo que manda mensagem de bom dia assim que acorda. — Elena ri quando digo isso. A dúvida estava lá, e mesmo que eu dissesse que não esperava, eu queria acreditar que era possível. Queria ter esperança, sonhar com isso. E para ser honesta, eu estava fazendo exatamente isso.