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Eu obviamente não fiquei mais tempo na faculdade. Eu não conseguiria, não com a roupa tão suja e pegajosa, então me permiti vir para casa e perder a última aula.

Após um banho demorado e, agora, uma roupa limpa, eu sabia que deveria fazer outra coisa: lavar a camisa da Cate. Eu pego a roupa que eu havia deixado em cima da minha cama e observo seu estado. Está suja obviamente, há uma mancha enorme do lado esquerdo e respingos de café por toda parte.

Então, depois de pesquisas na internet, consegui achar uma solução simples que não piorou a minha situação e removeu a mancha. Quando a camisa sai, ela está limpa. Então eu deixo-a secar, para depois colocá-la em um saco plástico e mantê-la segura de mim. Enquanto isso, eu não consigo evitar em pensar nela e na conversa que nós duas tivemos antes. Meus pensamentos continuam voltando ao assunto.

Eu continuo repetindo a conversa na minha cabeça. Eu tento processar tudo o que foi dito, e tudo o que aconteceu. Aquilo foi um flerte?

Minha mente parece divagar e a questão se torna cada vez mais intrigante. O pensamento que surge na minha cabeça me surpreende e leva alguns momentos até que eu possa processá-lo. Antes que eu possa processá-lo totalmente, um segundo pensamento surge.

Se fosse, eu fui péssima nisso porque me senti muito estranha o tempo todo.

Quanto mais eu penso sobre essa situação, mais curiosa e curiosa eu fico. Quanto mais eu penso na conversa anterior, mais eu continuo repetindo-a continuamente na minha cabeça. Então eu me faço a mesma pergunta que surgiu em minha mente anteriormente uma outra vez. E eu penso em como a conversa ficou íntima. Como foi cheia de olhares, de sorrisos, de timidez e diversão.

A coisa toda parece ter sido tirada de um filme de romance. E aquela pergunta vem à mente de novo: será que nós duas estávamos flertando?

— Claro que não. É ridículo eu pensar isso. — meus pensamentos se tornam altos e eu digo para mim mesma, com um tom aborrecido.

Porém, toda essa situação é tão confusa. Tantos sentimentos e pensamentos estão passando por minha mente. E não importa o quanto eu continue me convencendo de que isso não significa nada, eu não posso deixar de pensar em toda a conversa com mais detalhes.

Isso foi flertar? Ou eu estou apenas inventando tudo? Essa pergunta vem à mente toda hora, todo minuto, todo segundo. E eu só preciso de uma resposta.

Essa situação é torturante e irritante.

Sou acordada dos meus pensamentos com uma mensagem chegando no meu celular. Era Allyson. Eu desbloqueio o celular e vejo a mensagem. Eu a leio e meu coração dispara mais uma vez. Ela estava repassando um aviso de Cate. Que dizia que eu deveria estar em sua casa às cinco em ponto de hoje para a aula de piano.

Eu sinto uma descarga de adrenalina enquanto continuo relendo a mensagem.
Eu estou animada, confusa, preocupada e nervosa — todos esses sentimentos me atingem de uma vez enquanto eu respondo a mensagem dizendo que estarei lá.

Eu verifico a hora e vejo que o relógio está me dando uma hora para me arrumar, então decido me levantar e ir vestir uma roupa adequada para ir até a casa dela.

Depois de ficar mais apresentável, eu me olho no espelho e vejo como fica. Então, após alguns ajustes, eu estou pronta para ir. Eu não posso esperar mais. Eu pego a minha bolsa, coloco a camisa dela em uma sacola e saio correndo de casa, indo para a casa de Cate, ansiosa por vê-la novamente.

E eu estou ali, na porta da frente, depois de um ônibus e alguns minutos de caminhada, me perguntando o que vai acontecer quando eu a vir. No entanto, eu comecei a ficar nervosa ao me aproximar daquela porta. Tudo o que aconteceu entre eu e ela, toda aquela conversa nova que nós tivemos, todos aqueles olhares dela, começam a passar pela minha cabeça. Meu coração dispara e eu sinto um aperto no estômago.

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